Internacional - Estados Unidos
O movimento revolucionário sempre contou com um fator, sem o qual ele não se fortaleceria em nenhuma parte do globo: a ignorância, consciente ou não, da população. Com pessoas mais interessadas em trivialidades e em falar da vida dos outros, o movimento vai ocupando as lacunas da cultura e, sem percebermos, somos levados a jurar de pé junto aquilo que nossos corações negam solenemente.
Palmas para o movimento revolucionário! Digo corações e não cérebros, pois nossa massa cinzenta é mais fácil de ser ludibriada que nossos corações, que não são simplesmente bombas de sangue e de vida, mas lares de amor.
Deus, em toda sua sabedoria, nos legou o livre arbítrio, mas junto com ele, nos deu o amor. O ser humano fez péssimo uso do primeiro, por renegar o segundo, e com isso a humanidade vive um momento periclitante, para dizer o mínimo. Um exemplo disso é o que ocorre nos cérebros dos americanos com intensidade alarmante nas últimas décadas.
Nos EUA foi “comprada” a idéia de que os democratas falam ao coração das pessoas. Este é um dos erros que permite o avanço da revolução. Os revolucionários falam exclusivamente ao cérebro, nossa parte racional e superficial. Se seus argumentos “descerem” ao coração, serão facilmente refutados.
O sentimento mais forte, puro e humano é o amor, e ele vem do coração. Tudo que o amor precisa é que o cérebro não o oprima, que o deixe fluir; o cérebro pode ser burro, o coração nunca. Maldade e bondade não dependem do cérebro, há pessoas intrinsecamente más, nelas o coração é mal.
Nem todas as pessoas têm amor no coração, mas a maioria das pessoas o tem, só não conseguem exprimi-lo, pois nelas a válvula cérebro o oprime.
Espalhadas ao redor do mundo existem poucas pessoas que têm a graça de possuírem ao mesmo tempo um coração bom e um cérebro que não impeça o amor, mas que não conseguem nada além de gritar, gritar, espernear, desesperar-se, para depois gritar mais um pouco. Não fazem cócegas ante o monstro revolucionário.
Menor ainda é o grupo que tem voz para transmitir esse amor. Refiro-me aos republicanos dos Estados Unidos da América, e são eles que os revolucionários temem, fogem deles como o diabo da cruz, literalmente. Não quaisquer republicanos, mas especificamente a nova geração de políticos conservadores que têm no Tea Party Movement seus alicerces.
No último dia 30 de agosto, deu-se por encerrada a convenção do Partido Republicano em Tampa, Flórida. Acompanhei cada instante deste evento e os momentos em que os delegados de cada estado e seus convidados (aproximadamente 18 mil pessoas) mais ovacionaram e aplaudiram de pé foram justamente quando os palestrantes falaram de família, do direito à vida e dos inalienáveis direitos que Deus deu à humanidade; ou seja: Amor.
Falar que Barack Hussein Obama não foi um bom presidente é falar ao cérebro, é coisa facilmente verificável. É falar que o atual democrata residente à 1600 Pensilvania Avenue gerou mais dívidas que todos os outros presidentes da história americana somados (5 trilhões de dólares); é falar que a dívida americana cresce 1 milhão dólares a cada 20 segundos em média; é falar que existem atualmente 23 milhões de americanos sem emprego; que o índice de desemprego nunca baixou dos 8% nos seus quatro anos de governo; que 1 em cada 6 americanos vive na pobreza; que ele considera que os empreendedores americanos não construíram seus negócios sozinhos, mas que dependeram do governo para tanto; que ele roubou US$ 716 bilhões do Medicare para financiar o Obamacare; que o Obamacare nada mais é do que o maior imposto jamais sancionado de uma só vez por qualquer presidente na história americana; que até mesmo a Suprema Corte definiu como impostos o famigerado SUS americano; que este foi o presidente que cuspiu na cara do povo judeu; que ele garantiu a Putin maior flexibilidade de manobra após ser reeleito, (claro, isso sem saber que o microfone estava ligado); que ele demonstra imensa antipatia aos aliados americanos, ao propor cortar o sistema anti-mísseis que defende a Polônia; que ele colocou no comando do Egito a Irmandade Muçulmana; que ele pôs a culpa de seu fracasso em George W. Bush, no clima, nas crises mundiais e até mesmo nas máquinas de caixa eletrônico enfim, é falar que foi o presidente que mais se ausentou da Casa Branca em apenas um mandato mesmo comparando com todos aqueles que governaram a nação por oito anos.
Tudo isso é falar ao cérebro, todos sabem que é verdade. Os democratas não reconhecem isso, alguns porque têm maldade no coração, mas a maioria, por serem estúpidos e deixarem seus cérebros se intrometerem onde não são chamados. Todos os republicanos e independentes sabem que é a mais pura verdade, mas isso não basta, porque são apenas fatos e fatos são modificados com um simples editor de texto, como este que uso agora. O que não muda é o sentimento, o que não muda é o amor. É preciso que se fale ao coração.
A nova safra de políticos republicanos parece saber muito bem disso. Cada um que discursou perante a platéia falou sobre os fatos acima mencionados, mas também tocaram nos assuntos sociais, alegadamente favoráveis aos democratas. Senadores como Marco Rubio (Fl), Kelly Ayote (NH), Rand Paul (KY), Rob Portman (OH), assim como governadores, que se elegeram com uma plataforma conservadora e que pegaram o estado com déficits enormes e, sem elevarem a carga de impostos, conseguiram superávits e maior geração de empregos, tais como Chris Christie (NJ), Bob McDonell (VA), Boby Jindal (LA), Nikki Haley (SC).
Todos estes falaram sobre o legado Obama, mas quando mencionavam o direito à vida, à propriedade privada, à liberdade de religião, eram aplaudidos com muito mais ênfase e, sem dúvida, o povo americano que assistia em casa se via representado por essas palavras.
Se o Grand Ole Party pretende ser salvo e preservar alguma relevância, se os Estados Unidos da América pretendem ser salvos, e mais, se o mundo deseja outra chance, essa nova safra de políticos, (na qual um dos pilares é uma das pessoas mais ridicularizadas, Sarah Palin) tem a obrigação de manter a maioria na Câmara (tarefa simples) e conquistar a maioria no Senado.
O mundo não pode depender de Mitt Romney, escolhido basicamente pela elite globalista. E, uma vez conquistada a maioria nas duas casas e preferencialmente também um republicano (no momento, qualquer um) na Casa Branca, a voz do povo americano tem que ser ouvida, como foi nas eleições de meio de mandato.
Não é difícil eliminar de uma vez por todas o cérebro de questões que ele não compreende. Nossa máquina de calcular e de acumular memória é importantíssima e nos permite o dom da comunicação, mas o que ela comunica não deve e não pode ser decidido por ela, mas sim pelo coração. Pessoas comuns em geral e religiosos em particular falam com o coração
A humanidade depende de que as amarras racionais sejam relegadas ao seu devido lugar. A bondade, a verdadeira Justiça, a sinceridade e a liberdade pedem passagem e, para que não seja tarde demais, os representantes do Tea Party Movement tem que tomar as rédeas daquela que é a maior nação da história e governar com base no amor e na simplicidade.
Não são palavras de um Polyana, sei que a tarefa é das mais difíceis, pois é uma guerra cultural contra o resto do mundo, mas uma característica o povo americano (os grass roots) tem a seu favor: eles não estão nem aí para o resto mundo, preocupam-se basicamente com o que sua família vai comer no café da manhã. E, mesmo não sendo uma tarefa fácil, eles largam na frente pois têm a Verdade e Deus ao seu lado.
E, se no final isso for conquistado, o movimento revolucionário terá uma tarefa ingrata pela frente. No momento, eles conseguem convencer o mundo de que não existem, assim como seu patrão, mas uma vez expostos para aqueles que realmente importam, haverá choro e ranger de dentes do lado de lá.
Escrito por Frederico de Paola
06 Setembro 2012
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