Acusado dos crimes de peculato, falsidade ideológica e uso de documento falso Renan Calheiros (PMDB-AL) foi eleito para o seu segundo mandato a frente do Senado Federal por 56 votos contra 18, nesta sexta-feira, dia 1º. Alçado ao mais alto posto do Legislativo, Calheiros também responde a processos por crime ambiental, improbidade, notas frias, nepotismo e tráfico de influência.
Na opinião do cientista político Luiz Felipe D’Ávila, a eleição de Renan Calheiros representa a vitória do corporativismo e da perpetuação do espírito oligárquico que se instalou no Senado. D’Ávila interpreta a eleição do peemedebista como o fracasso da oposição.
“Isso retrata a fragilidade da oposição e sua incapacidade de exercer o seu papel constitucional de fiscalizador do governo e de propositor de ideias e propostas alternativas”, afirma D’Ávila.
Assim como o cientista político, o advogado Sebastião Ventura da Paixão criticou a letargia da oposição. Para ele, a paralisia oposicionista repercute sobre ânimo do povo que parece não mais acreditar na política e no seu inerente poder renovador.
O novo mandato de Renan Calheiros reforça a ideia de que no Brasil existem dois pesos e duas medidas, pois mesmo havendo a Lei da Ficha Limpa um político com histórico de desrespeito às leis assumirá a presidência do Senado. Sebastião lembra que de nada valem boas leis de eficácia zero. “O Brasil gosta muito de mudar a lei, mas não tem o hábito de aplicar a lei”.
Ele explica que, no caso de Renan Calheiros a própria Constituição inviabilizaria a candidatura. “Ora, o artigo 37 da Lei Maior fixou a moralidade como princípio obrigatório e cogente de qualquer dos Poderes da República. E aí, me pergunto: será que os senhores congressistas desconhecem o artigo 37 da Constituição? Ou será que o desconhecido é a própria moralidade pública?”.
Sobre o impacto da eleição de Renan Calheiros para a política nacional, Ventura diz que a situação é preocupante porque os costumes políticos vão de mal a pior com o passar do tempo. “Infelizmente, o panorama político nacional é árido e pouco animador. A imoralidade ri dos cidadãos de bem”.
A eleição do peemidebista já era dada como certa. Mesmo assim, houve pressão da sociedade civil, que reuniu mais 300 mil assinaturas em uma petição virtual contra a candidatura. Em outro protesto, a ONG Rio de Paz colocou 81 vassouras e baldes em frente ao Congresso Nacional, na última quarta-feira, dia 30 de janeiro.
DÁvila questiona o alcance das reivindicações populares. Para ele, a indignação popular é rasa e se restringe a publicar um post na internet, assinar uma petição ou mandar uma carta ao jornal. Segundo D´ Ávila, é necessário mobilização popular e ação política. “Enquanto a indignação não ocupar as ruas e o Parlamento os oligarcas da política vão rir da nossa cara”, concluiu.
01 de fevereiro de 2013
imil
Na opinião do cientista político Luiz Felipe D’Ávila, a eleição de Renan Calheiros representa a vitória do corporativismo e da perpetuação do espírito oligárquico que se instalou no Senado. D’Ávila interpreta a eleição do peemedebista como o fracasso da oposição.
“Isso retrata a fragilidade da oposição e sua incapacidade de exercer o seu papel constitucional de fiscalizador do governo e de propositor de ideias e propostas alternativas”, afirma D’Ávila.
Assim como o cientista político, o advogado Sebastião Ventura da Paixão criticou a letargia da oposição. Para ele, a paralisia oposicionista repercute sobre ânimo do povo que parece não mais acreditar na política e no seu inerente poder renovador.
O novo mandato de Renan Calheiros reforça a ideia de que no Brasil existem dois pesos e duas medidas, pois mesmo havendo a Lei da Ficha Limpa um político com histórico de desrespeito às leis assumirá a presidência do Senado. Sebastião lembra que de nada valem boas leis de eficácia zero. “O Brasil gosta muito de mudar a lei, mas não tem o hábito de aplicar a lei”.
Ele explica que, no caso de Renan Calheiros a própria Constituição inviabilizaria a candidatura. “Ora, o artigo 37 da Lei Maior fixou a moralidade como princípio obrigatório e cogente de qualquer dos Poderes da República. E aí, me pergunto: será que os senhores congressistas desconhecem o artigo 37 da Constituição? Ou será que o desconhecido é a própria moralidade pública?”.
Sobre o impacto da eleição de Renan Calheiros para a política nacional, Ventura diz que a situação é preocupante porque os costumes políticos vão de mal a pior com o passar do tempo. “Infelizmente, o panorama político nacional é árido e pouco animador. A imoralidade ri dos cidadãos de bem”.
A eleição do peemidebista já era dada como certa. Mesmo assim, houve pressão da sociedade civil, que reuniu mais 300 mil assinaturas em uma petição virtual contra a candidatura. Em outro protesto, a ONG Rio de Paz colocou 81 vassouras e baldes em frente ao Congresso Nacional, na última quarta-feira, dia 30 de janeiro.
DÁvila questiona o alcance das reivindicações populares. Para ele, a indignação popular é rasa e se restringe a publicar um post na internet, assinar uma petição ou mandar uma carta ao jornal. Segundo D´ Ávila, é necessário mobilização popular e ação política. “Enquanto a indignação não ocupar as ruas e o Parlamento os oligarcas da política vão rir da nossa cara”, concluiu.
01 de fevereiro de 2013
imil
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