A decisão de seguir em um carro comum pelas ruas do Rio com vidro aberto, mesmo diante de um imprevisto congestionamento causado por uma falha no roteiro, mostra uma vontade de estar perto do povo.
O papa demonstrou não ter medo de quem estava nas ruas querendo vê-lo, provavelmente, porque não tinha motivos para isso. Depois, já no papamóvel aberto nas laterais, voltou a desfilar pela cidade bem próximo dos fiéis, alguns chegaram a tocá-lo para desespero dos seguranças, mas não do religioso.
Em um ano de crise institucional no país, o recado papal apontou como solução os jovens. Claro, durante a Jornada Mundial da Juventude, o seu público não poderia ser diferente. A Igreja quer frear a perda acelerada de novas ovelhas. Mas Francisco também sabe do momento pelo qual passa o Brasil e não economizou mensagens para esse público. Seu discurso foi, sim, político ao dizer “boto fé nos jovens” e, em conversas reservadas, falou da desilusão gerada a essas pessoas pelo sistema econômico mundial.
Por mais estranho que pareça, levando em conta o histórico recente dos últimos chefes do Vaticano – João Paulo II e Bento XVI eram extremamente conservadores –, a vinda do papa Francisco ao Brasil corrobora esse espírito de mudança incorporado por parte da sociedade brasileira nos últimos meses. O argentino deixa não só um simbolismo de solidariedade com os mais pobres, mas também a necessidade de pôr fim aos privilégios de uma pequena parcela da população.
CASSAÇÃO DE AELTON
As imagens do ex-senador e deputado federal mineiro Aelton Freitas (PR), exibidas pelo “Fantástico”, ensinando políticos a comprarem votos, deveriam por si só já ser suficientes para a cassação do mandato do parlamentar.
Além de propor o pagamento de R$ 100 por voto, ele ainda explica a importância de se contratar pessoas durante uma eleição para difamar o adversário por meio de boatos. Segundo Aelton, algumas das suas lições fazem parte do jogo eleitoral e outras eram só brincadeiras.
(transcrito de O Tempo)
25 de julho de 2013
Murilo Rocha
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