Cristóvão Colombo ficou a ver navios
Depois de quase um mês de novela, o governo da presidente Cristina Kirchner venceu. Numa manhã do fim de junho, as TVs transmitiram ao vivo o capítulo derradeiro: a remoção da estátua do navegante genovês Cristóvão Colombo (1451-1506) do alto do monumento doado a Buenos Aires pela colônia italiana, em 1910.
Cristina começou a travar uma guerra contra o navegante italiano quando propôs que sua imagem, segundo ela a de um conquistador vil, fosse substituída pela de Juana Azurduy (1780-1862), heroína boliviana da Independência argentina - um presente de Evo Morales.
O país acompanhou a disputa pelos ícones como se fosse um folhetim. De um lado, a presidente e seu discurso anti-imperialista. De outro, o prefeito de Buenos Aires e a comunidade italiana, inconformados, defendendo a monumental estátua de pedra. Por ora, ganhou Cristina, e o marinheiro permanecerá alijado do pedestal, à espera de restauração e traslado para um porto mais discreto.
21 de julho de 2013
SYLVIA COLOMBO - Folha de São Paulo
DE BUENOS AIRES
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