“Setores do PT estimulam a intolerância como instrumento de ação política, tratam adversários como inimigos a ser batidos, tentam cercear a liberdade de imprensa, atacam e desqualificam os críticos, numa prática eminentemente autoritária”.
Provável candidato à Presidência da República em 2014, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) fez nesta quarta-feira um discurso em que apresentou o que chamou de “treze fracassos” do PT – que comemora 33 anos de fundação.
O tucano, que é pouco afeito a discursos agressivos em plenário, resolveu ser enfático e fez críticas diretas à presidente Dilma Rousseff, sua provável adversária na eleição. “Não é mais a presidente quem governa. Hoje, quem governa o Brasil é a lógica da reeleição”, disse ele.
Os treze pontos destacados por Aécio incluíram muitas críticas à gestão da petista. Ele citou maus resultados da economia, o fracasso da Petrobras, a lentidão nas obras do governo e os dificuldades na saúde e na educação.
O tucano também defendeu o legado do governo FHC:
“A grande verdade é que, nesses dez anos, o PT está exaurindo a herança bendita do governo Fernando Henrique Cardoso”.
O parlamentar criticou o que chamou de “intolerância” de parte dos petistas. “Setores do PT estimulam a intolerância como instrumento de ação política, tratam adversários como inimigos a ser batidos, tentam cercear a liberdade de imprensa, atacam e desqualificam os críticos, numa prática eminentemente autoritária”.
Mensalão
Mensalão
Sem fazer referências diretas ao mensalão, Aécio também tratou da leniência petista com envolvidos em escândalos de corrupção: “Não falta quem chegue a defender em praça pública a prática de ilegalidades sob a ótica de que os fins justificam os meios”.
O discurso de Aécio foi criticado pelo senador Lindberg Farias (PT-RJ), que fez um aparte ao pronunciamento tucano.
O parlamentar petista tratou o colega como pré-candidato à Presidência e disse que o tucano não poderia omitir as conquistas dos governos do PT. Em sua reposta, Aécio foi cauteloso sobre 2014: “Minha candidatura não está em pauta ainda. O partido é quem vai decidir”.
De forma oblíqua, o tucano também respondeu às críticas de que sua postura de oposicionista é pouco firme: “Agir como o PT agiu enquanto oposição, faria com que fôssemos iguais a eles. E nós não somos. Não fazemos oposição ao Brasil e aos brasileiros”.
Além de Lindberg, o senador Wellington Dias (PI), líder do PT no Senado, também respondeu a Aécio: apresentou uma lista com 45 pontos em que o PSDB falhou durante o governo Fernando Henrique Cardoso.
Por Gabriel Castro e Marcela Mattos, na VEJA
20 de fevereiro de 2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário