Internacional - Oriente Médio
Heitor De Paola apresenta dois exemplos de como se dá a “discriminação” em Israel.
Os esquerdistas, incluindo os que são judeus, os antissemitas de todos os matizes, como o grupo BDS (Boicote, Desinvestimento & Sanções) e os muçulmanos costumam alardear que o Estado de Israel cultiva o apartheid.
Grande parte da população brasileira não tem informações reais sobre o sistema político israelense e acredita piamente nesta mentira. A historiadora Maria Luiza Tucci, Diretora do arquivo Virtual
Arqshoah Holocausto e Antissemitismo, do Laboratório de Estudos sobre Etnicidade, Racismo e Discriminação da USP afirma que o antissemitismo ainda é muito forte na população brasileira. A meu ver isto não apenas é verdade como tem se intensificado devido à ininterrupta propaganda antissionista e pró-Palestina e o predomínio da total ignorância sobre a verdadeira situação no Oriente Médio, agravada pelo cego apoio dos governos brasileiros de esquerda desde 1994 a uma suposta ‘causa palestina’.
Bandeiras da ‘Palestina’ tremulam em todas as manifestações de esquerda; Lula visitou o Oriente Médio esnobando Israel; a diplomacia brasileira apoia o Irã e sua pretensão a armamentos nucleares e seu ódio aos judeus que promete um novo Holocausto.
O Brasil vota sistematicamente contra Israel nos foros internacionais, inclusive apoiando a Declaração de Durban de que o ‘Sionismo é uma forma de racismo’; e o governo Dilma seguiu os passos de Lula se aliando a Ahmadinejad através de Chávez e Morales. A Venezuela é provavelmente a maior cabeça de ponte islâmica na América do Sul.
Isto já vem de longa data: no governo Figueiredo o Brasil fechou acordos bilionários com o então ditador do Iraque, Saddam Hussein. Cargueiros 747 da Iraqi Airways visitavam semanalmente o aeroporto de Viracopos, então exclusivamente cargueiro, permanecendo longe do terminal em missões obviamente secretas e pelo menos duas vezes decolaram do Centro Tecnológico da Aeronáutica em São José dos Campos, na época comandado pelo brigadeiro Sérgio Xavier Ferola, levando, segundo a Isto É Dinheiro, urânio das minas de Poços de Caldas.
Um comércio, mediado pelo embaixador Paulo Tarso Flecha de Lima e comandado pelo brigadeiro Hugo de Oliveira Piva que chegou a 30 bilhões de dólares. Então era Saddam, e não o Irã, que exigia os votos sistemáticos contra Israel para fazer negócios.
Em 2007, o brigadeiro Ferola era presidente do Centro de Estudos Estratégicos Sul-americanos e, segundo Graça Salgueiro, ‘entre 27 e 29 de outubro do ano passado (2006) seu Ferola participou de um encontro fundacional do Bloco Regional de Poder Popular, na Bolívia do cocalero castro-comuno-chavista Evo Morales, cujo título era "Primeiro Encontro de Povos e Estados pela Libertação da Pátria Grande". Observe-se que não se discutia a soberania dos Estados Nacionais mas de uma só pátria, indivisa, pois o objetivo deste Bloco é o fim dos Estados Nacionais e a criação da "Pátria Grande". Faz todo sentido! É a Großdeutschland, a РОДИНА (Rodina), a Mãe Pátria de Todas as Rússias, o Grande Califado!
Não haja dúvida também que uma interpretação ‘caolha’ da Bíblia tem colocado muitos cristãos contra os judeus, e vice-versa. Enquanto os dois grupos não se entendem, os inimigos da civilização ocidental, indubitavelmente judaico-cristã, comunistas, fascistas e muçulmanos – estes os mais importantes no momento – vão ceifando vidas dos dois lados em seus selvagens ataques a Israel e aos países ocidentais.
O status quo obtido com governos árabes pragmáticos vem sendo sistematicamente destruído por uma “primavera” que já se transformou num inferno americano, o que é bem feito por terem escolhido o atual presidente e ameaça se espalhar para Israel se o último, da Síria, cair, cercando o país de fronteiras inimigas.
Como é o apartheid judeu?
A situação política dentro do Estado de Israel é bem diferente de um apartheid. No Knesset (Parlamento) existem parlamentares árabes que pregam o ódio contra os judeus e defendem a destruição de Israel, pois o sistema jurídico israelense defende intransigentemente a liberdade de expressão num grau de causar inveja aos brasileiros tomados por proibições de toda sorte baseada numa linguagem corrompida pelo ‘politicamente correto’.
Aqui, o Judiciário vergonhosamente apoia esta Newspeak - e mais, utiliza-a sem pejo! Se estamos longe da liberdade que os judeus gozam em sua terra, imaginem os países islâmicos onde impera a intolerância e existe sim apartheid.
Num dos países mais afetados pela invasão muçulmana, a Inglaterra, o British Museum exibia em fevereiro deste ano uma mostra a respeito do Hajj, a peregrinação a Meca, com um intenso sabor de propaganda. Na foto 1, na Arábia Saudita, a direção Arafat-Meca (Makkah) é proibida para não muçulmanos. A presença de não muçulmanos em Meca ou Medina é punida com a morte. Imagine-se Roma proibida a não cristãos ou Kyoto a não xintoístas ou o Ganges a não hinduístas!
Para tentar desmistificar esta questão, se é que isto é possível, já que o sentimento antissionista impera na mídia chapa branca, única fonte de informações da maioria da população, citarei duas reportagens da última edição (#115 - 09/2012) do jornal Visão Judaica, com o qual tenho a honra de colaborar mensalmente. Antes chamo a atenção para o vídeo que publiquei em meu blog sobre a mensagem de Rosh Hashaná das Forças de Defesa de Israel (Tzahal): notem a diversidade de pessoas e sotaques.
Dois exemplos de como se dá a “discriminação” em Israel
1. O atual comandante do Batalhão de Reconhecimento no Deserto das Forças de Defesa (Tzahal), o tenente-coronel Wahid Al-Huzeil (foto 2), negro e muçulmano, é um herói condecorado que atuou decisivamente na frustração do ataque de terroristas no Sinai no último dia 5 de agosto. Anteriormente, em 2008, ainda como sub-comandante do batalhão, foi condecorado pelo Estado Maior por sua atuação bem sucedida na mesma área, no cruzamento do Kibbutz Kerem Shalom.
Al-Huzeil declarou: ‘Ficamos atentos aguardando e identificamos um veículo que acabou explodindo ao cruzar a fronteira. Tentamos capturar o segundo blindado e durante a operação trabalhamos em conjunto com as Forças Armadas e a Força Aérea. Finalmente conseguimos capturar o veículo, eliminando os terroristas e impedimos que atacassem e causassem baixas às nossas forças ou a civis inocentes’. (Leia também o comunicado oficial da Tzahal).
2. O novo embaixador de Israel em Oslo, Ishmael Khaldi (foto 3) é beduíno e muçulmano, e seu braço direito é um cristão árabe. Foi o primeiro beduíno vice-cônsul e agora como embaixador é o muçulmano mais graduado do Ministério das Relações Exteriores. Nasceu em 1971 em Khawaled, uma aldeia próxima a Haifa tendo vivido até aos 8 anos numa tenda, cuidando de ovelhas.
Os laços de sua família com os vizinhos judeus datam da década de 20 quando chegaram os primeiros colonos sionistas. É através desta aliança com Israel que seu povo está transcendendo o isolamento criado por suas tradições nômades.
Hoje é bacharel em Ciências Políticas pela Universidade de Haifa e tem um mestrado em Ciências Políticas e Relações Internacionais pela Universidade de Tel Aviv. Foi policial, militar e analista político para a Tzahal.
Khaldi lançou um projeto chamado ‘Caminhando e Aprendendo com os Beduínos da Galiléia’ que levou milhares de jovens judeus a Khawaled para conhecer a história e a cultura beduína.
Árabes cristãos e muçulmanos estão presentes em todos os escalões superiores da administração israelense, e há também nove drusos, incluindo duas mulheres, que exercem suas funções em níveis diplomáticos elevados.
É a isto que chamam de apartheid israelense?
Escrito por Heitor De Paola
21 Setembro 2012
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