O que está acontecendo em São Paulo tem nome: guerra. Diferentemente da
maneira pela qual o problema tem sido tratado pelo poder público, a recente onda
de violência naquele Estado não se apresenta como um fenômeno social.
Em tempo de guerra
As mortes em São Paulo não foram causadas pela miséria, pelo desemprego, pelo consumo de álcool, por brigas domésticas ou outra motivação banal – o que tem sido muito comum nas periferias das grandes cidades.
O que ocorre em São Paulo são execuções em série por motivo de vingança. Um grupo de criminosos decidiu vingar a morte de um dos seus integrantes assassinando policiais e pessoas a eles ligadas. É uma guerra da criminalidade contra as forças de segurança.
Se for considerado o número de vítimas dessa onda de violência e o período de tempo em que esses assassinatos foram cometidos, é possível comprovar que o quadro de guerra está instalado. E o que é grave é que a criminalidade está ganhando a batalha.
A questão é a tática utilizada pelos criminosos. Eles agem utilizando do elemento surpresa. A imprevisibilidade dos ataques é o que mais dificulta o trabalho das polícias. A qualquer momento e em qualquer lugar pode haver uma possível vítima.
Outro fator dificultador diz respeito aos executores dos atos criminosos. Pode ser qualquer indivíduo – matadores profissionais contratados por bandos de traficantes e escondidos em meio à numerosa população de São Paulo.
A situação é grave. A solução não é fácil. Os governos de São Paulo e federal já perderam muito tempo com discussões que tinham um fundo mais partidário do que prático. A gravidade do problema não foi percebida com agilidade.
E, agora, as medidas tomadas devem apresentar respostas positivas somente em médio e longo prazo. De imediato, a transferência de alguns líderes do tráfico para prisões distantes de São Paulo pode resultar em um obstáculo de comunicação interna das organizações criminosas.
Mas, de uma forma geral, o problema tende a persistir por mais que a repressão tenha aumentado. Em outras palavras, a fragilidade da segurança pública está exposta. O que está acontecendo em São Paulo pode ocorrer em qualquer outra cidade do país.
A violência já faz parte da rotina do cidadão brasileiro que, ao chegar em casa todos os dias, já tende acreditar que teve a sorte de não ser mais uma vítima, um simples dado nas estatísticas camufladas dos governos.
O direito de ir e vir em segurança é quase um milagre para a população brasileira que, cada vez mais, se encarcera dentro de casa, cercada por dispositivos eletrônicos de segurança.
É a guerra entre o poder instituído oficialment e o contra-poder.
Em tempo de guerra
As mortes em São Paulo não foram causadas pela miséria, pelo desemprego, pelo consumo de álcool, por brigas domésticas ou outra motivação banal – o que tem sido muito comum nas periferias das grandes cidades.
O que ocorre em São Paulo são execuções em série por motivo de vingança. Um grupo de criminosos decidiu vingar a morte de um dos seus integrantes assassinando policiais e pessoas a eles ligadas. É uma guerra da criminalidade contra as forças de segurança.
Se for considerado o número de vítimas dessa onda de violência e o período de tempo em que esses assassinatos foram cometidos, é possível comprovar que o quadro de guerra está instalado. E o que é grave é que a criminalidade está ganhando a batalha.
A questão é a tática utilizada pelos criminosos. Eles agem utilizando do elemento surpresa. A imprevisibilidade dos ataques é o que mais dificulta o trabalho das polícias. A qualquer momento e em qualquer lugar pode haver uma possível vítima.
Outro fator dificultador diz respeito aos executores dos atos criminosos. Pode ser qualquer indivíduo – matadores profissionais contratados por bandos de traficantes e escondidos em meio à numerosa população de São Paulo.
A situação é grave. A solução não é fácil. Os governos de São Paulo e federal já perderam muito tempo com discussões que tinham um fundo mais partidário do que prático. A gravidade do problema não foi percebida com agilidade.
E, agora, as medidas tomadas devem apresentar respostas positivas somente em médio e longo prazo. De imediato, a transferência de alguns líderes do tráfico para prisões distantes de São Paulo pode resultar em um obstáculo de comunicação interna das organizações criminosas.
Mas, de uma forma geral, o problema tende a persistir por mais que a repressão tenha aumentado. Em outras palavras, a fragilidade da segurança pública está exposta. O que está acontecendo em São Paulo pode ocorrer em qualquer outra cidade do país.
A violência já faz parte da rotina do cidadão brasileiro que, ao chegar em casa todos os dias, já tende acreditar que teve a sorte de não ser mais uma vítima, um simples dado nas estatísticas camufladas dos governos.
O direito de ir e vir em segurança é quase um milagre para a população brasileira que, cada vez mais, se encarcera dentro de casa, cercada por dispositivos eletrônicos de segurança.
É a guerra entre o poder instituído oficialment e o contra-poder.
(Transcrito do jornal O Tempo)
10 de novembro de 2012
Carla Kreefft
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