"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 17 de abril de 2012

A CPI E O PIOR QUE PODE ACONTECER.

Ou: Cachoeira com a mão no botão vermelho

O pior que poderá acontecer ao país e às instituições é a instalação de uma CPI sob o signo do medo, que acabará não investigando porcaria nenhuma!

Do clima de guerra, com a faca nos dentes e os olhos injetados de sangue, chegar-se-ia, para recorrer a uma palavra que caiu em desuso como conceito político, à CPI da “détente“, da inimizade cordial. Ninguém se atreveria a detonar primeiro o, digamos assim, artefato nuclear. Escolher-se-iam alguns bodes expiatórios, e pronto!
Mas quem seria servido em postas apenas para fazer as honras da casa? Cachoeira aceitaria ir para o matadouro sem levar junto a Delta? Demóstenes iria para o sacrifício, preservando outros tantos íntimos do esquema Cachoeira?

O que há de governistas furiosos com Dirceu e seu estafeta, Rui Falcão, não está escrito! Avaliam que, para tentar salvar a própria pele e melar o processo do mensalão, ele não mediu consequências. Pode parecer incrível, senhoras e senhores, mas é nas mãos do satanizado Carlinhos Cachoeira que está o botão vermelho.
Se ele decidir apertar, manda boa parte da República pelos ares.
Imaginem uma CPI que teria de, a um só tempo, detonar e preservar o bicheiro.
Por R$ 15 milhões, ele contratou um advogado e conselheiro bastante experiente: Márcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça e petista de comprovada autenticidade.
Já sabemos o quanto custou. Vamos ver o que isso vai lhe valer.

17 de abril de 2012
Reinaldo Azevedo

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