Manifestação defende punição a improbidades administrativas
Estudantes em passeata pelo Eixo Monumental, em Brasília, em junho André Coelho/ O Globo
Manifestantes de Brasília e Belo Horizonte realizam nesta quinta-feira, às 17h, o que chamam de “Grande ato contra a impunidade parlamentar”, organizado e convocado por meio das redes sociais. Na capital federal, o ponto de encontro será o Museu Nacional. Já na capital mineira, a concentração acontecerá na Praça Sete, com destino à Assembleia Legislativa do estado (ALMG). O objetivo do protesto, segundo os organizadores, é denunciar a corrupção no país e defender uma representação política ética e moral.
André Gouveia, publicitário, de 22 anos, é um dos criadores do “Grande ato contra a impunidade parlamentar”. Para ele, os protestos são um “grito de basta de toda a população”. O jovem critica a ação policial, que julga ser violenta, frente às manifestações e denuncia uma tentativa de censura por parte do governo. O publicitário entende os atos de vandalismo isolados nas manifestações pelo país como “escape de uma sociedade cansada de ser vandalizada”.
— Mais vândalo é quem tira dinheiro da saúde e mata milhares de pessoas nas filas de hospitais; é quem rouba dinheiro da educação e deixa as escolas serem sucateadas. Vândalos são os políticos corruptos. É uma pena que muitas vozes só consigam ser ouvidas depois de serem tachadas como vândalas — lamenta Gouveia.
Uma manifestação contra o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), na porta da casa dele, está prevista para a próxima terça-feira, dia 30. Até o momento, 900 pessoas confirmaram participação no ato. O grupo se mostra indignado com “ataques violentos da força policial”.
Da internet para as ruas
André Gouveia conta que não conhecia pessoalmente os outros cinco manifestantes que ajudaram a criar o evento de Brasília no Facebook, identificados como Eli Coelho Yamoto, Flávio Rick Souza, Hugo Martins, Juju Cruz e Rodolfo Grilu. Eles teriam se reunido a partir de um fórum no grupo “Vamos Fazer Justiça”, na mesma rede social. Segundo André Gouveia, os representantes do “Grande ato contra a impunidade parlamentar” pretendem, depois de as reivindicações serem protocoladas, elaborar projetos de iniciativa popular. Por meio desse recurso, a proposta, se atingir os requisitos da Constituição, pode tornar-se projeto de lei, obrigando o Congresso Nacional a discuti-lo.
— Está rolando um acampamento em frente ao Parlamento. O grupo era apenas virtual. Um dia, marcamos para ir lá e nos conhecemos. Éramos 6 pessoas e hoje estamos com 13 organizadores principais, mas sem lideranças, sem partidos. Tudo coletivo e democrático. Existem alguns grupos aqui em Brasília que se venderam para partidos. Acho que este não é o momento de partidos. O povo não se sente mais representado por eles. A hora é do povo — conclui Gouveia.
Segundo ele, além das principais causas deste ato em Brasília, cada um pode levar seu cartaz com sua própria reivindicação, pois “motivos não faltam para protestar”. O publicitário, por exemplo, apesar de morar no Distrito Federal, ficou comovido com a história de Amarildo de Souza, morador da Rocinha, no Rio de Janeiro. Amarildo, considerado “desaparecido político da democracia brasileira” por André Gouveia, não deu mais notícias desde 14 de julho, quando foi levado, para “verificação”, por policiais da Unidade de Polícia Pacificadora da comunidade (UPP), onde vive.
25 de julho de 2013
Larissa Ferrari - O Globo
André Gouveia, publicitário, de 22 anos, é um dos criadores do “Grande ato contra a impunidade parlamentar”. Para ele, os protestos são um “grito de basta de toda a população”. O jovem critica a ação policial, que julga ser violenta, frente às manifestações e denuncia uma tentativa de censura por parte do governo. O publicitário entende os atos de vandalismo isolados nas manifestações pelo país como “escape de uma sociedade cansada de ser vandalizada”.
— Mais vândalo é quem tira dinheiro da saúde e mata milhares de pessoas nas filas de hospitais; é quem rouba dinheiro da educação e deixa as escolas serem sucateadas. Vândalos são os políticos corruptos. É uma pena que muitas vozes só consigam ser ouvidas depois de serem tachadas como vândalas — lamenta Gouveia.
Uma manifestação contra o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), na porta da casa dele, está prevista para a próxima terça-feira, dia 30. Até o momento, 900 pessoas confirmaram participação no ato. O grupo se mostra indignado com “ataques violentos da força policial”.
Da internet para as ruas
André Gouveia conta que não conhecia pessoalmente os outros cinco manifestantes que ajudaram a criar o evento de Brasília no Facebook, identificados como Eli Coelho Yamoto, Flávio Rick Souza, Hugo Martins, Juju Cruz e Rodolfo Grilu. Eles teriam se reunido a partir de um fórum no grupo “Vamos Fazer Justiça”, na mesma rede social. Segundo André Gouveia, os representantes do “Grande ato contra a impunidade parlamentar” pretendem, depois de as reivindicações serem protocoladas, elaborar projetos de iniciativa popular. Por meio desse recurso, a proposta, se atingir os requisitos da Constituição, pode tornar-se projeto de lei, obrigando o Congresso Nacional a discuti-lo.
— Está rolando um acampamento em frente ao Parlamento. O grupo era apenas virtual. Um dia, marcamos para ir lá e nos conhecemos. Éramos 6 pessoas e hoje estamos com 13 organizadores principais, mas sem lideranças, sem partidos. Tudo coletivo e democrático. Existem alguns grupos aqui em Brasília que se venderam para partidos. Acho que este não é o momento de partidos. O povo não se sente mais representado por eles. A hora é do povo — conclui Gouveia.
Segundo ele, além das principais causas deste ato em Brasília, cada um pode levar seu cartaz com sua própria reivindicação, pois “motivos não faltam para protestar”. O publicitário, por exemplo, apesar de morar no Distrito Federal, ficou comovido com a história de Amarildo de Souza, morador da Rocinha, no Rio de Janeiro. Amarildo, considerado “desaparecido político da democracia brasileira” por André Gouveia, não deu mais notícias desde 14 de julho, quando foi levado, para “verificação”, por policiais da Unidade de Polícia Pacificadora da comunidade (UPP), onde vive.
25 de julho de 2013
Larissa Ferrari - O Globo
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