Reunir, retomar a ligação com a essência. Qualquer concepção do que está além dos nossos sentidos físicos, qualquer prática religiosa com sentido digno e grandioso: o amor como traço de união entre as pessoas. Este tem sido o objetivo subjacente da vida de pessoas que conheço bem.
Tenho amigos que estão perplexos com as rápidas mudanças que as instituições coletivistas impõem, passando por cima de sentimentos, como aqueles tratores gigantescos que abatem árvores seculares para deixar a terra nua para facilitar a mineração de ferro, bauxita e outras riquezas.
Tenho amigos que se recusam a ver a televisão, onde se repetem as imagens e notícias de crimes pavorosos, de latrocínios, homicídios, drogas e corrupção. Gente temerosa de sair às ruas. Outra gente que encontra na oração o refúgio para aplacar os temores e sentir alguma frágil esperança.
‘Inda outro dia, um pai que havia perdido o filho, vítima de um latrocínio bestial, desfilava solitário com uma placa exibindo seu pavor e impotência. Na placa que carregava liam-se algumas perguntas sem resposta. As mentes alucinadas e doentias absorvidas pelo consenso da sociedade dirigida pelo “Grande Irmão” (Big Brother), nem ligavam para aquele “doido”.
1. Política é atividade exclusiva de políticos? Temos de fazer o que eles mandam e sobreviver do jeito que der?
2. O lar é a célula mater do Estado ou propriedade do banco que o financia?
3. Os filhos são gerados para servir ao Estado, que tem a primazia exclusiva de determinar os conteúdos educacionais?
4. O cidadão deve acreditar em pessoas “livremente eleitas”?
5. A Lei é elaborada segundo os interesses pontuais dos que ocupam a direção e a servem ao Estado?
6. O cidadão deve entregar os pertences e recursos obtidos com o trabalho aos bandidos protegidos pelo Estado?
O “doido” parecia ter consciência das facilidades abertas para os humanos marginais e das dificuldades do serviço de policiais treinados para acreditar que é possível vencer os traficantes de armas e drogas financiados pelos banqueiros. O “doido” pensava à margem da doutrinação oficial.
O “doido” percebia que ética, dignidade e respeito humano, eram características de pessoas dedicadas às atividades produtivas e à família. Políticos éticos, dignos e respeitosos eram raras exceções à regra.
É notável a presença dos que permanecem no poder mesmo quando os governos são radicalmente substituídos. São os homens obedientes à ética da globalização. Bem próximos dos agentes secretos que, por saber muito mais que os mortais comuns, são temidos.
Dizem servir ao Estado. Servem a qualquer Estado com sua habilidade para fomentar intrigas e calar, quando não eliminar os contrários armados de ideais ou de princípios morais. São preservados acima e à margem das Leis, sejam “democráticas” ou ditatoriais, conforme a tendência plantada no planeta pelos que de fato governam o mundo, portadores de armas letais que atingem o físico e a mente.
O que os mortais comuns tentam fazer durante a vida é construir as pontes e desenhar os mapas para o futuro. Nem todos com a mesma capacidade, com as mesmas habilidades, com o mesmo conhecimento. Nem convivendo no mesmo ambiente, com idênticos recursos. O acesso aos instrumentos mentais disponíveis é restrito.
“Global Trust” é uma expressão que se pode traduzir como “Confiança Global” ou então “Fundo de Investimento Global”. É um daqueles joguinhos eletrônicos que adestram as mentes jovens para o futuro. A expressão designa “um poderoso sindicato industrial; o mais poderoso fornecedor de energia e empregador do mundo. Baseado num extraordinário monopólio de energia e dispondo de capital sem fim, Global TRust, administra para si a reivindicação do refino das reservas de importantes matérias primas.”
A manipulação agressiva contra as pessoas de todas as idades é a tentativa de invasão da privacidade da mente, instalando a confusão do espírito. A privacidade física se ressente das câmeras do “big brother”, instaladas secretamente em qualquer local, por qualquer pessoa ou por qualquer instituição. Tudo garantido pela lei que solta os bandidos, justificando o uso destas tecnologias para a segurança.
A mente humana luta por garantir sua privacidade e bem estar – de modo racional ou irracional. Se por um lado perdemos a segurança dos “velhos tempos”, por outro lado ainda é possível continuar lutando em defesa da sanidade mental. Talvez como o “doido” que perdeu o filho. Talvez agindo em defesa de um Estado comprometido com a defesa da vida.
02 de junho de 2013
Arlindo Montenegro é Apicultor.
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