Obiang é acusado por organizações internacionais de perseguir opositores do regime e violar direitos humanos. O Itamaraty, contudo, não vê nenhum constrangimento na vista da presidente.
"Dilma mesma disse que quando se trata de direitos humanos todos podem melhorar, inclusive nós", disse a subsecretária-geral política do Ministério das Relações Exteriores, embaixadora Maria Edileuza Fontenele Reis na tarde desta sexta-feira (15).
Na próxima quinta, Dilma participa da 3ª Cúpula ASA, que vai reunir representantes de 66 países da América do Sul e da África. Segundo a embaixadora Maria Edileuza, o encontro não é um foro de negociação de direitos humanos, mas de consolidação de laços econômicos, em especial na área de infraestrutura, energia e transportes.
A embaixadora lembra ainda que o encontro seria inicialmente na Líbia, em 2011. Contudo, foi cancelado diante das revoltas na Primavera Árabe. A Guiné Equatorial, então, se ofereceu para sediar o encontro.
É a segunda viagem da presidente ao continente africano que, além da Guiné Equatorial, visita também a Nigéria. Em 2011, Dilma havia passado por três países.
NEGÓCIOS
"Cada vez mais se eleva o lugar de prioridade da África na política externa brasileira", afirmou a embaixadora.
Somente este ano, ela tem outras duas visitas previstas para a África. Em março participa na África do Sul do encontro dos Brics (grupo de países emergentes do qual fazem parte Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul na África do Sul). Em maio, a previsão é que Dilma participe da cerimônia de comemoração dos 50 anos da União Africana, em Adis Abeba, na Etiópia.
Dados do Itamaraty indicam um crescimento do intercâmbio comercial entre a América do Sul e a África, que passou de US$ 7,2 bilhões em 2002 para US$ 39,4 bilhões em 2011, ou seja, aumento de 447%. As duas regiões somam uma população de 1,4 bilhão de pessoas, com PIB (Produto Interno Bruto) agregado de US$ 6 trilhões.
Em 2010, quando o ex-presidente Lula visitou a Guiné Equatorial, o então chanceler Celso Amorim (hoje ministro da Defesa), disse que "negócios são negócios" e classificou de "pregação moralista" as referências da mídia às violações contra os direitos humanos atribuídos ao ditador que comanda o país.
16 de fevereiro de 2013
UOL
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