Fotografia
© Gerardo Santos/ Global Imagens
O governo de Barack Obama tem acesso a dados
dos servidores das mais poderosas empresas de Internet, nomeadamente Google,
Microsoft, Facebook e Apple.
Um documento confidencial da agência
norte-americana de Segurança Nacional dos EUA, divulgados pelo jornal britânico
"The Guardian" e pelo norte-americano "The Washington Post", mostra que têm
acesso a mails, fotografias, transferência de arquivos, vídeos e conversas
através dos servidores de nove empresas: Microsoft, Yahoo, Google, Facebook,
PalTalk, AOL, Skype, YouTube e Apple.
O programa secreto, cujo nome de código é
PRISM, está em vigor há sete anos (nasceu durante a administração Bush no pós-11
de Setembro). Permite aceder aos servidores destas empresas, usadas em todos os
pontos do globo, para reunir informação sobre os utilizadores, nomeadamento que
estão no estrangeiro ou os cidadãos norte-americanos que estabeleçam contactos
com cidadãos de outros paíse.
O documento, um powerpoint que tudo indica
servirá para treinar agentes da NSA, afirma que estas informações estão a ser
reunidas com o consentimento das empresas envolvidas. No entanto, algumas das
empresas contactadas pelo "The Guardian" neguem que estejam a colaborar com a
agência. "O Google preocupa-se imensamente com a segurança dos dados dos nossos
utilizadores. Disponibilizamos informação de acordo com a lei, e analisados
todos os pedidos cuidadosamente. Ciclamente, alegam que criámos uma "porta dos
fundos" para o governo entrar nos nosos sistemas, mas o Google não tem uma porta
dos fundos para que o governo aceda a informação dos utilizadores", responde, em
comunicado, a empresa.
Um porta-voz da Apple, detentora dos
equipamentos e software de iphones e ipads, disse que nunca tinha ouvido falar
do PRISM.
O "The Wahington Post" adianta que o documento
foi revelado por um antigo agente dos serviços de informações, que forneceu
documentação, entre a qual uma apresentação em 'powerpoint' usada na formação de
agentes, descrevendo a parceria entre a NSA e as empresas da internet.
A administração de Barack Obama teve hoje de
justificar as razões para ter mantido, em segredo, a continuação de um programa
primeiro conhecido há sete anos, no tempo do antecessor George W. Bush.
Josh Earnest, um porta-voz da Casa Branca,
disse aos jornalistas, a bordo do avião Air Force One, que Barack Obama saúda o
debate entre segurança e liberdades cívicas, mas está determinado a utilizar
todas as ferramentas possíveis para manter a segurança nacional.
A revelação já foi criticada por organizações
defensoras das liberdades individuais e da privacidade, que acusam o Governo de
espiar os cidadãos.
Já deputados e legisladores asseguram que esta
medida está protegida pela controversa Lei Patriota, adotada após os atentados
terroristas de 11 de setembro de 2001 contra os Estados Unidos.
A notícia surge depois de na terça-feira o "The
Guardian" ter revelado que a NSA obriga a companhia de telefones Verizon, uma das
maiores dos EUA, a entregar os dados dos seus 121 milhões de
clientes.
25 de julho de 2013
fonte: Diário de Noticias
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