"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

ASCENSÃO E QUEDA DE MARIO NEGROMONTE, MAIS UM MINISTRO QUE JÁ ERA, TAMBÉM REPLETO DE ACUSAÇÕES DE CORRUPÇÃO

O repórter Gabriel Mascarenhas, do Correio Braziliense, afirma que desde o início de janeiro, o isolamento do ministro Mario Negromonte ficou cada vez mais evidente com o fato de não ter sido chamado para reuniões importantes no Planalto, com pertinência à pasta de Cidades, como a preparatória para grandes eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas de 2016.

Esvaziado, esta semana ele colocou o cargo à disposição, atendendo a um desejo do governo e evitando mais desgastes para a presidente e para o próprio partido.

Contra Negromonte pesam denúncias de tráfico de influência, fraude de documentos e até pagamento de propina a correligionários do PP. No ano passado, ele posava de político inatacável, dizendo que havia muitos políticos de ficha suja na bancada do PP, e havia mesmo. Mas Negromonte não é nem um pouco diferente deles. E os próprios correligionários do ministro desde o ano passado tratavam a queda dele como uma questão de tempo.

“Quem decide se demite e quando demite é a presidente, mas, do jeito que está, é ruim para o partido, para o governo, para todo mundo. A situação atual é constrangedora”, afirmou o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), pouco antes do ministro colocar o cargo a disposição.

O repórter Gabriel Mascarenhas diz que mesmo os aliados mais próximos de Negromonte, como Jaques Wagner, não o defendiam mais publicamente.

“Quando Negromonte foi para o ministério, deixei claro que essa era uma indicação do PP. Foi elogiada por mim porque cada baiano que ocupe um papel é importante”, esquivou-se o governador, segunda-feira.

Em novembro, porém, o posicionamento de Wagner era outro. Diante das acusações contra Negromonte, ele foi enfático ao dizer que tais suspeitas eram ridículas e vindas de pessoas que sentiam “muito ciúme da Bahia”, vejam só que tamanha desfaçatez. Como dizia Nelson Rodrigues sobre os mineiros e o câncer, os baianos só são solidários no poder…

Carlos Newton
01 de fevereiro de 2012

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