"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 27 de novembro de 2012

UM CONTO DE F?DAS - REPROCLAMAÇÃO DA RES PÚBICA

 



Mal tinham o que vestir, quase sempre “roupitchas” falsificadas “made in Paraguay”, que entravam no país via contrabando, sem pagar tributos e, mesmo assim, em troca de uns trocados mensais, mantinham, através do voto (?) obrigatório, um enorme grupo de marginais dirigindo (?) a nação, perdão, país, porque nação envolve um sentimento de pátria onde o indivíduo põe seu coração para realizar o bem de todos os habitantes.
Não era o caso desse país de faz de conta, onde o din din no bolso, da bolsa, era mais importante que o bem estar do vizinho. Como o vizinho pensava da mesma forma, as coisas não andavam.

Os meliantes formaram uma nomenklatura para se dar bem. E por onze anos conseguiram se refestelar no poder, criando “n” fórmulas (incluindo mais ministérios, para acomodar companheiros que não tinham conseguido ser eleitos).

Chegaram até a imaginar uma forma de financiamento governamental de campanhas eleitorais para lavar o dinheiro subrepticiamente sonegado do Tesouro, porque a fórmula anterior de empresários picaretas fornecer, via caixa dois, o din din para isso, estava se esgotando.

A história andou bem até certo ponto. Como marginais estão sempre inventando formas de subtrair as partes uns dos outros companheiros, um dia, abençoado, um deles, que atendia pelo cognome de Bob, rebelou-se, montou um conjunto musical e botou a boca no trombone.

O “chepão”, assustado, manifestou-se imediatamente, primeiro dizendo que tinha sido “traído”.
Depois, num de seus passeios em Paris (afinal, ninguém é de ferro) disse, em rede mundial, que isso não era nada, pois todos faziam igual. Um pouco mais tarde, para consumo interno, como o povo era tolo, mudou a versão para “não sabia de nada”, continuando como um herói de fancaria.

Após marchas e contramarchas, os papéizinhos oficiais de investigação acabaram chegando a um lugar que era chamado de supremo, indo para as mãos de um senhor que resolveu, em boa hora, reproclamar a res púbica, vide ilustração, condenando uma pá deles, após atrozes litigâncias que quase chegaram às vias de fato, a cumprir penas de cadeia. Menos para o “chepão”, que ficou momentaneamente de fora.

Mas, ora, sempre tem um mas, então, porém, contudo, todavia, o ministro da “juspiça” desse país vem a público dizer que não há lugar na cadeia para os companheiros condenados, porque o sistema está falido, adredemente preparado.
Sendo assim, a senhora dona “presidenta” deve assinar um indulto de Natal e tudo volta a ficar como era antes no quartel de Abrantes. E todos viveram felizes para sempre…

27 de novembro de 2012
Magu

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