PETROBRAS AMEAÇADA
A campanha do “O Petróleo É Nosso” estava no auge, em 1953. Em Belo
Horizonte, entidades estudantis, lideranças sindicais, organizações de
jornalistas e intelectuais preparamos um comício para a Praça da Estação e
convidamos os parlamentares. A polícia proibiu, alegando que era uma campanha e
um comício de comunistas.
Nenhum deputado federal apareceu. Apenas alguns estaduais, na praça cheia, cercada pela polícia. Lá na frente, servindo de palanque, pusemos um caminhão vazio, sem as laterais, e um microfone. De repente, chega o deputado federal do PTB e já candidato a senador no ano seguinte.
Lúcio Bittencourt, alto, magro, terno claro, bigodinho preto, vai direto para o caminhão. Fomos juntos. Com ele, a polícia não teve coragem de barrar-nos. Alguns de nós falamos. Eu contei a historia, desde que o petróleo apareceu na Bahia. Lucio pegou o microfone e começou:
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BITTENCOURT
- Ontem, li nos jornais que a polícia havia proibido este comício. Liguei para o governador Juscelino, ele me disse que eram ordens federais, do Rio. Confesso que tive dúvidas. Mas, à noite, ouvi o povo me dizendo:
- Vai, Lúcio, vai! Vai!
E Lúcio foi. Deu um passo à frente e caiu esborrachado no chão, embaixo do caminhão. Ainda tentei segurá-lo pela ponta do paletó, não deu tempo. Nosso querido professor desabou. Acabou o comício.
No dia seguinte, no palácio, Juscelino dava gargalhadas:
- Eu bem que disse a ele: – “Não vai, Lúcio! Não vai”
A Petrobras nasceu da luta de milhares de Lucios Bittencourt, brasileiros de todos os Estados, contra a resistência feroz dos Estados Unidos e suas matilhas colonizadas, que tentavam impedir o começo da exploração e deixar o petróleo inexplorado, como uma reserva estratégica.
No seu segundo governo, Getulio Vargas foi obrigado a mandar para o Congresso o projeto criando a Petrobras, a principio sem o monopolio estatal, depois com ele. Hoje, 60 anos depois, a Petrobras é patrimônio e orgulho do povo brasileiro. Mas está mais uma vez ameaçada:
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NUMEROS
1.- Os preços das ações das empresas guardam similaridade com o preço do barril de petróleo no mercado internacional. Em 2007, o preço do barril do petróleo “Brent”, atingiu 130 dólares. Na época, uma ação da Petrobras era cotada a R$ 57. Já a gigante multinacional Exxon valia R$ 85; a Chevron tinha cotação de R$ 93 e a Shee, era cotada a R$ 84.
2- Em junho de 2012, o petróleo “Brent” tem cotação de 98 dólares o barril. As ações da Exxon são cotadas nas bolsas de valores em valor unitário de R$ 77. A Chevron vale R$ 96. A Sheel tem cotação de R$ 61. Já a Petrobrás tem a “ridícula” cotação de R$ 19.
3.– A supercapitalização da empresa em 2010, quando o governo elevou sua participação acionária, através da emissão de títulos públicos caucionados pelo BNDES, fundamentados nos recursos futuros gerados pelo petróleo do pré-sal, têm parcela na brutal desvalorização das ações.
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PREJUIZOS
4. – Mas a principal razão, danosa aos interesses nacionais e aos seus milhares de acionistas, origina-se na submissão da Petrobras aos governos Lula e/Dilma, que vetaram o reajuste dos preços dos combustíveis. A gasolina há seis anos tem o preço congelado. Por imposição governamental deixou de acompanhar a trajetória de preço internacional na sua remuneração. Subsidiando o consumo, demagogicamente, dos derivados de petróleo para combater a inflação.
5– Ao impedir a atualização dos preços da sua produção a Petrobrás vem destruindo o seu valor de mercado, por imposição de sua diretoria que pode ser responsabilizada por gestão temerária. Gerando insegurança para o futuro pela redução do faturamento, acumulando prejuízo de vários bilhões de reais, reduzindo a sua lucratividade.
6- E pior: exatamente quando precisa aplicar recursos na escala de bilhões de dólares para a exploração do pré-sal. A desvalorização das suas ações, afetando o seu patrimônio, só tem um único responsável: o governo brasileiro. Autêntico crime de lesa pátria que deveria merecer atenção do Ministério Público Federal, em nome dos acionistas brasileiros.
15 de junho de 2012
Sebastião Nery
Nenhum deputado federal apareceu. Apenas alguns estaduais, na praça cheia, cercada pela polícia. Lá na frente, servindo de palanque, pusemos um caminhão vazio, sem as laterais, e um microfone. De repente, chega o deputado federal do PTB e já candidato a senador no ano seguinte.
Lúcio Bittencourt, alto, magro, terno claro, bigodinho preto, vai direto para o caminhão. Fomos juntos. Com ele, a polícia não teve coragem de barrar-nos. Alguns de nós falamos. Eu contei a historia, desde que o petróleo apareceu na Bahia. Lucio pegou o microfone e começou:
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BITTENCOURT
- Ontem, li nos jornais que a polícia havia proibido este comício. Liguei para o governador Juscelino, ele me disse que eram ordens federais, do Rio. Confesso que tive dúvidas. Mas, à noite, ouvi o povo me dizendo:
- Vai, Lúcio, vai! Vai!
E Lúcio foi. Deu um passo à frente e caiu esborrachado no chão, embaixo do caminhão. Ainda tentei segurá-lo pela ponta do paletó, não deu tempo. Nosso querido professor desabou. Acabou o comício.
No dia seguinte, no palácio, Juscelino dava gargalhadas:
- Eu bem que disse a ele: – “Não vai, Lúcio! Não vai”
A Petrobras nasceu da luta de milhares de Lucios Bittencourt, brasileiros de todos os Estados, contra a resistência feroz dos Estados Unidos e suas matilhas colonizadas, que tentavam impedir o começo da exploração e deixar o petróleo inexplorado, como uma reserva estratégica.
No seu segundo governo, Getulio Vargas foi obrigado a mandar para o Congresso o projeto criando a Petrobras, a principio sem o monopolio estatal, depois com ele. Hoje, 60 anos depois, a Petrobras é patrimônio e orgulho do povo brasileiro. Mas está mais uma vez ameaçada:
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NUMEROS
1.- Os preços das ações das empresas guardam similaridade com o preço do barril de petróleo no mercado internacional. Em 2007, o preço do barril do petróleo “Brent”, atingiu 130 dólares. Na época, uma ação da Petrobras era cotada a R$ 57. Já a gigante multinacional Exxon valia R$ 85; a Chevron tinha cotação de R$ 93 e a Shee, era cotada a R$ 84.
2- Em junho de 2012, o petróleo “Brent” tem cotação de 98 dólares o barril. As ações da Exxon são cotadas nas bolsas de valores em valor unitário de R$ 77. A Chevron vale R$ 96. A Sheel tem cotação de R$ 61. Já a Petrobrás tem a “ridícula” cotação de R$ 19.
3.– A supercapitalização da empresa em 2010, quando o governo elevou sua participação acionária, através da emissão de títulos públicos caucionados pelo BNDES, fundamentados nos recursos futuros gerados pelo petróleo do pré-sal, têm parcela na brutal desvalorização das ações.
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PREJUIZOS
4. – Mas a principal razão, danosa aos interesses nacionais e aos seus milhares de acionistas, origina-se na submissão da Petrobras aos governos Lula e/Dilma, que vetaram o reajuste dos preços dos combustíveis. A gasolina há seis anos tem o preço congelado. Por imposição governamental deixou de acompanhar a trajetória de preço internacional na sua remuneração. Subsidiando o consumo, demagogicamente, dos derivados de petróleo para combater a inflação.
5– Ao impedir a atualização dos preços da sua produção a Petrobrás vem destruindo o seu valor de mercado, por imposição de sua diretoria que pode ser responsabilizada por gestão temerária. Gerando insegurança para o futuro pela redução do faturamento, acumulando prejuízo de vários bilhões de reais, reduzindo a sua lucratividade.
6- E pior: exatamente quando precisa aplicar recursos na escala de bilhões de dólares para a exploração do pré-sal. A desvalorização das suas ações, afetando o seu patrimônio, só tem um único responsável: o governo brasileiro. Autêntico crime de lesa pátria que deveria merecer atenção do Ministério Público Federal, em nome dos acionistas brasileiros.
15 de junho de 2012
Sebastião Nery
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