Pisando na bola, errando passes, falhando nos desarmes, atropelando seus
próprios companheiros de time e, em lance inusitado, tentando driblar até o
juiz, para usar as metáforas futebolísticas que lhe são caras, Lula sem barba
está parecendo um Sansão sem cabelos. E a Dalila a lhe cortar a força não é a
doença, mas sua própria vaidade. Enfrentar o câncer e a morte, e sobreviver,
talvez tenha lhe provocado o efeito colateral de aumentar a sua onipotência e
fazê-lo vítima de sua já desmesurada vaidade. Ao lado de Sérgio Cabral e Eduardo
Paes, Lula foi flagrado em mais um impedimento clamoroso no futebol
político.
"É com muito orgulho que eu posso dizer ao povo do Rio de Janeiro: um dia tive a coragem de ir para a televisão e pedir votos para este moço."
A vaidade de Lula é tanta que ele se sente orgulhoso do que qualquer um se envergonharia, chamando de coragem pedir votos para um moleque que detestava, que era secretário-geral do PSDB e havia infernizado a sua vida e dos petistas na CPI dos Correios, e pior, tinha denunciado seu filho Fábio Luis como beneficiário de uma associação suspeita com a Brasil Telecom, que o fazia ainda mais odiado por dona Marisa Letícia. Dobrar a ira da mãe e a decepção do filho em nome da política e da luta pelo poder não dá para orgulhar ninguém.
Cometendo faltas e culpando o adversário, pressionando o juiz e insuflando a arquibancada, Lula prende demais a bola e centraliza todas as jogadas, mas erra na distribuição e não consegue armar os contra-ataques. O craque dos palanques está em fase mais para Ronaldinho Gaúcho do que para Fenômeno.
Disse que pouco conhecia Eduardo Paes em 2008 e por isso tinha dúvida em apoiá-lo, mas foi convencido por Sérgio Cabral: "Não me arrependo de ter pedido voto para ele e farei isso em 2012 com muito mais convicção".
Assim como não sabia do mensalão, Lula não conhecia um dos oposicionistas que mais o denunciavam. Assim como José Dirceu está cada vez mais convencido de sua inocência, Lula agora está muito mais convicto de que pode enganar todo mundo o tempo todo. Assim não há teflon que aguente.
15 de junho de 2012
Nelson Motta - O Estado de S.Paulo
"É com muito orgulho que eu posso dizer ao povo do Rio de Janeiro: um dia tive a coragem de ir para a televisão e pedir votos para este moço."
A vaidade de Lula é tanta que ele se sente orgulhoso do que qualquer um se envergonharia, chamando de coragem pedir votos para um moleque que detestava, que era secretário-geral do PSDB e havia infernizado a sua vida e dos petistas na CPI dos Correios, e pior, tinha denunciado seu filho Fábio Luis como beneficiário de uma associação suspeita com a Brasil Telecom, que o fazia ainda mais odiado por dona Marisa Letícia. Dobrar a ira da mãe e a decepção do filho em nome da política e da luta pelo poder não dá para orgulhar ninguém.
Cometendo faltas e culpando o adversário, pressionando o juiz e insuflando a arquibancada, Lula prende demais a bola e centraliza todas as jogadas, mas erra na distribuição e não consegue armar os contra-ataques. O craque dos palanques está em fase mais para Ronaldinho Gaúcho do que para Fenômeno.
Disse que pouco conhecia Eduardo Paes em 2008 e por isso tinha dúvida em apoiá-lo, mas foi convencido por Sérgio Cabral: "Não me arrependo de ter pedido voto para ele e farei isso em 2012 com muito mais convicção".
Assim como não sabia do mensalão, Lula não conhecia um dos oposicionistas que mais o denunciavam. Assim como José Dirceu está cada vez mais convencido de sua inocência, Lula agora está muito mais convicto de que pode enganar todo mundo o tempo todo. Assim não há teflon que aguente.
15 de junho de 2012
Nelson Motta - O Estado de S.Paulo
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