Os primeiros
requerimentos aprovados foram pedidos de compartilhamento de informações
relativas aos tentáculos da quadrilha do contraventor, que estão em posse do
Supremo Tribunal Federal (STF), da Procuradoria-Geral da República (PGR) e da
Polícia Federal (PF). Outros 160 requerimentos foram apresentados, a maior
parte para convocação de autoridades.
A reunião
teve início com a confirmação das eleições do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB)
como presidente do colegiado e do deputado Odair Cunha (PT-MG) na relatoria. Os
requerimentos serão sistematizados e passarão a ser avaliados na próxima
sessão, marcada para quarta-feira da semana que vem, às 14h30.
Na esteira
das convocações como instrumento de pressão política, o senador Fernando Collor
(PTB-AL) chegou a defender a convocação do procurador-geral da República,
Roberto Gurgel. A presença do PGR serviria para prestar esclarecimentos sobre
as operações Vegas e Monte Carlo, mas também para que explicasse a demora de quatro
anos em pedir a abertura de inquérito ao STF.
Collor deve apresentar o requerimento na próxima reunião.
Collor deve apresentar o requerimento na próxima reunião.
Líder do PT
na Câmara, Jilmar Tatto (SP) tentou impedir a manobra, mas existe um
entendimento consensual de que Gurgel deve ir à comissão. Na próxima semana,
Vital do Rêgo e Odair Cunha visitam o PGR para convencê-lo a comparecer,
evitando o constrangimento de uma convocação.
"Acho
interessante que, antes de chegarmos à metade dos trabalhos, o procurador-geral
venha à CPI, pois é peça fundamental para entendermos o que já existe de
concreto em termos de investigação. Podemos ouvi-lo enquanto analisamos os
documentos", disse Vital.
Ele defende
que Gurgel seja o primeiro a comparecer.
A oposição,
acuada, também começou a colocar em prática o que pretende com a CPI:
empurrar as denúncias o mais próximo possível do Palácio do Planalto.
O intuito é afastar o foco do governador de Goiás, Marconi Perillo.
De formada velada, há até a ameaça de pressão sobre governadores do PMDB que tinham relações com Fernando Cavendish, ex-presidente da Delta Construções.
empurrar as denúncias o mais próximo possível do Palácio do Planalto.
O intuito é afastar o foco do governador de Goiás, Marconi Perillo.
De formada velada, há até a ameaça de pressão sobre governadores do PMDB que tinham relações com Fernando Cavendish, ex-presidente da Delta Construções.
Como pano de
fundo, os oposicionistas acenam com um acordo de cessar-fogo.
Nessa linha,
o deputado Ônyx Lorenzoni (DEM-RS) apresentou requerimentos de convocação
incômodos ao governo. Cavendish, que mantém contratos milionários com o
Executivo, é um dos nomes propostos.
Outros são o de Waldomiro Diniz, personagem principal do primeiro escândalo do governo Lula, em 2004, e de Luiz Antônio Pagot, ex-diretor-geral do Dnit, visto como um "fio desencapado" pelo potencial de dano a governistas.
Outros são o de Waldomiro Diniz, personagem principal do primeiro escândalo do governo Lula, em 2004, e de Luiz Antônio Pagot, ex-diretor-geral do Dnit, visto como um "fio desencapado" pelo potencial de dano a governistas.
Do outro
lado da rua, o Palácio do Planalto monitora com atenção as ações da CPI. A
preocupação é manter os membros da CPI satisfeitos para que blindem o governo
durante as investigações.
Na terça e na quarta-feira, Vital do Rêgo esteve com a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, para conversar sobre a comissão, emendas parlamentares e uma disputa regional em que a ministra, inclusive, pode interferir para ajudar o senador.
Na terça e na quarta-feira, Vital do Rêgo esteve com a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, para conversar sobre a comissão, emendas parlamentares e uma disputa regional em que a ministra, inclusive, pode interferir para ajudar o senador.
O caso em
questão se refere ao seu irmão, prefeito de Campina Grande (PB), Veneziano
Vital do Rêgo. Ele foi abandonado pelo PT municipal após oito anos de aliança.
Palacianos prometem ajudar o PMDB na cidade a recuperar os petistas
desgarrados, uma ação para agradar o presidente da CPI.
"Acho
interessante que, antes de chegarmos à metade dos trabalhos, o procurador-geral
venha à CPI, pois é peça fundamental"
Vital do Rêgo (PMDB-PB), presidente da CPI do Cachoeira
Gabriel Mascarenhas - Correio Braziliense
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