"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

"DEPOIS DE EXTINTA A MISÉRIA, FALTA EXTINGUIR A EXTREMA POBREZA DAS FALAS, DAS IDÉIAS E DOS RACIOCÍNIOS DA PRESIDENTE" - CELSO ARNALDO

 

Ok, para confirmar na prática o que foi decretado hoje no papel ─ a extinção da pobreza extrema neste país — só falta mesmo localizar esses estranhos e arredios desgraçados que, preferindo viver na miséria, fogem de seus redentores como o diabo da cruz e Brizola Neto do trabalho.

Anunciou, neste vídeo, a exterminadora do passado — com a obstinação inarredável de um inspetor Javert de laquê:
“É necessário encontrá-los e incluí-los”. Por pouco não disse: “E extingui-los”

Ou seja: Javert Rousseff quer, a ferro e fogo, enquadrar esses miseráveis recalcitrantes e, com 71 reais de cachê de figurante no bolso, fazê-los dançar e cantar, envoltos em trapos e papelões, “I dreamed a dream”, “Castle on a cloud” e “On my own”.

Bem, extinto o Brasil sem Pobreza e enfim materializado o Brasil Rico do slogan criado por um dos galos de briga de Duda Mendonça depois de várias bicadas na cabeça, agora falta extinguir a extrema pobreza do governo Dilma Rousseff — capaz de criar, como se ouve aqui, uma frase de efeito, ou de defeito, igual a esta: “Por não termos abandonado o nosso povo, a miséria está nos abandonando”.

Miséria ingrata essa, agora merecidamente despejada do Brasil Maravilha — depois de abandonar, sem aviso prévio, 513 anos de serviços sujos prestados ao Brasil Real.

Ainda falta extinguir, com uma Bolsa de Estudos, a extrema pobreza das falas, das ideias e dos raciocínios de Dilma Rousseff. E, com uma Bolsa-Verdade, a extrema pobreza de suas promessas de papelório — como a que criou seis mil creches e a que, neste momento mágico, erradicou o IBGE e os cientistas sociais brasileiros.


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