Não sou propriamente um imbecil, pelo menos no sentido de ter evoluído alguma coisa, desde que meus antepassados distantes resolveram largar as árvores e seus galhos para galgar as savanas. E também porque, sendo semirracional, de vez em quando costumo raciocinar. E colher informações (por exemplo, sei que o Universo não mais é conhecido assim com este nome, mas como Multiverso, tendo o mamífero humano descoberto que o cosmo nada tem de uno).
Posto isso, declaro que sou a favor das favelas. Sustento que as empresas de exploração imobiliária vão buscar operários em plagas distantes, como por exemplo no Nordeste. Claro, não para lhes dar oportunidade de trabalho digno com digna morada e média distância dos canteiros de obras. Vão buscá-los para explorá-los com salário infame, péssimas condições de vida e nenhuma possibilidade de sustentar sua pequena família, inclusive dar educação a seus filhos.
O que buscam é mão de obra barata com o objetivo de tirar vantagem do trabalhador, para venderem os imóveis a preços astronômicos no Rio e em São Paulo, os mais caros do planeta. Isto acontece também em relação às obras públicas, linhas férreas e estações do metrô e a qualquer atividade que demande presença de trabalhadores.
Terminada as obras, é claro que eles não retornam para o local de onde sairam. Afinal, já fizeram sua revolução, saindo do agreste, migrando para a metrópole e adquirindo um celular. Seus filhos, porém, vendo a exploração a que os pais são submetidos, se recusam a serem trabalhadores, preferindo até as atividades ilícitas e rentáveis.
De sorte que sou a favor da favela, como preço que a burguesia (e a pequena burguesia) têm que pagar. Só isto. Simples assim. E nem adiantaria ser contra, já que é exatamente isso o que acontece.
Não sei se vai ter jeito, pois tem gente que nunca aprende.
Galbraith: “A favela é um avanço”
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Quando esteve pela primeira vez no Brasil, na década de 80, o genial economista John Kenneth Galbraith fez uma declaração que espantou os intelectuais brasileiros. Elogiou as favelas, por considerá-las um avanço em relação à situação anterior de seus moradores. Justificou-se dizendo que, na favelas, os pobres estão mais próximos do trabalho, dos hospitais e das escolas, uma realidade inquestionável.
Lembro bem dele, saltando de um fusca táxi. Era um gigante em todos os sentidos, com quase 2 m de altura. Jamais entendi por que ele não ganhou o Nobel. Foi entrevistado por meu amigo Claudio Bojunga na TVE, a única emissora que se interessou em ouvir Galbraith. Depois, Bojunga e eu fomos tomar um chope e conversar sobre as declarações do professor de Harvard. Bons tempos…
07 de novembro de 2012
Paulo Solon
Posto isso, declaro que sou a favor das favelas. Sustento que as empresas de exploração imobiliária vão buscar operários em plagas distantes, como por exemplo no Nordeste. Claro, não para lhes dar oportunidade de trabalho digno com digna morada e média distância dos canteiros de obras. Vão buscá-los para explorá-los com salário infame, péssimas condições de vida e nenhuma possibilidade de sustentar sua pequena família, inclusive dar educação a seus filhos.
O que buscam é mão de obra barata com o objetivo de tirar vantagem do trabalhador, para venderem os imóveis a preços astronômicos no Rio e em São Paulo, os mais caros do planeta. Isto acontece também em relação às obras públicas, linhas férreas e estações do metrô e a qualquer atividade que demande presença de trabalhadores.
Terminada as obras, é claro que eles não retornam para o local de onde sairam. Afinal, já fizeram sua revolução, saindo do agreste, migrando para a metrópole e adquirindo um celular. Seus filhos, porém, vendo a exploração a que os pais são submetidos, se recusam a serem trabalhadores, preferindo até as atividades ilícitas e rentáveis.
De sorte que sou a favor da favela, como preço que a burguesia (e a pequena burguesia) têm que pagar. Só isto. Simples assim. E nem adiantaria ser contra, já que é exatamente isso o que acontece.
Não sei se vai ter jeito, pois tem gente que nunca aprende.
Galbraith: “A favela é um avanço”
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Quando esteve pela primeira vez no Brasil, na década de 80, o genial economista John Kenneth Galbraith fez uma declaração que espantou os intelectuais brasileiros. Elogiou as favelas, por considerá-las um avanço em relação à situação anterior de seus moradores. Justificou-se dizendo que, na favelas, os pobres estão mais próximos do trabalho, dos hospitais e das escolas, uma realidade inquestionável.
Lembro bem dele, saltando de um fusca táxi. Era um gigante em todos os sentidos, com quase 2 m de altura. Jamais entendi por que ele não ganhou o Nobel. Foi entrevistado por meu amigo Claudio Bojunga na TVE, a única emissora que se interessou em ouvir Galbraith. Depois, Bojunga e eu fomos tomar um chope e conversar sobre as declarações do professor de Harvard. Bons tempos…
07 de novembro de 2012
Paulo Solon
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