A ex-senador e ex-ministra Marina Silva revela um talento surpreendente na política, ao demonstrar enorme facilidade para conseguir patrocinadores. Na disputa presidencial de 2010, ele deu um golpe de mestre e conseguiu o apoio do empresário Gilberto Leal, fundador do grupo Natura e que saiu candidato a vice-presidente e bancou a campanha do PartidoVerde.
De lá para cá, não faltaram patrocinadores a Marina Silva, que lança neste sábado o projeto de seu novo “partido, frente ou rede”, até agora ninguém sabe ao certo. A festa será no Unique Palace, que fica a 500 metros da Ponte JK.
É o mais concorrido point de Brasília, onde são realizadas as principais convenções e festas da corte federal, inclusive casamentos de parar literalmente o trânsito.
O luxo se explica e se justifica, porque Marina Silva não tem problema de patrocinador.
Como o empresário Gilberto Leal cansou de aventuras políticas, a ex-senadora logo conseguiu o apoio da socialite Maria Alice Setubal, que se apresenta como “doutora em psicologia da educação pela PUC-SP e presidente dos Conselhos do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária, da Fundação Tide Setubal e do Instituto Democracia e Sustentabilidade.
Traduzindo: Maria Alice, conhecida socialmente como Neca, é filha do banqueiro Olavo Setubal e detentora de 3,5% das ações da holding do grupo Itaú, uma fortuna estimada em R$ 5 bilhões. É a própria Neca Setubal que está comandando a arrecadação de recursos do novo partido de Marina Silva e que assinou o cheque para patrocinar a festa do lançamento deste sábado em Brasília.
Portanto, para Marina Silva, arranjar dinheiro é fácil. Difícil vai ser conseguir as 500 mil assinaturas de eleitores, em nove estados, em tempo hábil para que o novo partido (ou frente ou rede) esteja registrado até o início de outubro, a tempo de participar da próxima eleição presidencial. Este é o verdadeiro desafio.
ESQUECEU OS BANQUEIROS…
O repórter Paulo Gama, da Folha, revela que o estatuto provisório do novo partido que a ex-senadora Marina Silva decidiu criar veta o recebimento de doações de fabricantes de bebidas alcoólicas, cigarros, armas e agrotóxicos.
A norma barraria até contribuições que a própria Marina recebeu em 2010, quando foi candidata à Presidência pelo PV. Naquela campanha, ela teve entre seus financiadores a Ambev, que fez doações que somaram R$ 400 mil. No total, ela recebeu R$ 25 milhões.
Para disputar as eleições de 2014, o partido tem de estar registrado até um ano antes da eleição, ou seja, até o próximo dia 4 de outubro. A minuta do estatuto e o manifesto de criação serão discutidos e votados neste sábado, em Brasília. Os setores banidos estão entre os grandes doadores eleitorais.
Sozinhos, os quatro maiores doadores da indústria de bebidas repassaram R$ 100 milhões a candidatos desde 2002.
Os banqueiros, curiosamente, foram esquecidos na lista de vetos. Por que será?
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