Artigos - Terrorismo
Assiste-se assim, por meio das intervenções da energúmena Piedad Córdoba, a um novo processo de Moscou.
Os diretores da Universidade Nacional da Colômbia poderiam ser processados um dia por patrocinar um evento tão obscuro como o chamado “Foro de Participação Política” (1), no qual os porta-vozes das FARC se arrogam o direito de lançar ameaças de morte, sem ser inquietados no mais mínimo pelo Ministério Público, contra altas personalidades do Estado colombiano.
As frases lançadas nesse cenário pela ex-senadora destituída, Piedad Córdoba, contra o Procurador Geral da Nação, Alejandro Ordóñez Maldonado, não são “críticas fortes”, como escreveu algum jornalista desinformado. Dizer que o Procurador Ordóñez “é um homicida político, um assassino político [que] mata a oposição e a desvertebra” e que “com suas declarações põe uma pistola no peito” dos “opositores”, é, juridicamente, cometer, em forma agravada, os delitos penais de calúnia e injúria, e fazer um convite explícito a que algum exaltado cometa um atentado contra o citado funcionário do Estado.
Assiste-se assim, por meio das intervenções da energúmena Piedad Córdoba, a um novo processo de Moscou, onde o acusado é o Procurador Geral colombiano. Com o apoio do ex-terrorista Antonio Navarro Wolf, Piedad Córdoba ameaçou o Procurador Geral e o reprovou por este ter cumprido com suas funções constitucionais, como são, entre outras, declarar e reiterar ante seus funcionários e de maneira pública que não pode haver processo de paz na Colômbia montado sobre um monstruoso palanque de impunidade para os criminosos.
Quem faça respeitar as normas do Direito e da Constituição colombiana deve ser objeto, segundo esse ativistas, dignos de Stalin e Pol Pot, de uma condenação à morte desde uma tribuna montada no coração mesmo da Universidade Nacional. Vergonha também deveriam ter esses diretores acadêmicos de se prestar a semelhante baderna.
A ex-senadora Córdoba, destituída e inabilitada em 2010 pela Procuradoria por ter vínculos com as FARC, participou nesse “foro” como cabeça do movimento político esquerdista Marcha Patriótica. Mais desequilibrada do que nunca, Piedad Córdoba não entendeu ainda que ela mesma é a única culpada de ter perdido seu assento no Senado colombiano, por ter entrado em uma relação de serviços com um movimento terrorista, as FARC.
Todo o mundo recorda que Piedad Córdoba teve o cinismo de pedir a Raúl Reyes que a catividade de Ingrid Betancur fosse prolongada um pouco mais porque não era o momento para deixá-la livre. Tal atuação abjeta, que estremeceu a Colômbia e o mundo, foi descoberta pois havia ficado registrada em um dos correios que transitaram pelo computador do número dois das FARC.
A violenta incursão verbal de Piedad Córdoba contra o Procurador Geral não é senão a ponta do iceberg: faz parte de uma ofensiva geral mais vasta que procura legitimidade e pôr uma mordaça nos responsáveis políticos, jurídicos, midiáticos, religiosos e intelectuais do país, que se atrevem a questionar o plano de impunidade total que as FARC estão impulsionando para elas mediante os contatos em Havana.
Córdoba acusou o próprio presidente Juan Manuel Santos e o ministro da Defesa, Juan Carlos Pinzón, de lançar “mensagens contraditórias com o processo de paz”.
Ela assegurou que atualmente existe na Colômbia um processo de “aniquilamento político” da oposição “arbitrado desde o alto Governo”. Porém, este é o mesmo que aceita, precisamente, suspender as ordens de captura internacional contra os chefes do terrorismo mais bestial do continente americano, o mesmo que ordena a Universidade Nacional a emprestar suas instalações para que grupelhos extremistas gesticulem e ameacem a torto e a direito, e em total impunidade.
O discurso de Córdoba é uma amostra a mais da dialética de guerra civil que as FARC destilam através de seus companheiros de viagem, em meio do pseudo “processo de paz” em Havana.
03 de maio de 2013
Eduardo Mackenzie
Nota da tradutora:
[1] A respeito desse foro, ler “Instalan en Bogotá foro sobre participación política de la subversión”.
Tradução: Graça Salgueiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário