Havia uma herança, qualificada de maldita pelos asseclas dos corruptos que transformaram um país real em uma ilusão de circo.
Esta herança permitiu que embriagados governantes e mentirosas coléricas assumissem o comando do Brasil, E fossem mitificados. Como se tivessem participado de construções que sequer os admitiriam como auxiliares de pedreiro.
Como vulgares batedores de carteira, proclamaram-se donos do que roubaram. E tentaram mais: roubar a história.
Distribuiram cargos a incompetentes. Bastava que fossem fiéis ao comando da quadrilha. Ressuscitaram cadáveres que sepultamos em cova rasa. Uniram-se à podridão, a tal ponto que não conseguimos mais distinguir a lama do esgoto. São uma coisa só.
É caso de festejar o que está por vir? O retorno da inflação, o perverso imposto que sufoca a todos?
Não creio. Não quero. Não desejo.
Mas parece-me inevitável. Nada do que se disse, expôs e cobrou foi levado em conta. Os ignorantes orgulhosos preferiram debitar as críticas na conta de sempre: só discordam do governo iluminado os que sempre são do contra.
Reclamar do inchaço da máquina administrativa?
Da ineficiência derivada da falta de planejamento?
Da corrupção que multiplica por dois o valor de qualquer obra?
Dos companheiros que nunca souberam administrar sequer uma loja de R$ 1,99?
Da ingerência absurda do Estado na economia, só chamando a odiada (por eles) iniciativa privada quando não há mais conserto nem recurso?
Valeu trocar “privatização” por “desestatização”, como agora se lê?
A fórmula de FHC não era poção mágica. Era caminho, direção. Eles nunca entenderam isto. Os ignorantes que nada sabem fingem saber de tudo.
A Petrobras arrasada por Gabrielli e Lula. O BNDES reduzido a agência de socorro para amigos do governo. Fundos de pensões estatais aplicam mal e porcamente o dinheiro dos associados.
E assim se cria uma ilusão. Guido Mantega, como Cristina Kirchner, já é uma piada internacional.
A credibilidade que o Brasil conseguiu ─ a duras penas ─ no governo FHC e foi mantida por Henrique Meireles (tucano, nunca aceito pelos geniais economistas do PT!) está perdida.
A nós resta a certeza de que virão dias difíceis. A mágica acabou. A farsa mostra os dentes.
Restará uma herança. Esta sim, maldita.
Na era da mediocridade, perdemos o que ganhamos.
A dignidade, a ética, a supremacia da verdade, o respeito ao estado de direito e à diversidade de ideias, isso já estava perdido.
Perderemos a última construção de governos anteriores.
Eles não se importam. Nunca se importaram com nada que não fosse elogio ou histérica idolatria.
O que vai sobrar?
Sem oposição, sem crítica e sem quem nos represente, resta observar o covil dos lulopetistas destruindo com as patas sujas o que nunca conseguiram entender.
E que nós, mais uma vez, teremos que reconstruir.
Resta saber com quem.
10 de fevereiro de 2013
REYNALDO ROCHA
Nenhum comentário:
Postar um comentário