Para que as coisas permaneçam iguais, é preciso que tudo mude. A máxima, retirada do livro “O Leopardo”, do italiano Tomasi, cai como uma luva quando o assunto se volta para os últimos acontecimentos nos círculos políticos do país, especialmente naquilo que toca o “novo” posicionamento de lideranças do PMDB e de parte do PT.
Para que continuem comandando as coisas no Brasil, ao seu jeito, o pequeno grupo de mandatários já percebeu que precisa se mover.
Deve promover a “transformação”, porém, ela não pode ser a mesma pretendida pelos manifestantes que foram às ruas.
Neste cenário, até a presidente, temida até o início das manifestações, passa a ser vista como figura de segundo plano. A queridinha de Lula não é mais a unanimidade que foi nos primeiros meses de seu governo.
Dilma, atordada, não sabe como reagir a tantas cobranças e ao fogo amigo. Com o microfone nas mãos, diante de plateias que já não enxergam a mesma mulher de pulso forte que foi um dia, acaba se atrapalhando e mostrando o momento infeliz pelo qual passa.
EQUILÍBRIO PSICOLÓGICO
A queda de popularidade atingiu não só a gestão, mas também o equilíbrio psicológico de Dilma. A sua postura e o seu semblante não são os mesmos de antes.
A série de equívocos que levou a público, com anúncio prematuro de constituinte, plebiscito que nasceu morto, o programa desastroso para melhorar a área de saúde e a tentativa catastrófica de passar para o Congresso a batata quente das reformas requisitadas pela multidão, deixou a presidente ainda mais perdida.
O PMDB, ciente de que o vento sopra para outros lados, pediu a redução de ministérios, mas, como responsável pela ocupação de mais de 30% desses postos, não sinalizou com o corte na própria carne. O anúncio, oportunista, justificaria rupturas. A variação positiva de Aécio nos últimos levantamentos seria, para a engrenagem peemedebista, mais do que o bastante para manter um olho no peixe e outro no gato.
O PT também deu suas mexidinhas. Ao tirar os mensaleiros de sua direção nacional, sinalizou que não quer mais ficar justificando a existência de condenados em sua direção, e os novos testas do partido teriam um pouco de oxigenação. Somente isso. Por fora, os mesmos mensaleiros continuarão sendo os timoneiros.
A mudança que realmente é necessária para o coletivo, ou seja, aquela que restringe mordomias, melhora o serviço público, acaba com privilégios, atua de forma eficaz na saúde e na educação, valoriza a transparência e trabalha a política como instrumento para melhorar a vida das pessoas, vai ficando para uma outra ocasião.
(transcrito de O Tempo)
http://lorotaspoliticaseverdades.blogspot.com.br/2013/07/mudar-para-nao-mudar-eis-questao-de.html#links
21 de julho de 2013
Heron Guimarães
Deve promover a “transformação”, porém, ela não pode ser a mesma pretendida pelos manifestantes que foram às ruas.
A mudança necessária para o establishment deve ser milimetricamente calculada, dimensionada conforme o status quo e promovida com a maior margem de segurança possível.
Dilma, atordada, não sabe como reagir a tantas cobranças e ao fogo amigo. Com o microfone nas mãos, diante de plateias que já não enxergam a mesma mulher de pulso forte que foi um dia, acaba se atrapalhando e mostrando o momento infeliz pelo qual passa.
EQUILÍBRIO PSICOLÓGICO
A queda de popularidade atingiu não só a gestão, mas também o equilíbrio psicológico de Dilma. A sua postura e o seu semblante não são os mesmos de antes.
A série de equívocos que levou a público, com anúncio prematuro de constituinte, plebiscito que nasceu morto, o programa desastroso para melhorar a área de saúde e a tentativa catastrófica de passar para o Congresso a batata quente das reformas requisitadas pela multidão, deixou a presidente ainda mais perdida.
O PMDB, ciente de que o vento sopra para outros lados, pediu a redução de ministérios, mas, como responsável pela ocupação de mais de 30% desses postos, não sinalizou com o corte na própria carne. O anúncio, oportunista, justificaria rupturas. A variação positiva de Aécio nos últimos levantamentos seria, para a engrenagem peemedebista, mais do que o bastante para manter um olho no peixe e outro no gato.
O PT também deu suas mexidinhas. Ao tirar os mensaleiros de sua direção nacional, sinalizou que não quer mais ficar justificando a existência de condenados em sua direção, e os novos testas do partido teriam um pouco de oxigenação. Somente isso. Por fora, os mesmos mensaleiros continuarão sendo os timoneiros.
A mudança que realmente é necessária para o coletivo, ou seja, aquela que restringe mordomias, melhora o serviço público, acaba com privilégios, atua de forma eficaz na saúde e na educação, valoriza a transparência e trabalha a política como instrumento para melhorar a vida das pessoas, vai ficando para uma outra ocasião.
(transcrito de O Tempo)
http://lorotaspoliticaseverdades.blogspot.com.br/2013/07/mudar-para-nao-mudar-eis-questao-de.html#links
21 de julho de 2013
Heron Guimarães
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