"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

CARTILHA CONFRONTA GOVERNOS DE LULA E DILMA COM OS DE FHC

Última década é classificada de tempo ‘glorioso’, e período tucano, de ‘desastre’ neoliberal



Lula e Dilma ilustram cartilha
Foto: Reprodução
Lula e Dilma ilustram cartilhaReprodução

SÃO PAULO — Durante o ato desta quarta-feira, o PT distribuirá 1,5 mil exemplares de uma cartilha em que o partido marca o tom do discurso a ser adotado no embate da eleição do próximo ano.
Os oito anos do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) são classificados como “período neoliberal”, e os 10 anos dos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff (2003-2012), como “período desenvolvimentista”.
Dilma deve enfrentar o tucano Aécio Neves em 2014.

Denominada “O decênio que mudou o Brasil”, com fotos da presidente e de Lula na capa, a cartilha apresenta uma série de comparações entre as gestões. Chama os governos dos presidentes petistas de tempo “glorioso” e os anos Fernando Henrique de “desastre”.
Ainda destaca o povo como protagonista com o PT no poder e fala em “subordinação nacional aos desejos dos grandes detentores de riqueza financeira e dos grupos geradores de divisas internacionais” na gestão tucana.

“O longo intervalo regressivo das duas últimas décadas do século XX decorreu da exaustão do projeto de industrialização e do declínio socioeconômico expresso pela capitulação ao receituário neoliberal imposto pelo Consenso de Washington”, diz o texto.

O documento procura dar caráter de unidade e continuidade aos governos de Lula (2003-2010) e Dilma (2011-2012). Um dos pontos que devem ser usados na campanha eleitoral é o aumento de renda dos trabalhadores. “O salário médio real dos trabalhadores registrou queda acumulada de 11,2% entre 1995 e 2002”, afirma a cartilha. Em outro trecho, destaca que com os petistas a expansão do salário médio foi de 20,8%.

A cartilha foi criada pelo marqueteiro João Santana, que já fez várias campanhas petistas. Fez também a campanha de Hugo Chávez na Venezuela.

A criação de empregos também é destacada na cartilha petista. “No período desenvolvimentista, o Brasil acumulou o saldo de 18,5 milhões de novos postos formais de trabalho, contra apenas 5 milhões do projeto neoliberal”, afirma.

A taxa de juros, que chegou a 40% ao ano com os tucanos, serve de argumento para os petistas afirmarem que os adversários governaram para os mais ricos: “Enquanto o salário médio dos trabalhadores caiu, aumentou a derrama contínua de recursos públicos para os segmentos ricos e enriquecidos por uma dívida em expansão e por taxas reais de juros incomparáveis internacionalmente”.

As privatizações realizadas por Fernando Henrique são atacadas. “Por meio de privatizações sem critérios e decência administrativa, cerca de meio milhão de trabalhadores foram demitidos, com a transferência de quantia equivalente a 15% do PIB constituídos por ativos do Estado para a iniciativa privada nacional e, sobretudo, estrangeira. Em grande medida, os setores privatizados foram agraciados por condições objetivas de elevadas taxas de lucro patrocinadas por tarifas entre as mais altas do mundo e, praticamente, sem a contrapartida de novos investimentos necessários à retomada do crescimento sustentado da economia nacional.”
 
No final, o documento apresenta o slogan “Do povo, para o povo, pelo povo”.
O secretário de organização do PT, Paulo Frateschi, disse que podem ser impressos mais exemplares da cartilha para distribuir em seminários do partido.

20 de fevereiro de 2013
 Sérgio Roxo

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