A confusão é total na cúpula da Igreja, a multidão dos católicos do mundo inteiro não entende o que está acontecendo e a razão de ter acontecido.
Ninguém sabia de nada no dia da renúncia, agora vão divulgando fatos, declarações e confissões sobre Bento XVI, na tentativa visível de deixá-lo em situação difícil e nada confortável.
Qualquer análise leva à primeira conclusão: o Papa não renunciou por causa da idade. 85 anos, hoje, não é de maneira alguma a “idade avançada” que foi proclamada e apresentada como motivação para a surpreendente e inacreditável renúncia. Idade avançada tinha o Cardeal Ratzinger, quando apresentou sua candidatura a Papa, e exigiu a própria eleição.
Com 78 anos já comemorados, se passasse mais algum tempo, (menos de 2 anos), o Cardeal Ratzinger não poderia votar nem ser votado. Na época era poderoso, dominava, não se sabe bem a razão (a não ser pela antiguidade e a permanência controlando a máquina), foi eleito e endeusado. Mas começou a se desgastar a partir da posse.
A renúncia foi inédita, ultrapassou em informação a mídia do mundo inteiro. Os arrogantes “vaticanistas” se vingam agora de Bento XVI, movem os cordões do próprio patriarcado católico para desgastarem Bento XVI.
E a culpa é dele mesmo, manteve um dos cargos mais importantes da Terra (e com ramificações ou pretensões sobre o próprio Céu) no mais completo vazio.
A cada dia surgem notícias desconhecidas sobre o Papa, agora sem maior importância, mas notícias.
Falam sobre o marca-passo que era mantido em sigilo, a cirurgia (com hospitalização) para recarregar a bateria. E o mais grave de tudo: no México, Bento XVI sofreu uma queda, bateu com a cabeça fortemente no chão, desmaiou, teve que ser levado a um hospital, num silêncio ou sigilo completo.
Agora, tudo é revelado por Dom Frederico, sem que conheça ou explique o sigilo de antes e a divulgação de agora. Por que a razão das duas contradições? Contra ou a favor do Papa renunciante? E dom Frederico? “Essa queda não tem nada a ver com a renúncia”. Então ele sabe a razão?
O PAPA INÚTIL, VISÍVEL APENAS NO PAPAMÓVEL
Silencioso nos primeiros dias da renuncia, Bento XVI passou a falar estouvadamente, com criticas à sua própria atuação, nos quase 8 anos do não fazer. Uma das mais audaciosas afirmações: “Exijo uma completa renovação da Igreja”.
No momento não pode exigir coisa alguma, pode gritar à vontade que não será ouvido ou seguido.
Fala em hipocrisia, “divisão total na cúpula”, usa até a palavra “guerra” para definir o que acontece no Vaticano. Dá a impressão de que a renuncia foi leviana e irresponsável, já estaria arrependido.
Não adianta mais, nos bastidores já é chamado de “Papa estorvo”, ninguém sabe o que fazer com ele.
Fora da grande revolução da Igreja que perde 1 milhão de fieis por ano, surgiu esse problema que ninguém sabe como resolver: um Papa vivo, sem Poder algum. E o outro Papa, que ninguém sabe de onde virá e que idéias trará para a desejada renovação.
O PRIMEIRO VETO A RATZINGER
Sua ideia era ir morar na tão citada e amada Alemanha, perceberam logo que, onde ele estivesse, se transformaria num local de peregrinação, uma inédita oposição ao Vaticano. A ideia foi logo afastada, e demonstrada a nenhuma importância de Ratzinger, agora e assim que outro Papa for eleito.
Decidiram então, precavida mas ditatorialmente confiná-lo num recanto silencioso do próprio Vaticano.
É uma “casinha”, que chamam de “mosteiro”, mas que para ele não tem porta de saída, nem de entrada para possíveis visitantes. Não foi consultado e sim comunicado.
Como uma espécie de protesto sem repercussão, afirmou:
“Passarei a levar uma vida de recluso”. Foi o mínimo ou o máximo que lhe permitiram.
POR QUE RATZINGER QUIS SER PAPA
Ficou mais de 40 anos, quase 50, tido e havido como o cardeal mais poderoso. Via os Papas entrarem e saírem (não por vontade própria), por que quase aos 80 anos, decidiu e exigiu o título de Papa? Só o título, porque o cargo propriamente dito, jamais exerceu.
A cúpula da Igreja jamais foi tão omissa e retrógrada quanto nesses anos de Bento XVI. Combatido desde o inicio, não soube “combater nem mesmo o bom combate”. Talvez porque a frase tenha sido pronunciada pelo Apóstolo Paulo, que estava destinado a ser Papa, foi preterido e afastado por ser altivo demais. Deram então esse lugar a Pedro, muito mais conciliador.
COM RATZINGER, A IGREJA DESMORONOU
Por causa dele mesmo. Viu os fatos negativos acontecerem, não tomou nenhuma providencia.
A pedofilia chegou ao auge no seu “papado”, deu a impressão de que não estava acontecendo nada.
Para um intelectual que projetavam como de grande profundidade, não percebeu que esse ato desprezível (a palavra certa é nojento), vinha em linha reta de um dos problemas mais antigos e mais discutidos: o celibato. Que terá que ser resolvido, por que não agora? É a ordem natural das coisas, faz parte da herança da pobreza de Ratzinger.
Outras religiões, mais agressivas, desbancam os católicos passivos.
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PS – Ninguém sabe como escolher o novo Papa. A renovação-revolução não virá pela idade, 117 cardeais com idade avançada, decidirão. Os homens não mudam depois dos 40 anos. O cardeal mais jovem, que vota e pode ser votado, está com 63 anos. Mas tem pouca chance, por ser brasileiro, Dom Odilo Scherer.
PS2 – Mas pelo menos ele é candidato, no dia seguinte da renúncia viajou para o Vaticano, mostrou sua decisão de concorrer. Nessa confusão e tumulto, tudo pode acontecer.
PS3 – Uma retificação geral. “O Brasil não é o país mais católico do mundo”. Esse titulo ou constatação, pertence à Polônia. Proporcionalmente, é onde vive o maior numero de católicos. Mas como sua população é 10 vezes (ou mais) menor do que a do Brasil, cometem esse equívoco.
PS4 – No auge da União Soviética, fora da Rússia, transformada em URSS, os países do Leste Europeu não quiseram fazer parte dessa nova realidade. Criaram então o que chamou de Pacto de Varsóvia, instalado na capital da Polônia.
PS5 – Eram 9 países, submetidos mas não subjugados. Iugoslávia e Polônia, os destacados. O marechal Tito não ia a Moscou, Stalin é que visitava a Iugoslávia.
PS6 – Como a Polônia não tinha uma liderança tão importante, a repressão soviética montou sua central de tortura e repressão na própria Polônia. Foram tempos inesquecíveis de perseguição e tortura.
PS7 – A Igreja precisa deixar de ser sempre CONTRA. Repudia a célula-tronco, fonte extraordinária de vida. Combate o aborto, mesmo sendo proveniente de estupro, posição execrável, que deve logo ser abandonada.
PS8 – É contra o relacionamento (e casamento) tido e havido como homossexual. O mundo inteiro, com maior ou menor resistência, se rende à realidade. Outras muitas mudanças têm que ser conquistadas pela Igreja Católica.
PS9 – Os jovens não vão mais à Igreja, é por aí que mais se constata a deserção, contabilizada em 1 milhão por ano. Os próximos tempos, a partir de agora, serão de grandes discussões. Pelo menos.
PS10 – Ratzinger deixa herança negativa. E um medo total de que fique poucos meses como “prisioneiro” no mosteiro, vá para a Alemanha e pela primeira vez faça oposição aberta a um Papa. É o que chamam de renovação. Quem vai impedi-lo de deixar a prisão?
PS11 – O último ato de Bento XVI levou mais confusão ao Vaticano. E um receio ainda maior de que Ratzinger não abandonou a ideia de ficar pouco tempo no mosteiro. Tudo o que ele não quer é “isolamento”, palavra muito citada.
PS12 – Por que, depois da renúncia, ainda como Bento XVI, nomeia para o escandaloso Banco um alemão que trabalha para a indústria da guerra? Não era mais sensato deixar a nomeação para o novo Papa?
PS13 – Quando ainda Banco Ambrosiano, o escândalo quase abalou a Igreja, o seu presidente apareceu enforcado. Para o Vaticano, suicídio. Para a polícia e a perícia técnica, assassinato, colocado no acervo da Máfia.
PS14 – Na série do “Poderoso Chefão”, o Banco do Vaticano apareceu em dois filmes. 1 – Escândalos, desfalques, tudo do conhecimento do Papa. 2 – No último da série, para “lavar” a imagem de Don Corleone, ele faz doação bilionária ao Banco, sua nomeação é contestada pelos sócios empresários.
PS15 – Logo que se soube da nomeação, Bento XVI foi criticadíssimo. Mas o porta-voz fez questão de “amaciar” as coisas. Nos próximos tempos, o Vaticano não sairá do noticiário. E o Cardeal Ratzinger também.
PS16 – Para o BC da Itália, o Banco do Vaticano só serve para lavar dinheiro.
18 de fevereiro de 2013
Helio Fernandes
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