"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 15 de outubro de 2012

DILMA COMEÇA A FRITAR MICHEL TEMER


Alguns dias depois de encontrar com Dilma, Eduardo Paes, prefeito do Rio, queridinho da Presidente, lança Sérgio Cabral, para o lugar de Michel Temer em 2014. É Dilma agradecendo para Michel Temer o apoio de Gabriel Chalita para Fernando Haddad.
 
Uma semana após ser reeleito prefeito do Rio com a maior votação do país, Eduardo Paes (PMDB) antecipou a sucessão presidencial de 2014 e lançou o nome de seu aliado e governador Sérgio Cabral como candidato a vice de Dilma Rousseff (PT). Escancarando o racha no partido, o prefeito defendeu ontem Cabral como substituto de Michel Temer, líder peemedebista que tentou eleger Gabriel Chalita em São Paulo, mas que foi derrotado.
 
"O que a gente pensa para a aliança PT-PMDB para 2014, o que eu quero, é que o Sérgio Cabral seja o vice da Dilma. A gente gosta e respeita o vice-presidente Michel Temer, mas agora é a vez do governador Sérgio Cabral ser o vice", afirmou Paes, durante a 68ª Assembleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (leia na pág. A8). A declaração de Paes, antes mesmo do segundo turno, atinge três adversários da base aliada de Dilma de uma vez: o senador Lindberg Farias (PT-RJ), o grupo de Temer e o PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
 
No Rio, o PT apoiou a reeleição de Paes já no primeiro turno, mas Lindberg disputa espaço com o PMDB em várias cidades do interior. O senador quer ser candidato à sucessão de Cabral, se possível com apoio do próprio PMDB, que já anunciou que pretende lançar o vice-governador Luiz Fernando Pezão. O próprio Pezão, em entrevista ao jornal "Extra", defendeu a candidatura de Cabral a vice de Dilma. "Nada contra nosso Michel Temer, mas o Rio tem de se colocar."
 
A iniciativa do PMDB do Rio de marcar posição se dá no momento em que as legendas aliadas se agrupam para disputar o segundo turno e se preparam para a sucessão na Câmara e no Senado em 2013. Outro fato novo do primeiro turno foi o salto do PSB de Eduardo Campos, que venceu o PT em Recife e Belo Horizonte, o que o coloca como possível parceiro tanto para petistas como para o PSDB. Líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP) prega a manutenção da aliança com o PMDB e diz que a escolha do vice é uma decisão do aliado, mas que prefere a manutenção de Temer.
 
O senador Vital do Rego (PMDB-PB) diz que é cedo para iniciar o debate de 2014. "Definido o segundo turno, nossa prioridade é discutir [a sucessão no comando] a Câmara e o Senado", afirma. Ele diz, porém, que tem preferência pelo nome de Temer - para ele, mais capaz de manter a unidade do partido. Cabral chegou a ficar acuado nos últimos meses por causa de sua amizade com Fernando Cavendish, dono da construtora Delta, um dos pivôs da CPI do Cachoeira. Ele foi fotografado ao lado de Cavendish com guardanapos na cabeça em festa em Paris.
A vitória de Paes com 2,1 milhões de votos, porém, volta a fortalecer Cabral, padrinho político do prefeito. "Nenhuma candidatura apoiada pela presidente Dilma teve vitória tão consagradora quanto a nossa", diz Paes.
 
(Folha de São Paulo)
 
15 de outubro de 2012
in coroneLeaks

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