Sucateamento das Forças Armadas é denunciado na Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra
Incisivo, verdadeiro e emocionante – assim pode ser resumido o extraordinário
discurso do jurista Waldemar Zveiter, quinta-feira, em reunião da Associação dos
Diplomados da Escola Superior de Guerra (Adesg), em que fez importantes
denúncia, especialmente no tocante ao sucateamento das Forças Armadas.
O primeiro pronunciamento foi do presidente da Adesg, Pedro Luiz Berwanger, que falou sobre a importância da ação da Maçonaria brasileira em defesa da soberania sobre a Amazônia, hoje ameaçada pela Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos das Nações Indígenas.
Berwanger alertou que esse Tratado da ONU, assinado pelo governo brasileiro em 2007, determina a independência política, administrativa e social das 206 etnias indígenas existentes no país, cujas reservas podem se transformar em países autônomos, se o Brasil realmente seguir os termos do acordo internacional.
Falando em seguida, Waldemar Zveiter, que é Grã-Mestre da Maçonaria no Rio, atacou duramente o governo federal, mas sempre se referindo ao “presidente Lula”, sem mencionar em momento algum sua sucessora Dilma Rousseff, como se Lula ainda estivesse no poder, o que não deixa de ser verdade.
O jurista começou criticando o governo federal por ter enviado em 2005 ao Congresso o projeto 4.779/05, que permitiria a alienação de parte da Amazônia a empresas privados. A proposta foi encaminhada em regime de “urgência constitucional”, que dava à Câmara e ao Senado apenas 45 dias cada um para debatere e aprovar a inovação.
Zveiter disse que naquela ocasião escreveu e publicou o livro “A Maçonaria pela Integridade da Amazônia em defesa da Soberania do Brasil”, que foi distribuído a todos or parlamentares e contribuiu para a rejeição do projeto de Lula.
Em seguida, o ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça retomou a linha do discurso de Berwanger e chamou atenção para as ameaças à soberania brasileira na Amazônia. Lamentou então o progressivo sucateamento das Forças Armadas e os baixos salários dos militares, dizendo que hoje a remuneração de um general de cinco estrelas é inferior ao vencimento de um juiz iniciante, fato que considera injusto e até inconcebível.
Passou a analisar a situação dos equipamentos de cada uma das Armas, mostrando que Exército, Marinha e Aeronáutica não têm a menor condição de defender os interesses e a soberania do país.
“A maior parte dos equipamentos está obsoleta. A Marinha só tem um porta-avisões, comprado de terceira mão, que nem sai ao mar”, lembrou, assinalando que os outros navios da Armada foram fabricados na época da Segunda Guerra Mundial.
Foi um discurso longo, que a platéia ouviu em impressionante silêncio, no salão do Clube da Aeronáutica. Sempre de improviso, Zveiter mostrou ser um experimentado orador e foi emendando uma denúncia à outra.
Citou também a situação crítica do Exército, especialmente nas áreas de fronteira, sem condições de defender os interesses nacionais na Amazônia.
Depois demorou-se a apontar o sucateamento da Aeronáutica, que tem cada vez menos aeronaves em condições de voar.
Indagou então pelos novos caças, que ninguém sabe quando realmente serão comprados, e perguntou até quando os Mirage poderão continuar em serviço.
“E quantos Mirage existem. Oito, cinco?” – ironizou
Ao final, criticou também a discussão do Código Florestal no Congresso sem que tivessem sido ouvidas as Forças Armadas nas questões relativas à Amazônia. Disse que isso mostra que os governantes brasileiros, além da permitirem a progressiva obsolescência dos equipamentos, também desprezam a valiosa opinião dos militares.
Ao encerrar o pronunciamento, Zveiter foi ovacionado, com todos os participantes da sessão se levantando para aplaudi-lo demoradamente.
Se algum parlamentar subisse à tribuna do Congresso para fazer um discurso nesses termos, certamente também seria ovacionado, mas cadê coragem?
27 de abril de 2012
Carlos Newton
O primeiro pronunciamento foi do presidente da Adesg, Pedro Luiz Berwanger, que falou sobre a importância da ação da Maçonaria brasileira em defesa da soberania sobre a Amazônia, hoje ameaçada pela Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos das Nações Indígenas.
Berwanger alertou que esse Tratado da ONU, assinado pelo governo brasileiro em 2007, determina a independência política, administrativa e social das 206 etnias indígenas existentes no país, cujas reservas podem se transformar em países autônomos, se o Brasil realmente seguir os termos do acordo internacional.
Falando em seguida, Waldemar Zveiter, que é Grã-Mestre da Maçonaria no Rio, atacou duramente o governo federal, mas sempre se referindo ao “presidente Lula”, sem mencionar em momento algum sua sucessora Dilma Rousseff, como se Lula ainda estivesse no poder, o que não deixa de ser verdade.
O jurista começou criticando o governo federal por ter enviado em 2005 ao Congresso o projeto 4.779/05, que permitiria a alienação de parte da Amazônia a empresas privados. A proposta foi encaminhada em regime de “urgência constitucional”, que dava à Câmara e ao Senado apenas 45 dias cada um para debatere e aprovar a inovação.
Zveiter disse que naquela ocasião escreveu e publicou o livro “A Maçonaria pela Integridade da Amazônia em defesa da Soberania do Brasil”, que foi distribuído a todos or parlamentares e contribuiu para a rejeição do projeto de Lula.
Em seguida, o ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça retomou a linha do discurso de Berwanger e chamou atenção para as ameaças à soberania brasileira na Amazônia. Lamentou então o progressivo sucateamento das Forças Armadas e os baixos salários dos militares, dizendo que hoje a remuneração de um general de cinco estrelas é inferior ao vencimento de um juiz iniciante, fato que considera injusto e até inconcebível.
Passou a analisar a situação dos equipamentos de cada uma das Armas, mostrando que Exército, Marinha e Aeronáutica não têm a menor condição de defender os interesses e a soberania do país.
“A maior parte dos equipamentos está obsoleta. A Marinha só tem um porta-avisões, comprado de terceira mão, que nem sai ao mar”, lembrou, assinalando que os outros navios da Armada foram fabricados na época da Segunda Guerra Mundial.
Foi um discurso longo, que a platéia ouviu em impressionante silêncio, no salão do Clube da Aeronáutica. Sempre de improviso, Zveiter mostrou ser um experimentado orador e foi emendando uma denúncia à outra.
Citou também a situação crítica do Exército, especialmente nas áreas de fronteira, sem condições de defender os interesses nacionais na Amazônia.
Depois demorou-se a apontar o sucateamento da Aeronáutica, que tem cada vez menos aeronaves em condições de voar.
Indagou então pelos novos caças, que ninguém sabe quando realmente serão comprados, e perguntou até quando os Mirage poderão continuar em serviço.
“E quantos Mirage existem. Oito, cinco?” – ironizou
Ao final, criticou também a discussão do Código Florestal no Congresso sem que tivessem sido ouvidas as Forças Armadas nas questões relativas à Amazônia. Disse que isso mostra que os governantes brasileiros, além da permitirem a progressiva obsolescência dos equipamentos, também desprezam a valiosa opinião dos militares.
Ao encerrar o pronunciamento, Zveiter foi ovacionado, com todos os participantes da sessão se levantando para aplaudi-lo demoradamente.
Se algum parlamentar subisse à tribuna do Congresso para fazer um discurso nesses termos, certamente também seria ovacionado, mas cadê coragem?
27 de abril de 2012
Carlos Newton
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