"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 25 de março de 2013

COMO O PENSAMENTO POLITICAMENTE CORRETO CORRÓI A DEMOCRACIA E OS DIREITOS INDIVIDUAIS


 
Se alguém ousar aceder um cigarro de tabaco em New York corre o perigo de ser preso. Pelo menos é o que dizem as pessoas que estiveram recentemente por lá. Se, pelo contrário, alguém decidir curtir uma baseado de maconha, não será incomodado e terá todo o direito de fazê-lo com a proteção da lei.

Michael Bloomberg, conhecido por ser implacável anti-tabagista acaba de se transformar num grande militante maconheiro.
Transcrevo, após este prólogo, o início de uma matéria que está no site da Folha de S. Paulo com link aberto ao final. Reportagens desse teor estão diariamente na grande mídia fazendo apologia da maconha que é uma droga que altera o comportamento dos usuários e abre o caminho para experiências com bagulhos muitos mais pesados dentre eles a cocaína, heroína e o crack e assemelhados.

Ao mesmo tempo, há uma torrente de artigos e reportagens condenando de forma permanente os fumantes de tabaco.

Um dos argumentos dos militantes das drogas que alteram o comportamento das pessoas é que a repressão não conseguiu acabar com com o tráfico e os viciados. Ora, os crimes e os criminosos em geral também continuam proliferando. Assim, pelo mesmo argumento deveríamos concordar com o fim da repressão aos criminosos?

Este é um exemplo do deletério efeito do pensamento politicamente correto, o maior flagelo do século XXI.

Aparentemente parece que essa cruzada em favor das drogas que alteram o comportamento humano não tem qualquer implicação com a vida das pessoas que não fazem uso delas. Mas não é bem assim.

Por trás de ações supostamente libertárias se abre o caminho para a alteração dos conceitos operacionais das categorias do pensamento.
O que é certo e o que é errado, neste caso, perdem seus referenciais até que, em dado momento, conceitos como "liberdade de expressão", "democracia", "direitos individuais" e correlatos poderão ser alterados na sua essência. Não é à toa que nessas marchas em favor da maconha são agitados cartazes com dístico: "pela liberdade de expressão".Assim, aos poucos e com a colaboração diária da grande imprensa, o crime a libertinagem vão sendo trivializados.

Vejam o que está acontecendo nos Estados Unidos:

O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, anunciou que a partir do mês que vem nenhum usuário de maconha vai passar a noite na delegacia, como acontece até agora.
"Será registrado, como uma infração no trânsito." "Nossos policiais poderão ser remanejados para atividades mais prioritárias", afirmou.
 
Há dois meses, o governador de Nova York, Andrew Cuomo, anunciou em seu discurso anual sobre o Estado que apresentaria projeto para legalizar a maconha.
 
Ambos anúncios foram acompanhados de polêmica quase zero, sem protestos, como tem acontecido nos últimos tempos nos cantos mais liberais dos Estados Unidos.
 
Segundo o instituto Gallup, 49% dos americanos aprovam a legalização da maconha, quase o dobro do que em 1995 (25%). Assim como o casamento gay, já aprovado por 53% dos americanos, a aprovação cresce a cada ano.
 
Em novembro, os eleitores do Colorado e de Washington aprovaram em plebiscito o uso da maconha em caráter "recreativo". Os governos estaduais têm até o final deste ano para regulamentar o cultivo, a produção, a venda e a distribuição da erva.
 
Apesar de a lei federal americana considerar a maconha ilegal, o presidente Barack Obama falou à TV em dezembro que não era "prioridade" perseguir usuários de maconha nos dois Estados.
 
Em 18 Estados e no Distrito de Columbia, onde fica a capital, Washington, a maconha para uso medicinal já é legalmente liberada.
 
Por enquanto, só a DEA, a agência de combate às drogas, pediu ao secretário de Justiça e procurador-geral, Eric Holder, para que não deixe de cumprir as leis federais por cima das estaduais recém-aprovadas. Holder ainda não se pronunciou, mas poucos acham que ele contrarie Obama.
 
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25 de março de 2013
in aluizio amorim

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