Nós somos sempre o que acreditamos ser. Quem se lembra dos tempos do Getúlio quando nos ufanávamos do nosso País e da nossa raça forte e amorenada, da época do Juscelino com aquele otimismo ao construir Brasília e rasgar a estrada até Belém, dos tempos do “meu Brasil eu te amo”, do Médici, com o orgulho com que construímos Itaipu e Tucurui ,custa a entender o atual desânimo que invadiu a alma da nossa gente.
02 de junho de 2013
A verdade é que os povos mudam, e as vezes rapidamente. A História nos mostra a transformação dos alemães de 1930, quando nem mais queriam ter uma pátria, para os de 39, quando o orgulho nacional fez que se agigantassem. Observamos também a China, que em 45 era a terra da mãe Joana e oito anos depois enfrentava altivamente a maior potência do mundo.
A alteração do “animus” nacional é causada por vários fatores, inclusive pela situação econômica, mas não só por isto, desde antes do tempo de Gengis Kan que os fatores psicológicos conduzidos pelo inimigo tem levado um povo antes orgulhoso até mesmo à rendição.
Hoje esse processo, agora mais técnico, se denomina de Guerra de 4º Geração. É o que ocorre contra nós; A imprensa estrangeira, dentro e fora do Pais insiste que não daremos certo e ironizam nossas figuras justa ou injustamente, e são cada vez mais aplaudidas até por gente nossa, uns por oposições partidárias, outros por, justamente indignados pelos erros governamentais e pela corrupção generalizada, fazem coro à manobra do inimigo, sem saberem que algumas das suas ácidas críticas podem nem ser verdadeiras, mas contribuem mais para baixar a auto estima do que para solucionar as mazelas realmente existentes.
Assim, é comum vermos a desmoralizante expressão “eta povinho”, que pouca relação tem com a mazela aventada ou então conclui-se “esta m. não tem solução”, o que também não é verdade.
Pior é um jornalista infelizmente brasileiro, escrevendo de Nova Iorque, que para atacar o atual governo reduz o nosso País a pó. Esse classifica como comunistóides as posições nacionalistas de alguns de nós, o que o caracteriza como “a serviço do estrangeiro”.
Esse pessoal que só fala mal e não ajuda em nada me faz imaginar que, se por azar tivessem a mãe na zona, se limitariam a falar mal dela em vez de trabalhar para tirá-la de lá.
Política econômica e industrial e a inflação
É evidente que a inflação está aumentando, apesar de algumas medidas corretas tomadas de proteção da indústria nacional tomadas pelo Governo. Por exemplo: construir no Brasil as sondas e plataformas do pré-sal é um dos pilares da política industrial de governo, pois. além de agregar tecnologia, é dos que mais geram emprego.
Ao estabelecer a reserva de mercado, o Brasil trilha o mesmo caminho de outros países que se viram diante da riqueza do petróleo. Foi assim que a Noruega se tornou a potência em tecnologia para a exploração em alto-mar e a Coréia do Sul, líder na produÃ�ão de sondas. No passado processos semelhantes ocorreram com a Inglaterra, com a Alemanha, com os EUA e foram a causa primária do crescimento deles. Hoje ocorre com a China.
Uma indústria nascente não pode competir com uma estabelecida sem proteção. É necessário tempo para que os fabricantes nacionais ganhassem fôlego para competir globalmente. Há que se contar ainda com o bloqueio e a sabotagem dos “futuros” concorrentes.
Criar tecnologia custa dinheiro, e isto causa inflação. Claro que a corrupção e o superfaturamento também contribuem para a inflação, mas isto acontece também nas compras prontas feitas no exterior.
A longo prazo as obras de infraestrutura, o descongestionamento dos “gargalos” a criação de tecnologia própria, a proteção da indústria nacional autêntica e a baixa dos juros promovem o desenvolvimento e acabam com a inflação. Isto, logicamente, contraria interesses estrangeiros e seus parceiros no Pais, como o Banco Central. Este, falaciosamente, anuncia: temos que aumentar os juros para evitar a inflação. Torpe falácia!
Com o aumento dos juros aumentam inutilmente as despesas governamentais; diminuem ou mesmo cessam os investimentos privados que podem obter mais lucros emprestando ao Governo; há menos demanda, o que pode momentaneamente baixar os preços de venda, mas certamente aumentará os custos da produção, causando mais inflação. Eles, do Banco Central, alinhados com as finanças internacionais, sabem bem disto. A Presidente Dilma também sabe, pena que, visando as eleições tenha se rendido com medo que a inflação momentânea a prejudicasse.
A propósito, apesar de todas as dificuldades, dos erros e até dos superfaturamentos foi lançado ao mar o superpetroleiro Zumbi dos Palmares. Enfim retomamos a construção naval. Foi preciso coragem para enfrentar as pressões e até mesmo para pagar mais caro.
Na entrega do navio disse a Presidente: “... com o nome de um herói brasileiro...” Sinto muito presidente Dilma, mas desta vez errou feio. Zumbi não é um nosso herói negro; foi um inimigo.
Nosso herói negro é Henrique Dias .
02 de junho de 2013
Gelio Fregapani é escritor e Coronel da Reserva do EB, atuou na área do serviço de inteligência na região Amazônica, elaborou relatórios como o do GTAM, Grupo de Trabalho da Amazônia.
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