"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

SE O MUNDO SOUBER O QUE SE DISCUTE NO SUPREMO, O PAÍS SERÁ ALVO DA CHACOTA INTERNACIONAL

 Carmen Lúcia se junta a Lewandowski, conforme previ aqui

É estupefaciente o debate que se trava no Supremo. O encadeamento lógico é o seguinte:
 
a: Só pode se candidatar a um cargo eletivo quem está no pleno gozo de seus direitos políticos;

 b: logo, os direitos políticos são um pré-requisito para o exercício do cargo;

 c: a condenação criminal em sentença transitada em julgado suspende os direitos políticos do condenado;

 d: se o condenado é um deputado, ele perde os direitos políticos;

 e: se os direitos políticos são um pré-requisito para alguém se tornar deputado ou senador, como pode o sujeito continuar deputado ou senador sem direitos políticos?
 
O debate é espantoso!
 
E há coisas ainda mais espantosas: os três ministros que falaram até agora em favor dessa tese exótica
 
– Ricardo Lewandowski, Rosa Weber e Dias Toffoli (Carmen Lúcia votou com o grupo, mas não recorreu ao argumento) – sustentam que, se o Supremo cassasse os mandatos, estaria exorbitando de suas funções e tomando para si atribuições que seriam do povo. Certo!
 
Não obstante, os três concordam que José Borba, também condenado, deve perder o mandato de prefeito da cidade de Jandaia do Sul (PR).
Quer dizer, então, que, nesse caso, a suposta soberania popular não vale? Ora, tanto mais valeria: um prefeito sempre é eleito pela maioria dos votantes; um deputado não! Tenham paciência!
 
10 de dezembro de 2012
Por Reinaldo Azevedo

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