"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 6 de setembro de 2012

O CONSUMO ALARMANTE DE COCAÍNA E DERIVADOS NO BRASIL, A TESE DOS BÍPEDES SEM PELOS OU PENAS E A TESE DOS QUADRÚPEDES

 

Foi divulgada hoje uma pesquisa com dados verdadeiramente assustadores, feita pela Unifesp.
O Brasil é o segundo mercado consumidor de cocaína no mundo. Nada menos de 4% dos adultos brasileiros já experimentaram a droga. Há duas maneiras de ver isso: uma é aquela apontada pela lógica dos bípedes que não têm bico, penas ou o corpo coberto de pelos.
 
A outra é mesmo a dos quadrúpedes, lamento. Se a realidade é essa com restrições ao consumo, que ainda é considerado crime (embora não exista mais cadeia para o simples consumidor), imaginem se houver a descriminação, sem nenhuma interdição legal, o que também faria reduzir a interdição social. Caminharíamos para o descalabro.
 
Leiam reportagem da VEJA Online.
 
É claro que ainda voltarei ao assunto na madrugada e à proposta feita por aquela conspiração de gênios que elaborou propostas para o Código Penal.
 
De acordo com o Segundo Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (LENAD), 4% da população brasileira adulta (seis milhões de pessoas) e 3% dos adolescentes (420.000 indivíduos), experimentaram cocaína ou algum de seus derivados – crack, merla ou oxi – na vida.
 
A pesquisa foi realizada pelo Instituto Nacional de Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas (Inpad), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e divulgada nesta quarta-feira. Foram entrevistadas 4.607 pessoas maiores do que 14 anos de idade, moradoras de 149 municípios do país.
 
Somente no último ano, o levantamento apontou, a incidência de usuários da droga foi de 2% entre os adultos (2,5 milhões de pessoas) e 2% entre jovens (244.000 pessoas).
A via intranasal, segundo o levantamento, é a forma de administração mais comum da cocaína – quase 90% das pessoas que já experimentaram a droga a consumiram desta forma. Ainda segundo os dados, 14% dos consumidores de cocaína já injetaram a substância
 
Cocaína fumada

O estudo também mostrou que dois milhões de brasileiros experimentaram cocaína fumada – ou seja, crack, merla ou oxi – ao menos uma vez na vida. No último ano, cerca de um em cada cem adultos (um milhão de indivíduos) usou crack. Entre os adolescentes, essa incidência foi menor: 0,2% dos jovens (150.00 pessoas) fizeram uso da droga nos últimos 12 meses.
 
Características do usuário

Quase metade (48%) dos usuários de cocaína e derivados é dependente química e um em cada quatro consumidores usou a droga ao menos duas vezes por semana no último ano. No entanto, apenas 30% dos entrevistados pelo estudo disseram que pretendem abandonar o hábito e apenas 1% dos entrevistados buscou algum tipo de tratamento para o consumo da droga.
 
O levantamento ainda indicou que uma em cada cinco pessoas conhece alguém que enfrenta problemas decorrentes do abuso de cocaína.
Segundo os dados, quase metade dos usuários de cocaína (45%) experimentou a droga antes dos 18 anos de idade. Além disso, os pesquisadores concluíram que existe uma relação entre a idade em que há o primeiro contato com a cocaína e seus derivados e um maior risco de dependência química e outras doenças psiquiátricas – quantos antes, pior.
A pesquisa concluiu que, entre todos os usuários de cocaína e derivados do país, 78% consideram que é fácil largar a droga.
 
Regiões
 
A pesquisa ainda mostrou que não há diferenças significativas na porcentagem do uso de cocaína e derivados entre as regiões brasileiras (as taxas variam de 1,9% a 2,6%) – com exceção da região Sul, que apresenta o menor índice (0,7%).
 
No entanto, em números absolutos, a região Sudeste é responsável por quase metade de todos os usuários da droga no país. O levantamento mostrou que o consumo em áreas urbanas é três vezes maior do que em rurais.
 
Leia também:
 
 
06 de setembro de 2012
Por Reinaldo Azevedo

Nenhum comentário:

Postar um comentário