Notícias Faltantes - Denúncias
O jornalista e colaborador do MSM Ricardo Puentes Melo, que já teve um de seus filhos seqüestrados, agora tem seus telefones grampeados. “Quando tive a confirmação técnica de que meus telefones estavam sendo grampeados pelo governo de Santos, não me surpreendi em absoluto. (...) O que certamente me aterrorizou é que também tivessem intervindo nos telefones de minha esposa e o que meus filhos de 12, 10 e 7 anos de idade usam. Que coisas terríveis podem planejar umas crianças? Não sei...”
Uma das coisas mais surpreendentes deste país, é que aqui a justiça funciona como um relógio ao contrário. Os órgãos de investigação e de justiça estão fortemente controlados por terroristas indultados e seus quadros ocultos, e isto levou a que o aparato estatal, que deveria estar a serviço do cidadão, na realidade esteja à disposição de um punhado de criminosos poderosíssimos que querem converter a Colômbia no caixa mais novo de seus familiares e amigos, todos com interesses tão egoístas quanto delitivos.
O filósofo Olavo de Carvalho e os jornalistas Graça Salgueiro e Ricardo Puentes Melo.
Triste que não haja uma grande imprensa respeitável, interessada em esquadrinhar e divulgar a verdade. Triste que jornalistas com muita credibilidade a utilizem para bajular seus leitores e tele-audiência para depois acorrer sordidamente ao governo para que lhes unte as mãos com pauta oficial milionária, sob a condição de que continuem enganando o país com a história de que este é um governo bom e transparente, e que os grupos terroristas com os quais se está aliando para entregar-lhes a nação, são apenas organizações humanitárias incapazes de seqüestrar uma mosca.
E triste que um presidente que foi jornalista seja precisamente quem persiga e atente contra jornalistas que não estamos de acordo com o terrível destino que ele quer impor aos colombianos para subjugá-los terrorismo narcotraficante que tem meio mundo subjugado pelo medo ou pelo suborno.
Graças a essa política infame, quase morreu assassinado o Dr. Fernando Londoño Hoyos, ex-ministro e jornalista, diretor de La Hora de la Verdad, a quem lhe colocaram uma bomba lapa trazida por um etarra através da Venezuela e posta a funcionar pelas FARC, graças a mãos criminosas e cúmplices que lhes ajudaram na logística, por exemplo, para manipular a sincronização dos semáforos para obrigar a deter o carro do Dr. Londoño, mãos cúmplices na Empresa de Telefones de Bogotá, hoje controlada por guerrilheiros anistiados do M-19 e auxiliadores da guerrilha das FARC.
Por isso, quando tive a confirmação técnica de que meus telefones estavam sendo grampeados pelo governo de Santos, não me surpreendi em absoluto. Pensei que era mais suportável uma grampeada telefônica do que uma bomba em minha casa.
Porém, tal e como disse em La Hora de la Verdad [1], o que certamente me aterrorizou é que também tivessem intervindo nos telefones de minha esposa e o que meus filhos de 12, 10 e 7 anos de idade usam.
Que coisas terríveis podem planejar umas crianças? Não sei... Ou será que procuram causar-lhes dano, talvez queiram seqüestrar um deles como fizeram há alguns anos, ocasionando que meus filhos hoje vivam quase presos, recolhidos entre quatro paredes?
Assim, pois, em meio ao mundo surrealista que nos coube viver na má sorte, aceitei como algo cotidiano e inevitável os grampos em meus telefones. Porém o que me aterrorizou sobremaneira foi o seguinte informe que alguns amigos experts em temas de interceptações me passaram de maneira urgente.
Desde os Estados Unidos, meus amigos me soltaram a fatídica notícia. Os computadores de minha casa,
inclusive o que meus filhos usam, sofreram um ataque muito sofisticado, uma espionagem que permitia acessar o disco rígido, ver em tempo real o que alguém estava teclando, espionar as contas de correio eletrônico, usar as câmeras dos computadores para observar o que ocorre na intimidade de nosso lar. Isso foi aterrador, confesso.
Como sabe-se que é o governo de Santos quem está fazendo essa tarefa mafiosa? Simplesmente meus amigos, em sua perícia, me confirmaram direções de IP, tecnologia utilizada, estratégia, mecanismos, tudo utilizado já por este governo contra outros personagens, e posto em andamento por um setor da Polícia Nacional que conta com o material humano e técnico para fazer este tipo de grampos e perseguições.
Quando me disseram isto, entendi as inúmeras vezes em que membros da Polícia Nacional chegavam aonde eu estivesse para perseguir meu esquema de segurança, para desarmá-los, para me deixar sem proteção.
Entendi a falta de apoio a meus pedidos de ajuda em ocasiões em que necessitava me deslocar e não podia por falta de esquema completo. Entendi tudo. Entendi o modo sistemático como este governo vinha me perseguindo, junto com minha família, coisa que é bem difícil de comentar sem temer diariamente pela vida de meus filhos.
Em resumo: sim, eu afirmo. Este governo, junto a um de seus organismos de inteligência invadiu a privacidade do meu lar, está me fazendo espionagem telefônica e mediante meus computadores. E as razões podem-se entender bastando dar uma olhada nas investigações que antecipamos desde Periodismo Sin Fronteras.
Já nem me dá vontade de me queixar ante a FLIP (Fundación para la Libertad de Prensa) ou ante a SIP (Sociedad Interamericana de Prensa), porque a primeira está nas mãos de Ignacio Gómez e Daniel Coronell, e foi a FLIP quem escreveu a Repórteres Sem Fronteiras, com sede em Paris, para lhes dizer que não me apoiassem em meus pedidos de proteção uma vez que nem eu nem minha família merecíamos ter proteção.
A segunda, a SIP, está no controle dos Santos. Enrique Santos, o guerrilheiro do Chicó, foi presidente desse órgão internacional de imprensa que fez ouvidos moucos quando se inteirou que minhas denúncias não eram contra Álvaro Uribe Vélez.
Assim que as supostas organizações defensoras de jornalistas defendem principalmente os comunicadores afins ao marxismo e inimigos do Exército. E eu não sou nem uma coisa nem outra.
Porém, o que certamente farei nas próximas horas é colocar a respetiva denúncia ante o Ministério Público Geral da Nação. Também solicitarei que me informem se contra mim, minha esposa e meus filhos pequenos existe ordem judicial para intervir em nossos telefones e computadores.
Acorrerei a esse órgão investigador, mesmo com a convicção de que o Promotor Geral da Nação só está disponível para oferecer impunidade aos terroristas, e de que lá arquivaram todas as denúncias, com todas as provas, que fiz contra guerrilheiros indultados que hoje estão no poder.
Espero que os novos comunicadores e jornalistas não sigam os passos de seus chefes que, por lucros ou por simples covardia, tornaram-se cúmplices do canalha.
Eu, por minha parte, prometo não guardar jamais a pena para defender a verdade, e continuarei com o firme propósito de que não jogarei minhas convicções no mesmo cesto de lixo onde o presidente Santos e seus sócios de Havana cospem diariamente os resíduos das substâncias que consomem e legalizarão, para bem da empresa criminal que contabiliza milhões de vítimas na Colômbia e no mundo.
A mim já me extirparam a glândula do medo.
Nota:
[1] Ouçam aqui a entrevista de Ricardo Puentes: http://www.ivoox.com/entre-ricardo-puentes-28-mayo-audios-mp3_rf_2081490_1.html
02 de junho de 2013
Ricardo Puentes Melo
Tradução: Graça Salgueiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário