O jornalista Ruy Castro escreveu um artigo magnífico na edição de segunda-feira da Folha de São Paulo, mostrando ao governo Sérgio Cabral a importância histórica e cultural do quartel da Polícia Militar na Rua Evaristo da Veiga. A venda está sendo negociada com a Petrobrás para demolição dando lugar para mais uma sede da empresa estatal no centro da cidade.
A Petrobrás construiria um edifício de grande porte, que possivelmente não poderia ocupar integralmente.
Mas este é outro ângulo do empreendimento imobiliário.
O quartel da PM – lembra Ruy Castro – foi construído em 1740 pelo engenheiro José Fernando Pinto Alpoim, morto em 1766, e que assinou uma série de obras marcantes no tempo do reinado, todas antecedendo a independência do Brasil em 1822.
Entre elas o Paço Imperial, restaurado por Marcos Vilaça em 1980, quando ocupou a Secretaria de Cultura do MEC, os Arcos da Lapa, o Arco do Teles, integrantes, todas, do patrimônio do IPHAN. Um absurdo a demolição que, sem dúvida, atinge a memória nacional. Um impulso a mais do executivo fluminense contra a arte do passado e sua preservação. Há precedentes: a venda da sede do Automóvel Clube do Brasil (não será mais vendida) na Cinelândia, o quartel na mesma PM na Bartolomeu Mitre, no Leblon.
A construção de um novo Museu da Imagem e do Som, na Avenida Atlântica, prevista há quatro anos com a desapropriação de casa noturna no local, parece estar sendo iniciada agora. O ritmo, pelo qual se nota da rua, é lento. Demolir o quartel da PM no centro da cidade é mais uma contradição em matéria de projeto integrado de urbanismo.
Outra contradição, como Emílio Ibraim assinalou em artigo no Globo, a intenção incrível de derrubar o elevado da Rodrigues Alves.
Neste caso, a iniciativa aparente é do prefeito Eduardo Paes, embora ao longo de quase quatro anos não tenha conseguido, até domingo passado, concluir as obras de solo da própria Rodrigues Alves, tampouco da Sacadura Cabral, Venezuela e Rua do Livramento. Passo lá todos os domingos quando vou a Rádio Tupi participar da mesa de debates de Haroldo de Andrade Júnior. Assim tornei-me testemunha da incapacidade. Não é possível que tais obras a que me refiro sejam tão complexas assim. As máquinas não são muitas. Até agora produziram poeira pela retirada de asfalto e paralelepípedos. Incrível.
Mas é sobretudo incrível a fixação simultânea do governo estadual e da Prefeitura na zona Portuária. Área pouquíssimo urbanizada, extremamente antiga, pouco acolhedora. Apesar de tudo isso porém, de acordo com ótima reportagem de Isabela Bastos e Luiz Ernesto Magalhães, O Globo de segunda-feira 4, estado e município projetam a construção de nada menos que sete prédios na região, com 1.330 apartamentos, para hospedar jornalistas e árbitros que vieram participar das Olimpíadas de 2016. Esse conjunto múltiplo de edifícios, pela proposta, será erguido nas proximidades da Rodoviária Novo Rio.
Será financiado, explica a matéria, pela colocação no mercado de certificados de potencial de construção (assim são chamados literalmente), adquiridos, não sei bem se pela Caixa Econômica Federal.
Seja lá como for, percebe-se a dificuldade de aceitação posterior a 2016 pelo mercado. Os juros são reduzidos, mas a entrega aos compradores definitivos, em segunda mão, portanto, só em 2017.
O empreendimento será erguido e administrado pelo Consórcio Solace que – acrescentam os repórteres – adquiriu o terreno. Adquiriu, a rigor, de quem? Uma pergunta que poderá ser formulada pela Câmara Municipal e pela Assembleia Legislativa. Afinal de contas, qualquer área tem dono. Seja ele um órgão estatal um grupo empresarial ou um proprietário particular.
A Petrobrás construiria um edifício de grande porte, que possivelmente não poderia ocupar integralmente.
Mas este é outro ângulo do empreendimento imobiliário.
O quartel da PM – lembra Ruy Castro – foi construído em 1740 pelo engenheiro José Fernando Pinto Alpoim, morto em 1766, e que assinou uma série de obras marcantes no tempo do reinado, todas antecedendo a independência do Brasil em 1822.
Entre elas o Paço Imperial, restaurado por Marcos Vilaça em 1980, quando ocupou a Secretaria de Cultura do MEC, os Arcos da Lapa, o Arco do Teles, integrantes, todas, do patrimônio do IPHAN. Um absurdo a demolição que, sem dúvida, atinge a memória nacional. Um impulso a mais do executivo fluminense contra a arte do passado e sua preservação. Há precedentes: a venda da sede do Automóvel Clube do Brasil (não será mais vendida) na Cinelândia, o quartel na mesma PM na Bartolomeu Mitre, no Leblon.
A construção de um novo Museu da Imagem e do Som, na Avenida Atlântica, prevista há quatro anos com a desapropriação de casa noturna no local, parece estar sendo iniciada agora. O ritmo, pelo qual se nota da rua, é lento. Demolir o quartel da PM no centro da cidade é mais uma contradição em matéria de projeto integrado de urbanismo.
Outra contradição, como Emílio Ibraim assinalou em artigo no Globo, a intenção incrível de derrubar o elevado da Rodrigues Alves.
Neste caso, a iniciativa aparente é do prefeito Eduardo Paes, embora ao longo de quase quatro anos não tenha conseguido, até domingo passado, concluir as obras de solo da própria Rodrigues Alves, tampouco da Sacadura Cabral, Venezuela e Rua do Livramento. Passo lá todos os domingos quando vou a Rádio Tupi participar da mesa de debates de Haroldo de Andrade Júnior. Assim tornei-me testemunha da incapacidade. Não é possível que tais obras a que me refiro sejam tão complexas assim. As máquinas não são muitas. Até agora produziram poeira pela retirada de asfalto e paralelepípedos. Incrível.
Mas é sobretudo incrível a fixação simultânea do governo estadual e da Prefeitura na zona Portuária. Área pouquíssimo urbanizada, extremamente antiga, pouco acolhedora. Apesar de tudo isso porém, de acordo com ótima reportagem de Isabela Bastos e Luiz Ernesto Magalhães, O Globo de segunda-feira 4, estado e município projetam a construção de nada menos que sete prédios na região, com 1.330 apartamentos, para hospedar jornalistas e árbitros que vieram participar das Olimpíadas de 2016. Esse conjunto múltiplo de edifícios, pela proposta, será erguido nas proximidades da Rodoviária Novo Rio.
Será financiado, explica a matéria, pela colocação no mercado de certificados de potencial de construção (assim são chamados literalmente), adquiridos, não sei bem se pela Caixa Econômica Federal.
Seja lá como for, percebe-se a dificuldade de aceitação posterior a 2016 pelo mercado. Os juros são reduzidos, mas a entrega aos compradores definitivos, em segunda mão, portanto, só em 2017.
O empreendimento será erguido e administrado pelo Consórcio Solace que – acrescentam os repórteres – adquiriu o terreno. Adquiriu, a rigor, de quem? Uma pergunta que poderá ser formulada pela Câmara Municipal e pela Assembleia Legislativa. Afinal de contas, qualquer área tem dono. Seja ele um órgão estatal um grupo empresarial ou um proprietário particular.
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