A situação das contas externas não é preocupante, mas cabe mostrar as fraquezas de alguns resultados que dependem mais do exterior do que da nossa capacidade administrativa.
O déficit das transações correntes, nos sete primeiros meses do ano, foi de US$ 29,1 bilhões, quase US$ 5oo milhões a menos do que no mesmo período do ano passado. Essa redução foi obtida basicamente pela queda no pagamento de serviços, que tem caráter conjuntural e pode sofrer uma modificação rápida, o que não é o caso da balança comercial enquanto o Brasil não conseguir aumentar sua competitividade.
O saldo da balança comercial, que nos sete primeiros meses do ano passado ficou em US$ 16 bilhões, caiu para US$ 9,9 bilhões de janeiro a julho deste ano.
As exportações diminuíram, apesar da elevação do preço das commodities agrícolas, enquanto as importações, num período de crise, vêm subindo, como reflexo de um aumento da participação de insumos e produtos importados na fabricação de bens acabados no Brasil.
O saldo dos juros diminuiu, tanto do lado das receitas quanto do das despesas, com a redução de nossos empréstimos ao exterior. Todavia, essa redução não é tão significativa como a que se registra no saldo dos lucros e dividendos, que está caindo: de US$ 20,5 bilhões, em 2011, para US$ 11,7 bilhões, neste ano.
Isso se explica pela queda no ritmo dos negócios e pela desvalorização do real ante o dólar, que torna as remessas muito mais caras. Pode-se imaginar que uma reação da conjuntura aumentaria o déficit das remessas.
Quanto aos serviços, merece destaque o fato de que os saldos de receitas e despesas de viagens internacionais estão se mantendo, não acusando grandes variações - situação que se verifica também no caso dos transportes. Os aluguéis de equipamentos crescem um pouco, em razão da ação da Petrobrás.
O que deveria preocupar é a razão entre o déficit das transações correntes e a conta capital e financeira.
No ano passado, essa conta capital cobria 171% do déficit das transações correntes. Este ano, cobre 65,9%.
Assim, o Brasil depende essencialmente dos investimentos diretos e dos empréstimos estrangeiros. Os investimentos estrangeiros continuam elevados, na casa dos US$ 38 bilhões, mas só continuarão no ritmo atual no quadro de uma economia crescente.Não é o caso dos empréstimos, que reagem mais rapidamente a uma deterioração da qualidade do crescimento e estão acusando forte redução.
O Estado de S. Paulo
O déficit das transações correntes, nos sete primeiros meses do ano, foi de US$ 29,1 bilhões, quase US$ 5oo milhões a menos do que no mesmo período do ano passado. Essa redução foi obtida basicamente pela queda no pagamento de serviços, que tem caráter conjuntural e pode sofrer uma modificação rápida, o que não é o caso da balança comercial enquanto o Brasil não conseguir aumentar sua competitividade.
O saldo da balança comercial, que nos sete primeiros meses do ano passado ficou em US$ 16 bilhões, caiu para US$ 9,9 bilhões de janeiro a julho deste ano.
As exportações diminuíram, apesar da elevação do preço das commodities agrícolas, enquanto as importações, num período de crise, vêm subindo, como reflexo de um aumento da participação de insumos e produtos importados na fabricação de bens acabados no Brasil.
O saldo dos juros diminuiu, tanto do lado das receitas quanto do das despesas, com a redução de nossos empréstimos ao exterior. Todavia, essa redução não é tão significativa como a que se registra no saldo dos lucros e dividendos, que está caindo: de US$ 20,5 bilhões, em 2011, para US$ 11,7 bilhões, neste ano.
Isso se explica pela queda no ritmo dos negócios e pela desvalorização do real ante o dólar, que torna as remessas muito mais caras. Pode-se imaginar que uma reação da conjuntura aumentaria o déficit das remessas.
Quanto aos serviços, merece destaque o fato de que os saldos de receitas e despesas de viagens internacionais estão se mantendo, não acusando grandes variações - situação que se verifica também no caso dos transportes. Os aluguéis de equipamentos crescem um pouco, em razão da ação da Petrobrás.
O que deveria preocupar é a razão entre o déficit das transações correntes e a conta capital e financeira.
No ano passado, essa conta capital cobria 171% do déficit das transações correntes. Este ano, cobre 65,9%.
Assim, o Brasil depende essencialmente dos investimentos diretos e dos empréstimos estrangeiros. Os investimentos estrangeiros continuam elevados, na casa dos US$ 38 bilhões, mas só continuarão no ritmo atual no quadro de uma economia crescente.Não é o caso dos empréstimos, que reagem mais rapidamente a uma deterioração da qualidade do crescimento e estão acusando forte redução.
O Estado de S. Paulo
24 de agosto de 2012
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