Após denúncia, Lindbergh reage atacando Cabral e o PMDB do Rio
- Governador diz desaprovar e desautorizar dossiês contra adversários
RIO - A guerra declarada entre o PMDB do Rio e o senador e pré-candidato ao governo do estado em 2014 pelo PT, Lindbergh Farias, está longe do cessar-fogo. Depois de a revista “Época” ter publicado denúncia, a partir de informações do PMDB, sobre um suposto esquema de propina do petista quando ele era prefeito de Nova Iguaçu, Lindbergh contra-atacou.
Levantamento apresentado ontem pelo grupo político do senador, a pedido do próprio, mostra que R$ 887 milhões que teriam sido repassados pela União ainda não foram utilizados pelo governador Sérgio Cabral (PMDB) na reconstrução das cidades da Região Serrana castigadas pelas chuvas em 2011. A presidente Dilma Rousseff vai hoje a Petrópolis com Cabral e com o vice-governador Luiz Fernando Pezão, outro pré-candidato, e participará de uma missa pelos mortos nos deslizamentos da semana passada.
— Quem faz guerra de dossiês e jogo sujo é o PMDB. Essa é a política velha que queremos derrotar. Em vez de ficarem fabricando dossiês, eles deveriam se concentrar nas obras da Região Serrana. A Dilma fez tudo certo ao liberar os recursos.
O problema é que, dois anos depois, as obras não foram iniciadas. Muitas (obras) não foram licitadas, e outras ainda estão em fase de elaboração de projetos. Isso tem nome: má gestão e negligência com a vida das pessoas — disparou Lindbergh em entrevista ao GLOBO.
A verba federal transferida seria referente à construção de casas, contenção de encostas, dragagem de rios e drenagem da água das chuvas, obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e reconstrução de pontes.
A briga entre Lindbergh e Cabral se transformou numa dor de cabeça para Dilma. O governador, que quer a eleição de Pezão, se irritou depois de Lindbergh tê-lo criticado nas inserções partidárias do PT na TV e no rádio. Em resposta, o PMDB fluminense ameaçou não apoiar Dilma caso os petistas mantivessem o senador na disputa.
No fim de semana, Lindbergh colocou um vídeo no Facebook. Nele, lembra o episódio que provocou uma crise no governo Cabral no ano passado: as fotos publicadas na internet pelo deputado federal Anthony Garotinho (PR) em que secretários de Cabral aparecem se divertindo, em 2009, com guardanapos na cabeça, em Paris, ao lado do governador e do ex-presidente da Delta Construções Fernando Cavendish.
— Estão querendo jogar todo mundo na lama. Não adianta. Eles não vão conseguir colocar um guardanapo na minha cabeça. Temos outra conduta: não faço política patrimonialista e para enriquecer — diz Lindbergh, no vídeo.
Cabral respondeu por nota:
“O governador desaprova e desautoriza o uso de dossiês, lamentando constatar a atribuição deste ao PMDB. À Justiça, cabe julgar fatos. Quaisquer diferenças entre políticos devem ser tratadas com a devida seriedade e respeito dentro do campo político”.
A Secretaria de Obras disse que agiu rapidamente após os deslizamentos de 2011 e vem trabalhando na recuperação da Região Serrana. Segundo o órgão, imediatamente após à tragédia, os R$ 70 milhões repassados pelo governo federal foram destinados aos serviços emergenciais em sete municípios. A secretaria disse ainda que o total a ser investido na região é de R$ 2,2 bilhões, sendo R$ 1,2 bilhão de recursos federais.
Na reportagem do fim de semana, a revista “Época” revelou documentos, obtidos com o PMDB, que fazem parte de um inquérito a que Lindbergh responde no Supremo Tribunal Federal. Ele é acusado de ter montado um esquema de recebimento de propinas de empresas contratadas pela prefeitura de Nova Iguaçu. O parlamentar nega.
Levantamento apresentado ontem pelo grupo político do senador, a pedido do próprio, mostra que R$ 887 milhões que teriam sido repassados pela União ainda não foram utilizados pelo governador Sérgio Cabral (PMDB) na reconstrução das cidades da Região Serrana castigadas pelas chuvas em 2011. A presidente Dilma Rousseff vai hoje a Petrópolis com Cabral e com o vice-governador Luiz Fernando Pezão, outro pré-candidato, e participará de uma missa pelos mortos nos deslizamentos da semana passada.
— Quem faz guerra de dossiês e jogo sujo é o PMDB. Essa é a política velha que queremos derrotar. Em vez de ficarem fabricando dossiês, eles deveriam se concentrar nas obras da Região Serrana. A Dilma fez tudo certo ao liberar os recursos.
O problema é que, dois anos depois, as obras não foram iniciadas. Muitas (obras) não foram licitadas, e outras ainda estão em fase de elaboração de projetos. Isso tem nome: má gestão e negligência com a vida das pessoas — disparou Lindbergh em entrevista ao GLOBO.
A verba federal transferida seria referente à construção de casas, contenção de encostas, dragagem de rios e drenagem da água das chuvas, obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e reconstrução de pontes.
A briga entre Lindbergh e Cabral se transformou numa dor de cabeça para Dilma. O governador, que quer a eleição de Pezão, se irritou depois de Lindbergh tê-lo criticado nas inserções partidárias do PT na TV e no rádio. Em resposta, o PMDB fluminense ameaçou não apoiar Dilma caso os petistas mantivessem o senador na disputa.
No fim de semana, Lindbergh colocou um vídeo no Facebook. Nele, lembra o episódio que provocou uma crise no governo Cabral no ano passado: as fotos publicadas na internet pelo deputado federal Anthony Garotinho (PR) em que secretários de Cabral aparecem se divertindo, em 2009, com guardanapos na cabeça, em Paris, ao lado do governador e do ex-presidente da Delta Construções Fernando Cavendish.
— Estão querendo jogar todo mundo na lama. Não adianta. Eles não vão conseguir colocar um guardanapo na minha cabeça. Temos outra conduta: não faço política patrimonialista e para enriquecer — diz Lindbergh, no vídeo.
Cabral respondeu por nota:
“O governador desaprova e desautoriza o uso de dossiês, lamentando constatar a atribuição deste ao PMDB. À Justiça, cabe julgar fatos. Quaisquer diferenças entre políticos devem ser tratadas com a devida seriedade e respeito dentro do campo político”.
A Secretaria de Obras disse que agiu rapidamente após os deslizamentos de 2011 e vem trabalhando na recuperação da Região Serrana. Segundo o órgão, imediatamente após à tragédia, os R$ 70 milhões repassados pelo governo federal foram destinados aos serviços emergenciais em sete municípios. A secretaria disse ainda que o total a ser investido na região é de R$ 2,2 bilhões, sendo R$ 1,2 bilhão de recursos federais.
Na reportagem do fim de semana, a revista “Época” revelou documentos, obtidos com o PMDB, que fazem parte de um inquérito a que Lindbergh responde no Supremo Tribunal Federal. Ele é acusado de ter montado um esquema de recebimento de propinas de empresas contratadas pela prefeitura de Nova Iguaçu. O parlamentar nega.
25 de março de 2013
Cássio Bruno
NOTA AO PÉ DO TEXTO
É nessa rinha que ficamos melhor informados, através dos ataques e contra-ataques de lado a lado dessa política praticada em benefício de enriquecimento ilítico. E nada acontece.
Sabemos que todo o lixo despejado, inúmeras vezes contado e recontado pela imprensa e pelos blogs políticos de analistas e comentaristas, é a mais pura realidade. Mas nada acontece, porque o rabo de palha é muito grande, e cada um carrega um rabo maior do que o outro. Ficamos então assistindo o faroeste em que as balas disparadas nunca acabam. E nada acontece, apesar das verdades proferidas.
Os vídeos exibidos pelo Garotinho, a lambança dos guardanapos em memóvel noitada, em que fortunas foram gastas com os melhores vinhos e acepipes, no mais balado dos hotéis da França, deu em quê? E nada! Há uma certeza tão grande da impunidade entre eles, que transparece simpaticamente nas caras cínicas, em que um meio sorriso esboçado, com a desfaçatez de costume, parece significar, mudamente: e daí, seus bestas? Vamos em frente, para os próximos demagógicos discursos eleitorais.
E não se esqueçam: votem em mim!
É a perpetuação do peculato, da bandalheira, dos conluios, do corporativismo. É a perpetuação consentida dos eleitores, cúmplices, em última instância, do fracasso moral do país.
E vamos juntos com o Brasil, descendo a ladeira e ralando a bunda.
m.americo
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