Preso há 147 dias, o bicheiro Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, dará amanhã as primeiras explicações sobre o esquema comandado por ele que custou o mandato do ex-senador Demóstenes Torres e mobilizou o Congresso em torno de uma CPI.
O contraventor deixou a Penitenciária na Papuda da manhã de ontem rumo à carceragem da Polícia Federal em Goiás. Cachoeira estará presente na audiência de instrução e julgamento de processo que responde na 11ª Vara Federal, em sessões marcadas para hoje e amanhã.
Na primeira fase da audiência, oito réus ouvirão relatos de quatro testemunhas de acusação e 10 de defesa.
As testemunhas de acusação são agentes que atuaram na Operação Monte Carlo, com o monitoramento de campo e telefônico dos investigados. O objetivo das testemunhas de defesa é delinear a “qualificação” dos acusados, informando dados sobre residência fixa, trabalho e atestando a idoneidade dos réus.
Amanhã, Cachoeira e Idalberto Matias de Araújo, o Dadá,
Lenine Araújo de Souza,
Wladmir Garcez,
Gleyb Ferreira da Cruz,
José Olímpio de Queiroga,
Raimundo Washington
e Geovani Pereira da Silva, apontados no inquérito como operadores da organização criminosa comandada pelo bicheiro, prestarão depoimento à Justiça.
Entre os acusados, Cachoeira permanece preso e Geovani foragido.
Diferentemente do ocorrido em 31 de maio, quando a defesa de Cachoeira conseguiu uma liminar para suspender o depoimento, a advogada Dora Calvalcanti, que representa o contraventor, afirma que não fará nenhuma tentativa de adiamento.
“Só se for a defesa de outros depoentes. Da nossa parte não.” Dora e o advogado Augusto de Arruda Botelho acompanharão Cachoeira na audiência.
A audiência deve ser marcada por uma guerra de oratória entre os depoentes e o juiz Alderico Rocha Santos, que assumiu como substituto da 11ª Vara Federal depois que o juiz Paulo Augusto Moreira Lima se afastou do caso, alegando ter sofrido ameaças.
Há cerca de um mês, Alderico assumiu o processo e teve que se inteirar de seus 53 volumes para remarcar a audiência. À época da suspensão do depoimento, os advogados do bicheiro impetraram habeas corpus alegando que o direito de defesa estava cerceado, pois a defesa não pode falar reservadamente com Cachoeira.
A decisão foi do desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região Tourinho Neto, que acatou parcialmente a demanda da defesa de Cachoeira. O desembargador determinou que diligências solicitadas pela defesa fossem cumpridas antes da audiência.
Os advogados de Cachoeira tentaram adiar novamente o depoimento, mas a 11ª Vara Federal informou que todas as diligências foram cumpridas.
O advogado de Wladmir Garcez, Neiron Cruvinel, explica que orientou o cliente a não responder a perguntas que tenham o objetivo de confirmar informações que constem apenas em escutas telefônicas, pois ao admitir que o conteúdo dos grampos corresponde ao contexto reproduzido no inquérito, os próprios réus estarão validando as provas eletrônicas.
“Só se basearam em interceptações telefônicas, não têm provas. Mas se forem confirmadas as gravações elas valem como prova. A ordem dos depoimentos deve ser a mesma da denúncia.” Falarão Cachoeira, seguido de Lenine, Geovani, Garcez, Olímpio, Dadá, Gleyb e Washington.
Congresso de olho
Parlamentares que integram a CPI criada para apurar as ligações de Cachoeira com autoridades públicas informaram que escalariam representante para acompanhar o depoimento. Como Cachoeira se recusou a falar quando foi convocado, parlamentares pretendem usar as explicações à Justiça nas investigações do Congresso.
Ontem, o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) montou esquema de segurança para transferir Cachoeira da Papuda até a carceragem da PF em Goiânia. A transferência foi feita de carro. Antes de chegar à Polícia Federal n a capital de Goiás, o bicheiro passou por exame de corpo de delito. A família dele informou que o contraventor também passou por exames psicológicos, para avaliar quadro de depressão.
Ele teria emagrecido mais de 20 quilos desde de sua prisão, em 29 de fevereiro. A mulher de Cachoeira, Andressa Mendonça, foi à PF tentar conseguir a permissão para uma visita. diante da negativa, acabou enviando apenas um bilhete dizendo que o contraventor era “o amor de sua vida”.
JOSIE JERONIMO Correio Braziliense
O contraventor deixou a Penitenciária na Papuda da manhã de ontem rumo à carceragem da Polícia Federal em Goiás. Cachoeira estará presente na audiência de instrução e julgamento de processo que responde na 11ª Vara Federal, em sessões marcadas para hoje e amanhã.
Na primeira fase da audiência, oito réus ouvirão relatos de quatro testemunhas de acusação e 10 de defesa.
As testemunhas de acusação são agentes que atuaram na Operação Monte Carlo, com o monitoramento de campo e telefônico dos investigados. O objetivo das testemunhas de defesa é delinear a “qualificação” dos acusados, informando dados sobre residência fixa, trabalho e atestando a idoneidade dos réus.
Amanhã, Cachoeira e Idalberto Matias de Araújo, o Dadá,
Lenine Araújo de Souza,
Wladmir Garcez,
Gleyb Ferreira da Cruz,
José Olímpio de Queiroga,
Raimundo Washington
e Geovani Pereira da Silva, apontados no inquérito como operadores da organização criminosa comandada pelo bicheiro, prestarão depoimento à Justiça.
Entre os acusados, Cachoeira permanece preso e Geovani foragido.
Diferentemente do ocorrido em 31 de maio, quando a defesa de Cachoeira conseguiu uma liminar para suspender o depoimento, a advogada Dora Calvalcanti, que representa o contraventor, afirma que não fará nenhuma tentativa de adiamento.
“Só se for a defesa de outros depoentes. Da nossa parte não.” Dora e o advogado Augusto de Arruda Botelho acompanharão Cachoeira na audiência.
A audiência deve ser marcada por uma guerra de oratória entre os depoentes e o juiz Alderico Rocha Santos, que assumiu como substituto da 11ª Vara Federal depois que o juiz Paulo Augusto Moreira Lima se afastou do caso, alegando ter sofrido ameaças.
Há cerca de um mês, Alderico assumiu o processo e teve que se inteirar de seus 53 volumes para remarcar a audiência. À época da suspensão do depoimento, os advogados do bicheiro impetraram habeas corpus alegando que o direito de defesa estava cerceado, pois a defesa não pode falar reservadamente com Cachoeira.
A decisão foi do desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região Tourinho Neto, que acatou parcialmente a demanda da defesa de Cachoeira. O desembargador determinou que diligências solicitadas pela defesa fossem cumpridas antes da audiência.
Os advogados de Cachoeira tentaram adiar novamente o depoimento, mas a 11ª Vara Federal informou que todas as diligências foram cumpridas.
O advogado de Wladmir Garcez, Neiron Cruvinel, explica que orientou o cliente a não responder a perguntas que tenham o objetivo de confirmar informações que constem apenas em escutas telefônicas, pois ao admitir que o conteúdo dos grampos corresponde ao contexto reproduzido no inquérito, os próprios réus estarão validando as provas eletrônicas.
“Só se basearam em interceptações telefônicas, não têm provas. Mas se forem confirmadas as gravações elas valem como prova. A ordem dos depoimentos deve ser a mesma da denúncia.” Falarão Cachoeira, seguido de Lenine, Geovani, Garcez, Olímpio, Dadá, Gleyb e Washington.
Congresso de olho
Parlamentares que integram a CPI criada para apurar as ligações de Cachoeira com autoridades públicas informaram que escalariam representante para acompanhar o depoimento. Como Cachoeira se recusou a falar quando foi convocado, parlamentares pretendem usar as explicações à Justiça nas investigações do Congresso.
Ontem, o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) montou esquema de segurança para transferir Cachoeira da Papuda até a carceragem da PF em Goiânia. A transferência foi feita de carro. Antes de chegar à Polícia Federal n a capital de Goiás, o bicheiro passou por exame de corpo de delito. A família dele informou que o contraventor também passou por exames psicológicos, para avaliar quadro de depressão.
Ele teria emagrecido mais de 20 quilos desde de sua prisão, em 29 de fevereiro. A mulher de Cachoeira, Andressa Mendonça, foi à PF tentar conseguir a permissão para uma visita. diante da negativa, acabou enviando apenas um bilhete dizendo que o contraventor era “o amor de sua vida”.
JOSIE JERONIMO Correio Braziliense
24 de julho de 2012
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