Sempre orientados pelo Chefe Supremo, o comandante José Dirceu e o general Rui Falcão, inquietos com a perda do tenente João Paulo Cunha, reiteraram a ameaça: se a população carcerária continuar incorporando bandidos de estimação, os dois oficiais de Lula mobilizarão o exército companheiro para afastá-los da rota da cadeia.
Pode ser o prelúdio da ofensiva final contra a elite reacionária e a mídia golpista, agora acusadas de induzir o Supremo Tribunal Federal a aplicar a lei no julgamento dos mensaleiros.
Nesta segunda-feira, o presidente do PT aproveitou o velório político de João Paulo Cunha, disfarçado de festa de lançamento do novo candidato a prefeito de Osasco, para retomar a discurseira beligerante. Primeiro, qualificou os ministros do Supremo de “instrumentos de poder” a serviço de uma oposição “conservadora, suja e reacionária”. Em seguida, avisou que está em curso outra tentativa de golpe, urdida pela elite e pela mídia, contra Lula e Dilma Rousseff.
Como impedir a consumação da trama costurada pelas mesmas figuras que arquiteram a farsa do mensalão”? Convocando para a guerra “a sociedade organizada, as centrais sindicais, os movimentos populares, os movimentos populares, os partidos políticos do campo progressista”, repetiu. Se o novo presidente da CUT não mentiu, a sigla começou a recrutar combatentes no começo de julho. Entrariam em ação caso o STF optasse por um “julgamento político”.
Fardado com o inevitável paletó escuro, cujas medidas informam que o dono se acha maior e mais alto do que é, Rui Falcão caprichou no ultimato endereçado aos alvos da Insurreição dos Mensaleiros: “Não mexam com o PT. Porque quando o PT é provocado ele cresce”. Cresce nada. As pesquisas eleitorais informam que, entre as 26 capitais, o partido só vai bem em Goiânia.
O jeitão de agente funerário reforça a suspeita de que Rui Falcão vai presidir um formidável fiasco eleitoral. Em vez de mobilizar os militantes que restam para reduzir a conta dos estragos nas urnas de outubro, prefere colecionar bravatas brancaleônicas em parceria com José Dirceu. Tropas lideradas pelo guerrilheiro de festim, não custa insistir, só conseguiriam matar de rir os inimigos.
Um destacamento sob a chefia do general Rui Falcão seria tão amedrontador quanto bandido de chanchada. Para barrar o avanço dos soldados do Movimento Pró-Corrupção, bastaria colocar no meio do caminho a foto em tamanho natural de um fuzileiro naval. Duas fotos fariam os guerreiros de araque recuar em desabalada carreira.
06 de setembro de 2012
Augusto Nunes
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