O governo da presidente Dilma Rousseff maltrata seus seguidores, principalmente, aqueles sempre dispostos a defendê-lo nas redes sociais a cada suspiro da petista. Tem sido assim: Dilma aparece na TV e anuncia um plebiscito para decidir sobre a reforma política.
Logo depois, seus eleitores e fãs se lançam em uma cruzada para defender a ideia da presidente com uma série de argumentos – alguns plausíveis e outros totalmente mirabolantes.
Quando essas pessoas já se expuseram ao máximo em defesa do governo, criando desafetos e até sendo meio ridículas em alguns casos tamanha a cegueira, a presidente vem e desiste do tal projeto salvador, jogando sua militância num vazio político.
Ontem, o governo federal repetiu a tacada. Depois de anunciar a intenção de estender os cursos de medicina em mais dois anos, com trabalho obrigatório dos estudantes no SUS, e criar uma imensa briga com a categoria, o ministro da Saúde veio a público nessa quarta-feira para falar da mudança de rota do governo.
A desistência da ideia original, sustentada durante menos de um mês com fervor como um modelo de sucesso adotado em diversos outros países, deixa novamente a militância no vácuo.
Afinal de contas, qual é o problema? A presidente e sua equipe estão jogando para a torcida? Ou é falta de preparo e afobamento na tentativa de dar uma resposta rápida à população?
O perfil firme da presidente está começando a se desmanchar, inclusive, entre os que votaram nela, pois as medidas anunciadas recentemente não resistiram à pressão de políticos e de segmentos da sociedade.
A dúvida é se não resistiram porque implicariam em uma briga com o Congresso e com categorias organizadas, a qual o governo avaliou ser muito grande para comprar, ou se caíram por terra porque não se sustentavam.
“DILMA BOLADA”
Até a Dilma Bolada – perfil criado no Facebook por um simpatizante da presidente para promover suas ações de forma bem-humorada – está ficando em apuros.
A falta de comunicação no Planalto, ilustrado por um vai e vem de decisões e programas, é uma comédia por si só.
A sorte de Dilma e do PT é a fragilidade permanente da oposição, completamente perdida, sem discurso e sem ação.
Nesse cenário, uma espécie de terra de ninguém, as manifestações é que vão ditando o ritmo e obrigando os governos a se curvarem a antigas reivindicações. Foi assim com o transporte e começa a avançar para outras áreas, como o problema habitacional.
Acuados, prefeitos, governadores e até a presidente tentam empurrar a culpa um para o outro e agem de forma isolada para tentar dar satisfação ao povo. Só assim para entender, no caso do governo federal, tantos desmandos e alterações de percurso em um curto espaço de tempo.
(transcrito de O Tempo)
04 de agosto de 2013
Murilo Rocha
Logo depois, seus eleitores e fãs se lançam em uma cruzada para defender a ideia da presidente com uma série de argumentos – alguns plausíveis e outros totalmente mirabolantes.
Quando essas pessoas já se expuseram ao máximo em defesa do governo, criando desafetos e até sendo meio ridículas em alguns casos tamanha a cegueira, a presidente vem e desiste do tal projeto salvador, jogando sua militância num vazio político.
Ontem, o governo federal repetiu a tacada. Depois de anunciar a intenção de estender os cursos de medicina em mais dois anos, com trabalho obrigatório dos estudantes no SUS, e criar uma imensa briga com a categoria, o ministro da Saúde veio a público nessa quarta-feira para falar da mudança de rota do governo.
A desistência da ideia original, sustentada durante menos de um mês com fervor como um modelo de sucesso adotado em diversos outros países, deixa novamente a militância no vácuo.
Afinal de contas, qual é o problema? A presidente e sua equipe estão jogando para a torcida? Ou é falta de preparo e afobamento na tentativa de dar uma resposta rápida à população?
O perfil firme da presidente está começando a se desmanchar, inclusive, entre os que votaram nela, pois as medidas anunciadas recentemente não resistiram à pressão de políticos e de segmentos da sociedade.
A dúvida é se não resistiram porque implicariam em uma briga com o Congresso e com categorias organizadas, a qual o governo avaliou ser muito grande para comprar, ou se caíram por terra porque não se sustentavam.
“DILMA BOLADA”
Até a Dilma Bolada – perfil criado no Facebook por um simpatizante da presidente para promover suas ações de forma bem-humorada – está ficando em apuros.
A falta de comunicação no Planalto, ilustrado por um vai e vem de decisões e programas, é uma comédia por si só.
A sorte de Dilma e do PT é a fragilidade permanente da oposição, completamente perdida, sem discurso e sem ação.
Nesse cenário, uma espécie de terra de ninguém, as manifestações é que vão ditando o ritmo e obrigando os governos a se curvarem a antigas reivindicações. Foi assim com o transporte e começa a avançar para outras áreas, como o problema habitacional.
Acuados, prefeitos, governadores e até a presidente tentam empurrar a culpa um para o outro e agem de forma isolada para tentar dar satisfação ao povo. Só assim para entender, no caso do governo federal, tantos desmandos e alterações de percurso em um curto espaço de tempo.
(transcrito de O Tempo)
04 de agosto de 2013
Murilo Rocha
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