"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 21 de julho de 2013

EXAME COM UM SÓ PROFESSOR



Mais uma vez o ex-presidente Lula declarou que não pretende ser candidato, que apóia Dilma com todas as suas forças.

Mesmo assim, no PT, crescem as exortações para o primeiro companheiro colocar-se em condições de disputar a presidência da República em 2014, se continuar a queda na popularidade da sucessora.
 
O único empecilho a uma eventual candidatura do Lula seria sua saúde, mas ainda na semana que passou ele riu das especulações e garantiu estar muito bem. A  doença foi extirpada e não voltou, garantem seus médicos. 
 
A presidente Dilma não se oporia a uma reviravolta no processo sucessório. Primeiro porque se acontecesse, a causa estaria nas pesquisas de opinião. Depois, porque não discutirá qualquer decisão do antecessor e criador.
 
Em suma, por enquanto a reeleição segue seu curso, mas lá diante, no começo do ano que vem, precisará haver um exame da situação. Exame com um só professor. Se ficar aberta a possibilidade de derrota da presidente, o Lula entrará em campo. 
 
SÓ EM ABRIL 
 
Tem gente confundindo vontade com realidade. Sucedem-se as especulações de uma próxima reforma do ministério, até mesmo com redução de seu número. Nada corresponde, repetem os porta-vozes do governo.
Em abril de 2014 vence o prazo para a desincompatibilização dos ministros que disputarão as eleições de outubro. Pode ser que um ou dois meses antes a presidente Dilma recomponha a equipe, já  que pelo menos treze ministros serão candidatos a governos estaduais, à Câmara e ao Senado
 
Essa disposição não afasta a hipótese de mudanças pontuais, a qualquer momento, pois nomear e demitir ministros é prerrogativa presidencial.   Se um ficar doente, se o partido de outro abandonar a base oficial, até mesmo se algum for flagrado em ilícito, deixarão de ser ministros. Fora daí, podem ficar sossegados.
 
IMPOSSÍVEL BOMBARDEAR  MEIA PONTE
 
Vale repetir o episódio da indignação do general Douglas MacArthur quando, perto de invadir a China, na guerra da Coréia, recebeu do presidente Truman a ordem de não avançar nem bombardear território chinês.
Deveria restringir suas operações à Coréia. Uma ponte ligava os dois países, por onde entravam os soldados de Mao. MacArthur ia destruí-la mas foi alertado para só destruir a metade coreana. “Nunca vi, na história das guerras, a possibilidade de bombardear meia ponte…”
 
Guardadas as proporções, assim está a presidente Dilma diante do PMDB. É impossível romper apenas com meio partido, com aqueles parlamentares que a hostilizam, preservando os demais.  Mesmo sem ser uma ponte, o PMDB é um só. 

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