" A criação da Comissão da Verdade para apurar os crimes cometidos durante o regime militar tinha como objetivo fazer uma reconstituição dos fatos que servisse de memória para as próximas gerações. Um país cresce, precisamente, não apenas dos seus acertos, mas do reconhecimento dos seus erros.
Verdade significa uma reconstituição isenta e imparcial dos fatos que possa servir ao aprendizado que um país deve empreender de sua própria história. Qualquer parcialidade pode significar uma perda de isenção, que repercute sobre os próprios fatos que se procura reconstituir. A credibilidade está aqui em jogo. Contudo, no início de seus trabalhos, a Comissão fez uma opção de cunho nitidamente ideológico, sinalizando para uma reconstituição parcial dos fatos, como se uma história dessa maneira recortada ainda pudesse ser chamada de história.
Optou por investigar os crimes, certamente atrozes, produzidos nos porões da ditadura militar, como assassinatos e prática de tortura. Teria dado credibilidade a si mesma e fornecido, ademais, um exemplo para a nação se tivesse conferido a mesma atenção à violência cometida pelos militantes da luta armada que tencionavam estabelecer no país uma ditadura comunista/socialista..."
03 de junho de 2013
in coroneLeaks
LEIA o artigo do professor e filósofo DENIS LERRER ROSENFIELD, intitulado "Verdade e perdão", publicado hoje no Estadão e em O Globo.
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