O Presidente do DEM, senador José Agripino (RN), afirmou nesta quinta-feira que os partidos da base, liderados pelo PT, se sentiram obrigados a rebater nota da oposição, divulgada no início da semana, na qual PSDB, DEM e PPS cobravam explicações do ex-presidente Lula, depois que a revista "Veja" divulg ou supostas declarações atribuídas ao publicitário Marcos Valério, pivô do mensalão, acusando o petista de envolvimento com o esquema de corrupção:
- É desespero. Estão cumprindo tabela, porque se sentiram obrigados a responder a nota da oposição, mas eles não têm o que dizer.
É uma manifestação de inquietação de quem vai perder a eleição.
E não existe fato a ser criado que vá tirar o foco do julgamento do mensalão. Já o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), classificou como "estapafúrdia" a acusação de tentativa de golpe, e também a de que a oposição está querendo pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF): - É uma afirmação estapafúrdia.
A oposição tem se postado tão distante do julgamento que nem tem assistido às sessões, em respeito à independência da Suprema Corte. Esses partidos estão subestimando o Supremo. No início do julgamento do mensalão, a Juventude do PSDB queria ir para a porta do STF, mas foi orientada pelas lideranças tucanas a desistir da ideia.
O partido considera um erro de estratégia politizar o julgamento. Para o presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), o documento divulgado nesta quinta-feira é uma tentativa do PT de reverter seu mau desempenho na campanha municipal, principalmente nas capitais:
- Eles estão rebatendo as pesquisas eleitorais, muito ruim para eles.
E desesperado está o Lula, que fez um discurso raivoso ontem em Manaus (contra o tucano Arthur Virgílio). Nosso esforço é para ganhar as eleições. Em nota, o PSDB diz que o discurso de Lula, em Manaus, é o símbolo da confusão mental desse grupo, que perdeu o rumo".
O líder do PSDB na Câmara, deputado Bruno Araújo (PE), disse que não há político "intocável" na vida pública e que todos, como Lula, estão sujeitos a dar explicações. Irônico, Bruno Araújo disse que o tom da nota mostra que ela foi redigida pela cúpula do PT e que os demais partidos apenas assinaram.
Para o tucano, o Brasil vive um momento especial com o mensalão e disse que o tom de negação usado na nota é o mesmo que o PT usa para negar a tese do mensalão, em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF).
O tucano disse ainda que, ao contrário do PT, o PSDB nunca fez campanhas como "Fora, Lula", enquanto os petistas comandavam o "Fora FHC". Para ele, o PSDB está tendo uma postura responsável de cobrar explicações e de esperar o resultado do julgamento.
- O preço da vida pública é explicar sempre o que for demandado. O Brasil vive um momento da democracia que não pode permitir que haja qualquer cidadão intocável pelas mão da Justiça, como tentam neste caso.
Não imaginava que demandar transparência, explicações, como o PSDB fez, pudesse causar esse nível de indignação - disse Bruno Araújo. Já o líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), disse que os partidos da base aliada deveriam exaltar que o Supremo Tribunal Federal (STF) está cumprindo o seu dever de julgar e não fazer esta carta.
- É desespero, porque, quando o mensalão aconteceu, Lula disse que era caixa dois, depois pediu desculpas por ter sido traído e depois, que nunca existiu.
O procurador-geral da República reafirmou, neste segundo momento, os termos desta grande quadrilha que se apoderou do Brasil e que o Supremo está pegando.
O que a Nação esperava é que os partidos da base dissessem que o Supremo está cumprindo o seu dever de julgar. E, na oposição, nenhum de nós pressionou o STF - disse Rubens Bueno.
O Globo
O Globo
21 de setembro de 2012
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