"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 21 de abril de 2012

SÓCIAS OBRIGAM A DELTA A ABANDONAR A OBRA DO MARACANÃ. É O COMEÇO DO FIM.


O império começa a desmoronar, antes mesmo da abertura da CPI do Cachoeira. A Delta Construções vai deixar até o dia 1º de maio o consórcio que faz a reforma do Maracanã, estádio que será palco da final da Copa do Mundo de 2014.


A decisão foi tomada pelas empresas que integram o consórcio, Odebrecht Infraestrutura (49%) e Andrade Gutierrez (21%). A Delta detinha apenas 30% do consórcio e terá de aceitar o alijamento, causado pelo escândalo do envolvimento da empreiteira no inquérito da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal.


Esse foi o primeiro grande golpe sofrido pela construtora de Fernando Cavendish – líder de projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e de obras no Estado do Rio de Janeiro -, desde que começaram a surgir denúncias envolvendo a empresa com o esquema de corrupção comandado pelo contraventor Carlinhos Cachoeira.


O dono da Delta, Fernando Cavendish é um dos melhores e mais íntimos amigos de Sergio Cabral (chegaram a ser concunhados, durante curto espaço de tempo).
O governador, que até tentou abortar a formação da CPI do Cachoeira, está inconsolável com os problemas do empreiteiro, assim como o vice Luiz Fernando Pezão, que também se declarou amigo íntimo de Cavendish.


A reforma do Maracanã, cujo início se deu em setembro de 2010, foi orçada em R$ 700 milhões. Mas, em junho do ano passado, teve seu custo elevado para R$ 931 milhões, a partir de seu compromisso de construir toda a cobertura do estádio.
Contudo, ele foi reduzido para R$ 859 milhões após o Tribunal de Contas da União constatar sobrepreço no orçamento. Com a saída da empreiteira, a conclusão da reforma prevista para o início de 2013 deverá atrasar.
Segundo a assessoria de imprensa da Delta, a empresa não irá se manifestar, por enquanto, sobre a decisão.

21 de abril de 2012
Carlos Newton

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