E com o petróleo brasileiro? Brigam desvairadamente pelos royalties, o petróleo desapareceu, o pré-sal continua ilusão. E agora, José?
Ainda me lembro, eu era pequeno e o mar bramia, como dizia o poeta. Nem se falava em petróleo no Brasil, a não ser para negá-lo. Éramos uma displicente e imprevidente colônia dos EUA, eles dominavam tudo. Impuseram e consagraram uma frase:
“Não há petróleo no Brasil”. E aceitamos como se fosse irrefutável.
Menos Monteiro Lobato, que combatia as multinacionais e se voltou para a luta que parecia insensata de mostrar e provar que existia petróleo no Brasil. Foi preso, solto, um dia publicou num jornal um mapa da América do Sul, em que todos os países que tinham limites com o Brasil estavam cheios de petróleo, menos o Brasil. E a explicação dele, arcaica na época, não se mostrou verdadeira depois: “Quando Deus criou o mundo, determinou: todos esses países terão petróleo, menos o Brasil”.
Teve que se exilar, morou lá mesmo nos EUA. Em 1860, nos EUA, o coronel Drake, na Pensilvania, não aguentava aquele mau cheiro que parecia vir do fundo da terra. Contratou algumas pessoas, foi furado o primeiro poço de petróleo do mundo, ninguém imaginava o poder que teria.
Quase 100 anos depois, surgia no Brasil uma campanha civil militar com o slogan empolgante, patriótico e aparentemente libertador: “O petróleo é nosso”. A partir de 1950, surgiu no Brasil o movimento de libertação, mas o petróleo mesmo só apareceria muito mais tarde.
E como tudo no Brasil, devorado pela corrupção. Criaram o Ministério de Minas e Energia, logo depois a Petrobras.
Na época importávamos mais de 20 bilhões de cruzeiros de combustível, total que foi aumentando.
O petróleo bruto, arrancado da terra, significava pouco. Depois de extraído, precisa ser refinado, transportado, distribuído,
transformado na realidade mais visível e utilizável, que é o combustível.
Fomos nos convencendo da realidade de uma economia baseada no petróleo. Mas por interesses puramente pessoais e políticos, agigantaram e encareceram de tal maneira a Petrobras, que cada barril arrancado da terra custava pelo menos duas vezes o preço do mercado. Essa é a herança que ficou para a Petrobras de hoje, praticamente desde 1950/60 e que agora se transformou em tragédia, catástrofe se continuar assim.
Em 1979, o general Geisel (então “presidente”) nomeou para a Petrobras um japonesinho audacioso e ambicionado, que tinha sido seu ministro das Minas e Energia. Há mais de 20 anos, é o homem mais rico do Texas, tem mais poços de petróleo do que a família Bush, que nasceu lá.
Shigeaki Ueki mora no Texas com os filhos, precavidos, nem aparecem no Brasil. Não foram só eles que enriqueceram, foram milhares, só quem empobreceu foi o povo brasileiro, apesar das descobertas de petróleo irem se multiplicando, até chegar ao maravilhoso (?) pré-sal.
O petróleo entrou definitivamente na realidade dos aspirantes do Poder. E na divisão dos cargos, a Petrobras era mais cobiçada e ambicionada do que muitos ministérios. A Petrobras “de porteira fechada” (como se diz hoje) tem cargos portentosos e prodigiosos. Esses cargos tão concentradores administrativamente, são ainda mais concentradores em matéria de fortunas.
FHC: A ERA DA TRAIÇÃO
FHC queria doar a Petrobras, não teve coragem, esse é o traço principal do seu caráter. Criou então o que se chamou de L-I-C-I-T-A-Ç-Ã-O, assim mesmo, sincopado. Que existe até hoje, ninguém foi preso ou cassado por causa disso. LICITAVAM, de preferência, poços com petróleo já descoberto e comprovado. É de dar vergonha, tanta traição.
O SUPREMO NÃO DEIXOU
ACABAR ESSAS LICITAÇÕES
ACABAR ESSAS LICITAÇÕES
DILMA LOGO MUDOU DE LADO
O governador do Paraná, Roberto Requião, chamou o Procurador Geral do Estado, pediu a ele para preparar uma ADIN (Ação de Inconstitucionalidade) para entrar no Supremo, o que foi feito.
Nos primeiros votos, a Petrobras foi ganhando por 4 a 0, a impressão é de que não perderia. Engano.
A ministra Dilma chamou o presidente do Supremo, Nelson Jobim, para reverter a questão.
O então ministro Eros Grau, que atendia Jobim por sinais, pediu vista. Dois meses depois a Ação entrou em pauta, a ADIN foi derrotada por 7 a 4, as LICITAÇÕES foram aumentadas e fortalecidas.
A PETROBRAS DE HOJE
NEM PRÉ-SAL, NEM PETRÓLEO CONVENCIONAL
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PS – A Petrobras mergulha (ou se aprofunda) em prejuízos colossais. E a nova presidente da Petrobras, num explosão de sinceridade, confessa: “2013 será muito pior”. Muito pior é o quê?
PS2 – Na Venezuela, na bomba, 1 litro de combustível custa 10 centavos (cents) de dólar. Muito antes do Chávez. Comparem com o Brasil.
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