Número de soldados na ativa está abaixo da recomendação internacional
Só 11% das 5.568 cidades brasileiras possuíam ao menos uma unidade do Corpo de Bombeiros em 2009, segundo estudo encomendado pelo governo federal e coordenado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT).
Só 11% das 5.568 cidades brasileiras possuíam ao menos uma unidade do Corpo de Bombeiros em 2009, segundo estudo encomendado pelo governo federal e coordenado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT).
O número de bombeiros na ativa é menor do que padrões internacionais recomendam. De acordo com dados do Ministério da Justiça e de governos estaduais, havia cerca de 63 mil bombeiros no país em 2011 (o número não inclui o Rio Grande do Sul, que não informou o dado). O número ideal seria de 190 mil profissionais.
Para o coordenador do estudo “Brasil sem chamas” e pesquisador do IPT, José Carlos Tomina, o percentual de cidades onde os bombeiros estão presentes é muito pequeno, o que prejudica a realização de vistorias e avaliação de segurança em redes comerciais.
— No nosso país, não se trata a segurança contra incêndio da forma rigorosa como se devia. As pessoas não têm conhecimento da gravidade que é a área de segurança. Acontecem, em média, 200 mil incêndios por ano no Brasil, de média e alta proporções — diz Tomina.
Segundo ele, padrões internacionais recomendam que o adequado é haver um bombeiro para cada mil habitantes. O pesquisador, porém, diz que poucos países conseguem alcançar essa meta. Para ele, é fundamental criar um Código Nacional de Segurança Contra Incêndio.
Cerca de 1.200 pessoas morrem em incêndios no Brasil por ano em média. O número considera apenas as vítimas que foram retiradas mortas pelos bombeiros e não inclui a quantidade de pessoas que morreram em hospitais.
CNJ pede rigor em perícia
Em Brasília, o promotor Gilberto Martins, integrante do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), pediu ontem ao procurador-geral de Justiça do Rio Grande do Sul, Eduardo Veiga, que, se o número de vítimas do incêndio em Santa Maria crescer, as necrópsias sejam feitas com o máximo rigor.
O objetivo, explicou, é detalhar as razões que provocaram o óbito para subsidiar as ações futuras, criminais ou cíveis, contra os responsáveis pela tragédia. Os exames cadavéricos das vítimas levadas para o Centro Desportivo de Santa Maria foram sumários, com a coleta de amostras de sangue e pele, dado o número elevado de mortos e o estado emocional de seus parentes.
— Percebi a frustração das famílias que, passados muitos anos (em outros casos), ainda não viram a Justiça punir com rigor — afirmou Martins.
01 de fevereiro de 2013
O Globo
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