"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 27 de novembro de 2012

ÍNDICE DE CRIMES DE SÃO PAULO É UM DOS MAIS BAIXOS

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São Paulo deve fechar o ano com a taxa de CVLI em 10,77 mortos por 100 mil habitantes

Comparado ao Rio de Janeiro, chance de um morador de São Paulo ser vítima de um crime violento é 138% menor

A onda de crimes violentos se intensificou em São Paulo nos últimos meses, deixando pelo menos 300 mortos desde o início de outubro, entre os quais pelo menos 90 policiais, segundo dados extra-oficiais. Como o governo estadual não consegue diminuir os ataques e controlar a situação, a política de segurança pública do estado vem sendo amplamente criticada por políticos, comentaristas e uma população aterrorizada. O agravamento da criminalidade no estado é inegável, e os casos de violência vêm sendo realizados em circunstâncias similares, ou seja, por pistoleiros que se deslocam em motos e automóveis. Mas apesar desses fatos, será que a situação merece ser caracterizada como a perda de controle por parte do estado?

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De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, não. Em 2011, a taxa de crimes violentos letais intencionais (CVLI) — que conta homicídios dolosos, latrocínios e crimes de lesão corporal que resultem em morte — do estado de São Paulo foi uma das mais baixas do país (10,8 por 100 mil habitantes), perdendo apenas para o Amapá (0,9 por 100 mil). O índice no Brasil como um todo é de 23,6% por 100 mil habitantes.

Comparado a outro grande centro brasileiro, a chance de um paulista ter sido vítima fatal de um dos crimes listados acima é 138% menor do que a de um fluminense. No Rio de Janeiro, o indicador de vítimas alcança 25,8 por 100 mil habitantes. Em Alagoas, o estado mais violento do país, esse indicador atinge 76,3.

Os números de 2011 não são muito diferentes dos números deste ano. Usando como exemplo o pior dia da atual onda de violência de São Paulo, quando o estado registrou 22 assassinatos, e multiplicando este número por 365, como se São Paulo pudesse viver o seu pior dia de violência todos os dias do ano, o estado ainda registraria 8,030 homicídios em um ano, ou 19,2 mortes por 100 mil habitantes, taxa abaixo da registrada na grande maioria dos estados. O índice de São Paulo ainda seria 26% menor que o do Rio de Janeiro, por exemplo. O estado de São Paulo deve fechar o ano com 10,77 mortos por 100 mil habitantes. Na capital, este índice deve chegar a 11,3.

O Brasil é um país perigoso. Estava certo quem disse que ele não é para principiantes. Aproximadamente 50 mil pessoas foram assassinadas no Brasil em 2011. São Paulo oferece menos risco que o Brasil como um todo. Se as taxas de ambos fossem iguais, cerca de 30 mil brasileiros ainda estariam vivos.

27 de novembro de 2012
opinião e notícia

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