Ao assumir a direção do Le Monde, em fevereiro do ano passado, Erik Izraelevwicz escreveu um editorial em que dizia que “no campo da informação, a revolução introduzida pela internet não para de modificar o panorama. A experiência do Huffington Post nos Estados Unidos nos obriga a repensar nosso jornal, a nos situar numa cultura multimídia”. O Huffington Post americano tem 37 milhões de leitores por mês, o que faz dele o jornal online mais lido do mundo.
O Huffington Post francês foi lançado numa operação de marketing digna das grandes marcas, dia 23 de janeiro, na sede do jornal mais respeitado da França, Le Monde, que tem 34% do capital do novo jornal online. O jornal vai competir com os bem-sucedidos Rue89 e Mediapart, criados exclusivamente online, sem versão impressa, por jornalistas oriundos do Libération e do Le Monde, respectivamente.
Sem censura
Lançado nos Estados Unidos em 2005, o Huffington Post superou a versão online do The New York Times (uma exceção, pois as marcas da imprensa escrita ainda têm um lugar importante entre a mídia online). A versão francesa é totalmente produzida em Paris por uma redação de oito jornalistas (a redação americana tem 200) comandados pela jornalista Anne Sinclair, diretora editorial, que na vida privada é madame Strauss-Kahn.
Além de uma bem-sucedida carreira no jornalismo ela goza de uma quota de popularidade excepcional, tendo sido eleita a mulher do ano em 2011, seguida de Christine Lagarde e Martine Aubry. Anne Sinclair prometeu fazer um jornal tipicamente francês, em harmonia com a cultura do país, e anunciou blogs assinados por grandes personalidades do mundo político e cultural.
O lançamento reuniu um número de jornalistas, cinegrafistas e fotógrafos nunca visto em entrevista coletiva. Mais de 200 profissionais da imprensa foram à sede do Le Monde para conhecer o projeto. A fundadora do Huff Post, Arianne Huffington, veio dos Estados Unidos e apresentou seu novo rebento cercada dos responsáveis pela versão francesa: Louis Dreyfus, presidente do grupo Le Monde, Matthieu Pigasse, um dos acionistas do Le Monde e presidente da holding Les Nouvelles Editions Indépendantes (que edita o Huff além da revista impressa Les Inrockuptibles), David Kessler, diretor do Huff Post francês, Paul Ackermann, redator-chefe.
Mas parte daquele enxame de profissionais da imprensa se deslocou para ver e ouvir a mulher de Dominique Strauss-Kahn, que garantiu que todos os assuntos vão ser tratados pelo jornal, sem censura ou autocensura – mesmo a suíte do affaire que envolve seu marido, pois sabe separar vida privada da vida profissional.
Duas marcas
Propriedade do grupo AOL desde fevereiro do ano passado, o Huffington Post foi anunciado por Arianna Huffington como um modelo da informação online, misturando assuntos sérios com a leveza do lazer e da cultura e apresentando “storytellings com emoção e não apenas números e personagens”. Segundo Anne Sinclair, o jornal não é nem de direita nem de esquerda, mas “republicano e humanista”. E pretende ser sério e divertido.
O Huffington Post francês tem cinco rubricas: eleições presidenciais 2012, economia, internacional, cultura e tendências (que inclui novas tecnologias, arte de viver, moda e lazer).
Apesar de serem parceiras, as duas marcas que se unem no novo jornal – Le Monde e Huffington Post – são separadas e as redações totalmente independentes.
Por Leneide Duarte-Plon em 26/01/2012
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
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