É hora de acabar com a política de cotas raciais
Os governos deveriam ser daltônicos
Há sete palavras entalhadas acima da entrada da Suprema Corte americana: “Justiça Igual sob o Domínio da Lei”. O tribunal atualmente está avaliando se as políticas de cotas raciais do país violam essa promessa. A pergunta é igualmente simples e polêmica: os governos devem ignorar a cor da pele?
Os EUA são um dentre muitos países que dão incentivos a certos grupos raciais e étnicos (ou outros grupos) ao aplicar padrões diferentes para eles. Os detalhes variam, mas os resultados são notavelmente similares em todo o mundo.
O fardo da história
Muitas dessas políticas foram postas em prática com ótimas intenções: reparar injustiças do passado e amenizar o seu legado. Favorecer membros de grupos que sofreram injustiças e que continuam a sofrer com a discriminação soa como uma maneira rápida e eficaz de construir uma sociedade mais justa.
A maior parte desses grupos progrediu consideravelmente, mas estabelecer o crédito cabível às políticas de cotas é difícil, considerando-se que o crescimento também promove o progresso e que parte dos resultados – como, por exemplo, o efeito do aumento da autoconfiança devido à criação de modelos de um grupo desfavorecido – é intangível. Ao mesmo tempo, as desvantagens da política de cotas se tornaram bastante aparentes.
Embora os grupos beneficiados pelas ações afirmativas tendam a ser mais pobres que seus vizinhos, é frequente que os indivíduos beneficiados não o sejam. Um programa de contratações do governo federal americano favorece negócios cujos proprietários são pessoas “desfavorecidas social ou economicamente”. Tais pessoas podem ser 87 vezes mais ricas que a família americana média e ainda assim serem consideradas “desfavorecidas” se tiverem a cor de pele certa. Ademais, quando pessoas são contratadas por razões que não a competência, o estado se torna menos competente.
As políticas de cotas substituíram injustiças antigas por injustiças novas: essas políticas dividem a sociedade ao invés de uni-la. Os governos deveriam enfrentar a desvantagem de frente, sem referências à raça. Caso uma escola seja ruim, que seja consertada. Se há barreiras à oportunidade, que sejam removidas. E caso as filhas de Barack Obama concorram a vagas universitárias, que sejam julgadas por suas capacidades acadêmicas, não por sua cor de pele.
29 de abril de 2013
opinião e notícia
*Texto adaptado e traduzido da Economist por Eduardo Sá
Os EUA são um dentre muitos países que dão incentivos a certos grupos raciais e étnicos (ou outros grupos) ao aplicar padrões diferentes para eles. Os detalhes variam, mas os resultados são notavelmente similares em todo o mundo.
O fardo da história
Muitas dessas políticas foram postas em prática com ótimas intenções: reparar injustiças do passado e amenizar o seu legado. Favorecer membros de grupos que sofreram injustiças e que continuam a sofrer com a discriminação soa como uma maneira rápida e eficaz de construir uma sociedade mais justa.
A maior parte desses grupos progrediu consideravelmente, mas estabelecer o crédito cabível às políticas de cotas é difícil, considerando-se que o crescimento também promove o progresso e que parte dos resultados – como, por exemplo, o efeito do aumento da autoconfiança devido à criação de modelos de um grupo desfavorecido – é intangível. Ao mesmo tempo, as desvantagens da política de cotas se tornaram bastante aparentes.
Embora os grupos beneficiados pelas ações afirmativas tendam a ser mais pobres que seus vizinhos, é frequente que os indivíduos beneficiados não o sejam. Um programa de contratações do governo federal americano favorece negócios cujos proprietários são pessoas “desfavorecidas social ou economicamente”. Tais pessoas podem ser 87 vezes mais ricas que a família americana média e ainda assim serem consideradas “desfavorecidas” se tiverem a cor de pele certa. Ademais, quando pessoas são contratadas por razões que não a competência, o estado se torna menos competente.
As políticas de cotas substituíram injustiças antigas por injustiças novas: essas políticas dividem a sociedade ao invés de uni-la. Os governos deveriam enfrentar a desvantagem de frente, sem referências à raça. Caso uma escola seja ruim, que seja consertada. Se há barreiras à oportunidade, que sejam removidas. E caso as filhas de Barack Obama concorram a vagas universitárias, que sejam julgadas por suas capacidades acadêmicas, não por sua cor de pele.
29 de abril de 2013
opinião e notícia
*Texto adaptado e traduzido da Economist por Eduardo Sá
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