O governo federal divulgou este fim de semana uma nota em que a presidente Dilma Rousseff diz que “lamenta interpretações” negativas sobre a atuação do ex-ministro do Desenvolvimento Agrário Afonso Florence (PT-BA), que deixou o cargo sexta-feira.
A nota reitera agradecimentos da presidente a Florence por sua “importante colaboração à frente da pasta” e diz que Dilma considera que o petista “prestou grandes serviços ao processo de inclusão social no campo”.
Mas na verdade todos sabem que Florence deixou o cargo porque o Planalto entendia que seu desempenho à frente do ministério era insatisfatório. O petista estava há meses da lista de ministros que perderiam o cargo, devido à sua inoperância, marcada pela lentidão da reforma agrária. A expansão do programa foi a pior desde 1995, com menos de 22 mil famílias assentadas. Um fracasso total.
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IMPORTANTE COLABORAÇÃO?
Leia a íntegra da nota da Presidência:
A presidenta da República, Dilma Rousseff, reiterou hoje os agradecimentos ao ministro do Desenvolvimento Agrário, deputado Afonso Florence, por sua importante colaboração à frente da pasta.
A presidenta lamenta interpretações em contrário e considera que Florence prestou grandes serviços ao processo de inclusão social no campo. No comando do Ministério do Desenvolvimento Agrário, ele participou de ações que fortaleceram a agricultura familiar e ajudaram a melhorar a vida de milhares de brasileiros.
A presidenta está certa de que continuará contando com o valioso apoio e a colaboração de Afonso Florence, que deixa o cargo para se dedicar a projetos importantes para seu estado, a Bahia.”
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UM OLHAR NO PASSADO
É preciso que se diga a verdade. O deputado federal Afonso Florence jamais deveria ter sido nomeado para o Ministério do Desenvolvimento Agrário. Motivo: na Bahia, ele está sendo investigado pelo Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado, por falcatruas no repasse de verba da Secretaria de Desenvolvimento Urbano a uma entidade privada.
Em 2008, quando comandava a Secretaria, o petista Florence autorizou convênio com o Instituto Brasil no valor de R$ 17,9 milhões, para construção de 1.120 casas populares, sem licitação. O instituto é uma Oscip da área de direitos sociais e cultura.
As irregularidades resultaram na suspensão dos repasses, determinadas pelo TCE por orientação do MP, e em duas representações da bancada da oposição na Assembleia da Bahia por improbidade administrativa.
O tal Instituto Brasil, que conseguiu receber cerca de R$ 8 milhões da Secretaria então comandada por Florence e passou notas frias, não por coincidência é presidido por Dalva Selle Paiva, do PT baiano. Está tudo em casa.
11 de março de 2012
Carlos Newton
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
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