Um fenômeno se instalou no país após a ascensão do PT no poder. Determinadas pautas, sempre presente em governos anteriores, praticamente sumiram do noticiário. A greve em instituições federais é um exemplo. Só no ano passado, funcionários de mais de 40 universidades federais entraram em greve. A paralisação durou 120 dias. Durante esse período, a maior parte dos veículos de comunicação apenas tangenciou o tema. Tratamento semelhante teve a greve dos Correios, estatal que detém o monopólio dos serviços postais no país. Durante 28 dias, o país inteiro sofreu com atrasos na entrega de correspondência sem que o assunto fosse amplamente debatido, e as reivindicações dos trabalhadores, antes exaustivamente propagadas, fossem ouvidas. Sobretudo nos meios televisivos.
No dia 17 maio deste ano, 29 universidades decretaram greve. A imprensa novamente se calou. É preciso um pouco de paciência para encontrar alguma informação a respeito do assunto. Não fossem as excessões de sempre, dificilmente saberíamos que, no próximo domingo a paralisação dos servidores completará um mês, e que, até o momento, 55 instituições de ensino aderiram à greve.
Abaixo reproduzimos um trecho da reportagem de Nathalia Goulart publicada na edição online de Veja:
Íntegra aqui.No próximo domingo, a greve dos professores das instituições federais de ensino superior (universidades e intitutos) federais completa um mês. De acordo com a presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), Marina Barbosa, não há previsão para o retorno ao trabalho. “Só voltamos às atividades quando o governo apresentar uma proposta concreta para as reivindicações. Até agora, isso não aconteceu”, diz Marina.A greve dos professores foi deflagrada no dia 17 de maio, com adesão de 29 instituições. De acordo com o último balanço do sindicato, o número já chega a 55. Nesta semana, as universidades federais do Ceará (UFC), Goiás (UFG) e São Carlos em Araras (UFSCar) também aderiram. Já os docentes da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) se reunirão na sexta-feira para decidir se devem ou não parar as atividades. “O número de adesões nos surpreende e mostra que as nossas reivindicações são válidas”, diz Marina Barbosa.Os professores reivindicam um plano de reestruturação da carreira docente, que teria sido prometido pelo governo federal para março deste ano. Isso inclui o estabelecimento de 13 níveis de remuneração (atualmente são 17), variação salarial de 5% entre eles e piso para a carreira de 2.329,35 reais referente a 20 horas semanais de trabalho (atualmente, o valor é de 1.597,92 reais).Os professores alegam ainda que as universidades federais têm vivido um processo de “precarização”, consequência da política de “expansão desordenada” iniciada pelo Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) – criado pelo governo federal em 2007. “Precisamos de boas condições para exercer nosso trabalho de ensino e pesquisa. Estamos preparando um dossiê que relata a dramaticidade da nossa situação e vamos levá-lo ao ministro da Educação. Essa não é uma pauta menor para o sindicato”, afirma a presidente do Andes.
Outras notícias que não receberam o devido destaque – e que tratam de temas que afetam diretamente a população – são a greve dos metroviários da estatal CBTU e a paralisação dos profissionais federais de saúde. Clicando aqui você descobrirá que a paralisação dos metroviários afeta 5 capitais brasileiras e já dura mais de 30 dias. Já neste outro link você verá que o governo tentou cortar pela metade o salário de 45 mil médicos, o que provocou uma paralisação de 25 mil profissionais em todo o país.
15 de junho de 2012
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