Quando mais perto da Rio +20, a Conferência da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a realizar-se no Rio de Janeiro de 20 a 22 deste mês, todos os veículos da grande mídia são inundados por matérias a respeito desde tema.
Na maioria as reportagens que enfocam o assuntosinvariavelmente são louvações à ecochatice ou premonições catastróficas que apontam para o fim do mundo, a menos que os terráqueos decidam renegar à civilização, andar de tangar e viver em cavernas. Deve-se acrescentar que os vaticínios tenebrosos proferidos pelos ecochatos não passaram ainda pela verificação da prova, que é o mote a ciência.
Mais uma vez a revista Veja, por enquanto, deu um tratamento jornalisticamente correto ao tema em sua edição impressa. Um mini-resumo do excelente texto publicado pela Veja está no blog do Reinaldo Azevedo. Transcrevo o seu prólogo e um dos itens que dão uma idéia dos elementos que esse texto oferece para uma reflexão séria e objetiva no que respeita à ecologia. Link para leitura completa ao final da postagem do Reinaldo Azevedo. Leiam:
A edição de VEJA desta semana traz uma série de textos sobre a “Rio+20″. Entre eles, está um artigo de seis páginas, escrito especialmente para a revista, de autoria dos antropólogos americanos Michael Schellenberger e Ted Nordhaus. Eles são autores de um texto que se tornou um clássico dos debates sobre ecologia e meio ambiente: “A Morte do Ambientalismo”.
Não! Não se trata de um libelo de céticos contra as teses do aquecimento global ou das mudanças climáticas. Ainda que assim fosse, noto, o ceticismo não é um mal em si. O mal está nas hipóteses não testadas que se querem teoria. Schellenberger e Nordhaus nem perdem tempo especulando se o homem altera ou não o meio ambiente, o clima etc. Dão de barato que sim. O ponto é outro: qual seria a alternativa e em que resultaram essas mudanças?
Eles acham que os problemas que a cultura humana criou para si mesma têm uma resposta: avanço técnico, saber, civilização. Como lembram, com leve ironia, o risco do bug do milênio não nos devolveu às máquinas de escrever, certo? O texto é longo e tem de ser lido na íntegra, na edição impressa da revista. Destaco abaixo alguns trechos.
A NOSSA NATUREZA É MUDAR A NATUREZA(…)
A transformação das mãos e dos pulsos permitiu aos nossos antepassados andar cada vez mais eretos, caçar, comer carne e, assim, evoluir. Com a mudança na postura, o homem conseguiu correr atrás de animais atingidos por suas armas.
A transformação das mãos e dos pulsos permitiu aos nossos antepassados andar cada vez mais eretos, caçar, comer carne e, assim, evoluir. Com a mudança na postura, o homem conseguiu correr atrás de animais atingidos por suas armas.
A corrida de longa distância foi facilitada por glândulas sudoríparas que substituíram os pelos. O uso do fogo para cozinhar a carne adicionou uma quantidade muito maior de proteína à dieta, o que resultou em crescimento significativo do cérebro - tanto que algumas de nossas ancestrais começaram a dar à luz prematuramente.
Esses bebês prematuros sobreviveram graças à criação de ferramentas feitas com vesículas e peles de animais que amarravam os recém-nascidos ao peito da mãe. A tecnologia, resumindo, nos tornou humanos.
É claro que, conforme nosso corpo, nosso cérebro e nossas ferramentas evoluíram, também evoluiu nossa habilidade de modificar radicalmente o ambiente. Caçamos mamutes e outras espécies até a extinção.
Queimamos florestas e savanas inteiras para encontrar mais facilmente a caça e limpar a terra para a agricultura. E, muito antes de as emissões de CO² pela ação humana começarem a afetar o clima, já tínhamos alterado o albedo da Terra, substituindo muitas das florestas do planeta por áreas de agricultura cultivada.
Mesmo que a capacidade do homem de alterar o ambiente, ao longo do último século, tenha aumentado substancialmente, essa tendência é antiga. A Terra de 100, 200 ou 300 anos atrás já havia sido profundamente moldada pelos esforços humanos. (...)
10 de junho de 2012
in aluizio amorim
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