"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 25 de julho de 2013

O RECADO DO PAPA APONTA OS JOVENS COMO SOLUÇÃO



 
O papa argentino, Francisco, tem muito a dizer para os brasileiros. O recado mais importante do pontífice nesta passagem pelo Brasil não vem de suas preces, mas sim do seu desapego ao salamaleque oficial e ao excesso de privilégios aos quais as autoridades daqui estão tão acostumadas.

A decisão de seguir em um carro comum pelas ruas do Rio com vidro aberto, mesmo diante de um imprevisto congestionamento causado por uma falha no roteiro, mostra uma vontade de estar perto do povo.
O papa demonstrou não ter medo de quem estava nas ruas querendo vê-lo, provavelmente, porque não tinha motivos para isso. Depois, já no papamóvel aberto nas laterais, voltou a desfilar pela cidade bem próximo dos fiéis, alguns chegaram a tocá-lo para desespero dos seguranças, mas não do religioso.
 
Além dessa relação mais estreita com as pessoas nas ruas, o papa também adotou um simbolismo importante na sua chegada. Privilegiou os fiéis e os curiosos em seu trajeto no Rio para só depois ir para a agenda oficial, no Palácio Guanabara, junto com a presidente Dilma Rousseff, alguns de seus ministros, o governador e o prefeito do Rio. Ao contrário do esperado, os políticos ficaram em segundo plano.

Em um ano de crise institucional no país, o recado papal apontou como solução os jovens. Claro, durante a Jornada Mundial da Juventude, o seu público não poderia ser diferente. A Igreja quer frear a perda acelerada de novas ovelhas. Mas Francisco também sabe do momento pelo qual passa o Brasil e não economizou mensagens para esse público. Seu discurso foi, sim, político ao dizer “boto fé nos jovens” e, em conversas reservadas, falou da desilusão gerada a essas pessoas pelo sistema econômico mundial.

Por mais estranho que pareça, levando em conta o histórico recente dos últimos chefes do Vaticano – João Paulo II e Bento XVI eram extremamente conservadores –, a vinda do papa Francisco ao Brasil corrobora esse espírito de mudança incorporado por parte da sociedade brasileira nos últimos meses. O argentino deixa não só um simbolismo de solidariedade com os mais pobres, mas também a necessidade de pôr fim aos privilégios de uma pequena parcela da população.

CASSAÇÃO DE AELTON

As imagens do ex-senador e deputado federal mineiro Aelton Freitas (PR), exibidas pelo “Fantástico”, ensinando políticos a comprarem votos, deveriam por si só já ser suficientes para a cassação do mandato do parlamentar.

Além de propor o pagamento de R$ 100 por voto, ele ainda explica a importância de se contratar pessoas durante uma eleição para difamar o adversário por meio de boatos. Segundo Aelton, algumas das suas lições fazem parte do jogo eleitoral e outras eram só brincadeiras.

(transcrito de O Tempo)

25 de julho de 2013
Murilo Rocha

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